Trajetória motora de crianças brasileiras de 0 a 18 meses de idade : normatização da Alberta Infant Motor Scale para aplicação clínica e científica no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saccani, Raquel
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/88414
Resumo: Introdução: a carência de estudos descrevendo a trajetória motora de crianças brasileiras na primeira infância, assim como, a ausência de instrumentos normatizados para avaliação do desempenho motor nesta idade, dificultam a triagem de atrasos motores. Existe a possibilidade de erros na categorização e interpretação das avaliações sempre que usadas normas de amostras populacionais com características socioculturais diferentes. Objetivos: a) descrever e interpretar a trajetória do desenvolvimento motor e a maestria nas aquisições posturais antigravitacionais de crianças brasileiras de 0 a 18 meses; b) descrever as diferenças existentes no desenvolvimento motor de meninos e meninas brasileiras de 0 a 18 meses de idade; c) comparar as médias dos escores e os percentis de crianças brasileiras com resultados de outras amostras populacionais; d) criar normas para a interpretação dos resultados das avaliações da Alberta Infant Motor Scale no Brasil, com a apresentação da média dos escores e os percentis para cada idade e sexo. Métodos: estudo descritivo e observacional, transversal (cross-seccional), do qual participaram 795 crianças de Instituições, Hospitais, Unidades Básicas de Saúde e Escolas de Educação Infantil. A Alberta Infant Motor Scale (AIMS) foi utilizada para avaliar o desenvolvimento motor das crianças brasileiras. Os resultados de pesquisas com as amostras populacionais da Grécia (424 crianças) e do Canadá (2.400 crianças) foram utilizados nos estudos de comparação. Utilizou-se estatística descritiva, teste U Mann Whitney, teste t one-sample e binomial, sendo significante p<0,05. Resultados: os resultados indicaram: a) ocorre aumento alinear das aquisições motoras das crianças brasileiras com o passar da idade e aparecimento de platôs a partir dos 15 meses; b) a primeira posição na qual a criança adquire maestria é em supino e por último na posição sentado; c) a trajetória de desenvolvimento motor de meninos e meninas é semelhante; d) a trajetória motora das crianças brasileiras difere das crianças canadenses e gregas; e) o aparecimento do controle postural antigravitacional é mais tardio nas crianças brasileiras; f) pouca variação nos valores dos percentis até o primeiro mês de vida e após os 15 meses, demonstrando pouca sensibilidade da AIMS para diferenciar o desempenho motor de crianças nestas idades; g) os percentis nacionais descritos para adequada caracterização do desempenho das crianças brasileiras de 0 a 18 meses de idade diferem dos apresentados para a amostra canadense. Discussão: os escores brutos e percentis mais baixos da amostra brasileira reforçam a necessidade do uso de normas nacionais para categorizar adequadamente o desempenho motor da criança. Deve- se ter cautela ao utilizar a AIMS para avaliar crianças nos 2 primeiros meses de vida e após os 15 meses ou aquisição da marcha independente. As diferentes trajetórias do desenvolvimento motor são, possivelmente, decorrentes de diferenças sociais e culturais existentes entre os países.
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spelling Saccani, RaquelValentini, Nadia Cristina2014-03-13T01:50:58Z2013http://hdl.handle.net/10183/88414000912847Introdução: a carência de estudos descrevendo a trajetória motora de crianças brasileiras na primeira infância, assim como, a ausência de instrumentos normatizados para avaliação do desempenho motor nesta idade, dificultam a triagem de atrasos motores. Existe a possibilidade de erros na categorização e interpretação das avaliações sempre que usadas normas de amostras populacionais com características socioculturais diferentes. Objetivos: a) descrever e interpretar a trajetória do desenvolvimento motor e a maestria nas aquisições posturais antigravitacionais de crianças brasileiras de 0 a 18 meses; b) descrever as diferenças existentes no desenvolvimento motor de meninos e meninas brasileiras de 0 a 18 meses de idade; c) comparar as médias dos escores e os percentis de crianças brasileiras com resultados de outras amostras populacionais; d) criar normas para a interpretação dos resultados das avaliações da Alberta Infant Motor Scale no Brasil, com a apresentação da média dos escores e os percentis para cada idade e sexo. Métodos: estudo descritivo e observacional, transversal (cross-seccional), do qual participaram 795 crianças de Instituições, Hospitais, Unidades Básicas de Saúde e Escolas de Educação Infantil. A Alberta Infant Motor Scale (AIMS) foi utilizada para avaliar o desenvolvimento motor das crianças brasileiras. Os resultados de pesquisas com as amostras populacionais da Grécia (424 crianças) e do Canadá (2.400 crianças) foram utilizados nos estudos de comparação. Utilizou-se estatística descritiva, teste U Mann Whitney, teste t one-sample e binomial, sendo significante p<0,05. Resultados: os resultados indicaram: a) ocorre aumento alinear das aquisições motoras das crianças brasileiras com o passar da idade e aparecimento de platôs a partir dos 15 meses; b) a primeira posição na qual a criança adquire maestria é em supino e por último na posição sentado; c) a trajetória de desenvolvimento motor de meninos e meninas é semelhante; d) a trajetória motora das crianças brasileiras difere das crianças canadenses e gregas; e) o aparecimento do controle postural antigravitacional é mais tardio nas crianças brasileiras; f) pouca variação nos valores dos percentis até o primeiro mês de vida e após os 15 meses, demonstrando pouca sensibilidade da AIMS para diferenciar o desempenho motor de crianças nestas idades; g) os percentis nacionais descritos para adequada caracterização do desempenho das crianças brasileiras de 0 a 18 meses de idade diferem dos apresentados para a amostra canadense. Discussão: os escores brutos e percentis mais baixos da amostra brasileira reforçam a necessidade do uso de normas nacionais para categorizar adequadamente o desempenho motor da criança. Deve- se ter cautela ao utilizar a AIMS para avaliar crianças nos 2 primeiros meses de vida e após os 15 meses ou aquisição da marcha independente. As diferentes trajetórias do desenvolvimento motor são, possivelmente, decorrentes de diferenças sociais e culturais existentes entre os países.Introduction: The lack of studies describing the motor trajectory’s brazilian children in early childhood, as well as, the absence of standardized instruments for assessment of motor development at this age, hinder screening of motor delays. There is the possibility of errors in categorization and interpretation of evaluations where the standards are sample with different sociocultural characteristics. Objectives: The purposes of this research were: a) describing and interpreting the trajectory of motor development and skill of antigravity and postural acquisitions of Brazilian children aging from 0 to 18 months; b) describing the existing differences on motor development of Brazilian boys and girls aging from 0 to 18 months; c) comparing scores and percentiles of Brazilian children with results from other population samples; d) creating norms to interpreting results of the evaluations of the Alberta Infant Motor Scale in Brazil, with presentation of scores and percentiles means to each age and gender group. Methods: It was a descriptive and observational, transactional study, in which participated 795 children from Institutions, Hospitals, Health Basic Unities and Schools and Primary Schools. The Alberta Infant Motor Scale (AIMS) was used to evaluate motor development of Brazilian children. Results of researches with population samples from Greece (424 children) and from Canada (2.400 children) were used in comparison studies. Descriptive statistic was used, as well as, one sample t test, U Mann Whitney and binomial. Values p≤0,05 were considered statistically significative. Results: The results show that: a) there’s a nonlinear increase of the number of motor acquisitions on Brazilian children during the years and appearance of plateaus since 15 months of life; b) the first position a child acquires skill is supine, ending with sitting position; c) trajectory of motor development of boys and girls is similar; d) motor trajectory of Brazilian children is different from Canadian and Greek children; 3) appearance of antigravity and postural control is late in Brazilian children; f) little variation on numbers of percentiles to the first month of life and after 15 months, showing little sensibility of the AIMS to notice differences on motor performance in children at these ages; and g) national percentiles described to adequate characterization of Brazilian children’s performance aging from 0 to 18 months are different from the ones from Canadian sample. Discussion and conclusions: The lower raw scores and percentiles of the Brazilian sample reinforce the need of the use of national norms to categorize properly motor development. Should be cautious when using AIMS to assess children in the first 2 months of life and after 15 months or acquisition of the independent walking. The different trajectories on motor development are probably due to social and cultural differences between countries.application/pdfporDesenvolvimento motorDesenvolvimento infantilAvaliaçãoFatores de riscoAlberta infant motor scaleMotor developmentAssessmentRisk factorsTrajetória motora de crianças brasileiras de 0 a 18 meses de idade : normatização da Alberta Infant Motor Scale para aplicação clínica e científica no Brasilinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de Educação FísicaPrograma de Pós-Graduação em Ciências do Movimento HumanoPorto Alegre, BR-RS2013doutoradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000912847.pdf000912847.pdfTexto completoapplication/pdf1886496http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88414/1/000912847.pdfdcda724a29555a45cdc2299e34d662fcMD51TEXT000912847.pdf.txt000912847.pdf.txtExtracted Texttext/plain350583http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88414/2/000912847.pdf.txte1be5b8984a71f3e2ecf7b965210e04cMD52THUMBNAIL000912847.pdf.jpg000912847.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1079http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/88414/3/000912847.pdf.jpg4208c692b6dcf65cb9c6cb8873e694d5MD5310183/884142018-10-18 08:19:47.035oai:www.lume.ufrgs.br:10183/88414Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-18T11:19:47Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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