Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Hamester, Letícia
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/257338
Resumo: Introdução: Dados de notificação sobre a violência contra a mulher, disponíveis em sistemas de vigilância, demonstram que este é um fenômeno recorrente no Brasil. Objetivo: Analisar os casos de violência contra a mulher a partir das notificações no Município de Novo Hamburgo/RS, considerando o recorte por identidade de gênero. Metodologia: Trata-se de uma série de casos seguida de um estudo transversal que comparou o perfil sociodemográfico das mulheres acometidas por diferentes tipos de violência, no período de 2015 a 2020. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos Notificação (SINAN) e analisados no software SPSS. São apresentadas frequências descritivas e comparação por teste de qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram notificados 354 casos de violência contra a mulher. O perfil predominante é de mulheres brancas (82%), com média de idade de 36 ± 13,9 anos, e até ensino fundamental completo (48,5%). Do total de casos, quase 60% foram violências autoprovocadas e, estas, reincidentes (64,4%). A violência por parceiro íntimo correspondeu a 16,1% do total de casos. Nestas, em 60,5% dos casos o parceiro estava alcoolizado, e 84,6% ocorreram na residência da vítima. A violência sexual correspondeu a 16,4% do total de casos. Em 62,5% o autor estava alcoolizado, e para 19,6% das mulheres esta violência era reincidente. Para a violência sexual, 64,8% das mulheres receberam profilaxia anti-HIV e 32,7% a contracepção de emergência. Na comparação do perfil sociodemográfico conforme tipo de violência (física, sexual e autoprovocada) evidenciou-se predomínio de mulheres jovens nos casos de violência sexual, maior frequência de gestantes nos casos de violência física e deficiência nos casos de violência autoprovocada. Considerações finais: O grande número de violências autoprovocadas e reincidentes constituem um alerta aos serviços de saúde mental. A comparação dos perfis evidenciou características que tornam as mulheres mais vulneráveis aos diferentes tipos de violência, o que pode auxiliar serviços de saúde a identificarem possíveis vítimas.
id URGS_fae3019ac685f5833e20f84b5725b62b
oai_identifier_str oai:www.lume.ufrgs.br:10183/257338
network_acronym_str URGS
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
repository_id_str 1853
spelling Hamester, LetíciaTeixeira, Luciana Barcellos2023-04-20T03:22:40Z2022http://hdl.handle.net/10183/257338001165498Introdução: Dados de notificação sobre a violência contra a mulher, disponíveis em sistemas de vigilância, demonstram que este é um fenômeno recorrente no Brasil. Objetivo: Analisar os casos de violência contra a mulher a partir das notificações no Município de Novo Hamburgo/RS, considerando o recorte por identidade de gênero. Metodologia: Trata-se de uma série de casos seguida de um estudo transversal que comparou o perfil sociodemográfico das mulheres acometidas por diferentes tipos de violência, no período de 2015 a 2020. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos Notificação (SINAN) e analisados no software SPSS. São apresentadas frequências descritivas e comparação por teste de qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram notificados 354 casos de violência contra a mulher. O perfil predominante é de mulheres brancas (82%), com média de idade de 36 ± 13,9 anos, e até ensino fundamental completo (48,5%). Do total de casos, quase 60% foram violências autoprovocadas e, estas, reincidentes (64,4%). A violência por parceiro íntimo correspondeu a 16,1% do total de casos. Nestas, em 60,5% dos casos o parceiro estava alcoolizado, e 84,6% ocorreram na residência da vítima. A violência sexual correspondeu a 16,4% do total de casos. Em 62,5% o autor estava alcoolizado, e para 19,6% das mulheres esta violência era reincidente. Para a violência sexual, 64,8% das mulheres receberam profilaxia anti-HIV e 32,7% a contracepção de emergência. Na comparação do perfil sociodemográfico conforme tipo de violência (física, sexual e autoprovocada) evidenciou-se predomínio de mulheres jovens nos casos de violência sexual, maior frequência de gestantes nos casos de violência física e deficiência nos casos de violência autoprovocada. Considerações finais: O grande número de violências autoprovocadas e reincidentes constituem um alerta aos serviços de saúde mental. A comparação dos perfis evidenciou características que tornam as mulheres mais vulneráveis aos diferentes tipos de violência, o que pode auxiliar serviços de saúde a identificarem possíveis vítimas.Introduction: Reporting data on violence against women in surveillance systems demonstrates this is a recurrent phenomenon in Brazil. Objective: To analyze the cases of violence against women from the notifications in the Municipality of Novo Hamburgo/RS, considering the cut by gender identity. Methodology: This is a series of cases followed by a cross-sectional study that compared the sociodemographic profile of women affected by different types of violence from 2015 to 2020. Data were obtained by the Information System of Diseases Notification (SINAN) and analyzed in SPSS software. Descriptive frequencies and comparison by Pearson's chi-square test are presented. Results: 354 cases of violence against women were reported. The predominant profile is white women (82%), with a mean age of 36 ± 13.9 years, and up to complete elementary school (48.5%). Of the total number of cases, almost 60% were self-inflicted violence, and these were repeat offenders (64.4%). Intimate partner violence corresponded to 16.1% of all cases. In these cases, 60.5% of the time, the partner was drunk, and 84.6% took place at the victim's residence. Sexual violence corresponded to 16.4% of all cases. For this type of violence, 62.5% of the time the perpetrator was drunk, and for 19.6% of the women this violence was recurrent. 64.8% of women received anti-HIV prophylaxis, and 32.7% received emergency contraception. When comparing the sociodemographic profile according to the type of violence (physical, sexual, and self-inflicted), young women were predominant in cases of sexual violence, a higher frequency of pregnant women in cases of physical violence, and disability in cases of self-inflicted violence. Final considerations: A large number of self-inflicted and recurrent violence constitutes an alert to mental health services. The comparison of profiles showed characteristics that make women more vulnerable to physical, sexual, and self-inflicted violence, which can help health services to identify possible victims.application/pdfporViolência contra a mulherViolência por parceiro íntimoViolência sexualViolence against womenSelf-inflicted violenceIntimate partner violenceSexual violenceViolência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulEscola de EnfermagemMestrado Profissional em Saúde da FamíliaPorto Alegre, BR-RS2022mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT001165498.pdf.txt001165498.pdf.txtExtracted Texttext/plain79787http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257338/2/001165498.pdf.txt17681765b66e6e3dcfa9ebd9c067cd24MD52ORIGINAL001165498.pdfTexto parcialapplication/pdf1876310http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257338/1/001165498.pdf13442d3b2a697967441958c4dc8bed75MD5110183/2573382023-11-05 04:25:56.486013oai:www.lume.ufrgs.br:10183/257338Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532023-11-05T06:25:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
title Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
spellingShingle Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
Hamester, Letícia
Violência contra a mulher
Violência por parceiro íntimo
Violência sexual
Violence against women
Self-inflicted violence
Intimate partner violence
Sexual violence
title_short Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
title_full Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
title_fullStr Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
title_full_unstemmed Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
title_sort Violência contra a mulher no município de Novo Hamburgo: análise dos casos notificados e encaminhamentos para a rede intersetorial, no período de 2015 a 2020
author Hamester, Letícia
author_facet Hamester, Letícia
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Hamester, Letícia
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Teixeira, Luciana Barcellos
contributor_str_mv Teixeira, Luciana Barcellos
dc.subject.por.fl_str_mv Violência contra a mulher
Violência por parceiro íntimo
Violência sexual
topic Violência contra a mulher
Violência por parceiro íntimo
Violência sexual
Violence against women
Self-inflicted violence
Intimate partner violence
Sexual violence
dc.subject.eng.fl_str_mv Violence against women
Self-inflicted violence
Intimate partner violence
Sexual violence
description Introdução: Dados de notificação sobre a violência contra a mulher, disponíveis em sistemas de vigilância, demonstram que este é um fenômeno recorrente no Brasil. Objetivo: Analisar os casos de violência contra a mulher a partir das notificações no Município de Novo Hamburgo/RS, considerando o recorte por identidade de gênero. Metodologia: Trata-se de uma série de casos seguida de um estudo transversal que comparou o perfil sociodemográfico das mulheres acometidas por diferentes tipos de violência, no período de 2015 a 2020. Os dados foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos Notificação (SINAN) e analisados no software SPSS. São apresentadas frequências descritivas e comparação por teste de qui-quadrado de Pearson. Resultados: Foram notificados 354 casos de violência contra a mulher. O perfil predominante é de mulheres brancas (82%), com média de idade de 36 ± 13,9 anos, e até ensino fundamental completo (48,5%). Do total de casos, quase 60% foram violências autoprovocadas e, estas, reincidentes (64,4%). A violência por parceiro íntimo correspondeu a 16,1% do total de casos. Nestas, em 60,5% dos casos o parceiro estava alcoolizado, e 84,6% ocorreram na residência da vítima. A violência sexual correspondeu a 16,4% do total de casos. Em 62,5% o autor estava alcoolizado, e para 19,6% das mulheres esta violência era reincidente. Para a violência sexual, 64,8% das mulheres receberam profilaxia anti-HIV e 32,7% a contracepção de emergência. Na comparação do perfil sociodemográfico conforme tipo de violência (física, sexual e autoprovocada) evidenciou-se predomínio de mulheres jovens nos casos de violência sexual, maior frequência de gestantes nos casos de violência física e deficiência nos casos de violência autoprovocada. Considerações finais: O grande número de violências autoprovocadas e reincidentes constituem um alerta aos serviços de saúde mental. A comparação dos perfis evidenciou características que tornam as mulheres mais vulneráveis aos diferentes tipos de violência, o que pode auxiliar serviços de saúde a identificarem possíveis vítimas.
publishDate 2022
dc.date.issued.fl_str_mv 2022
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2023-04-20T03:22:40Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10183/257338
dc.identifier.nrb.pt_BR.fl_str_mv 001165498
url http://hdl.handle.net/10183/257338
identifier_str_mv 001165498
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron:UFRGS
instname_str Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
instacron_str UFRGS
institution UFRGS
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
bitstream.url.fl_str_mv http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257338/2/001165498.pdf.txt
http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/257338/1/001165498.pdf
bitstream.checksum.fl_str_mv 17681765b66e6e3dcfa9ebd9c067cd24
13442d3b2a697967441958c4dc8bed75
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
repository.mail.fl_str_mv lume@ufrgs.br||lume@ufrgs.br
_version_ 1800309214221959168