Impulsividade, busca de sensações e comportamento de risco no trânsito : um estudo comparativo entre condutores infratores e não infratores

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pasa, Graciela Gema
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/78526
Resumo: Introdução: Estima-se que os comportamentos de risco no trânsito, como erros e violações, sejam responsáveis por aproximadamente 90% dos acidentes automobilísticos. Dentre as principais variáveis preditoras de comportamento de risco no trânsito estão os traços de personalidade do condutor. A associação positiva entre impulsividade, busca de sensações e comportamentos de risco no trânsito já é bem documentada na literatura. No entanto, estudos que explorem essas associações entre condutores infratores versus não infratores são escassos, principalmente no Brasil. Objetivo: Explorar as associações entre impulsividade, busca de sensações e comportamentos de risco no trânsito em uma amostra de condutores infratores versus não infratores da cidade de Porto Alegre. Método: A amostra foi composta por 158 condutores infratores que tiveram o direito de dirigir suspenso nos últimos 12 meses por acúmulo de pontos (68,4%) ou tipo de infração específica (31,6%), selecionados no Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (79,7% homens) e 181 não infratores (76,2% homens) captados em três Centros de Formação de Condutores e em dois parques públicos locais. As medidas utilizadas foram: a Escala de Impulsividade de Barrat (BIS-11), o Inventário de Busca de Sensações de Arnett (AISS) e um questionário padronizado para coleta de informações demográficas e de comportamentos de risco no trânsito. As variáveis foram analisadas através de regressão logística de acordo com um modelo hierarquizado. O nível de significância adotado foi 5%. Resultados: Maior impulsividade (OR = 4,8, IC 95%: 2,68-8,6), anos de estudo (OR=0,91, IC 95%: 0,85-0,97); dirigir com maior frequência (OR = 4,01, IC 95%: 2,05-7,83), assumir infrações de outro condutor (OR = 2,91, IC 95%: 1,63-5,19), solicitar que outro condutor assumisse suas infrações (OR = 6,74, IC 95%: 2,39-19,25), envolvimento em acidentes de trânsito com vítima (OR = 2,73, IC 95%: 1,24-6,01) e consumir bebida alcoólica nos últimos 12 meses (beber não binge = OR 0,77, IC 95%: 0,38-1,55; binge drinking = OR 1,97, IC 95%: 0,87-4,47) foram significativa e independentemente associados à suspensão do direito de dirigir. Não foi constatada associação entre busca de sensações e ter o direito de dirigir suspenso. Conclusão: Os achados sugerem que a impulsividade, alguns comportamentos associados a risco – tais como envolvimento em acidentes graves, beber bebida alcoólica nos últimos 12 meses, assumir infrações de outro condutor, solicitar que outro condutor assumisse suas infrações - e a frequência com que o condutor dirige foram preditores para o cometimento de mais infrações; também se evidenciou que possuir mais anos de estudo representou um fator de proteção à direção segura. Nesse sentido, nossos resultados demonstram a natureza complexa e multideterminada do fenômeno. Espera-se que este trabalho, pioneiro no Brasil, contribua para a identificação de potenciais fatores de risco e associados ao cometimento de infrações, bem como contribua na discussão de medidas de avaliação, reabilitação e fiscalização para o trânsito.
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spelling Pasa, Graciela GemaPechansky, Flavio2013-10-02T01:48:24Z2013http://hdl.handle.net/10183/78526000899634Introdução: Estima-se que os comportamentos de risco no trânsito, como erros e violações, sejam responsáveis por aproximadamente 90% dos acidentes automobilísticos. Dentre as principais variáveis preditoras de comportamento de risco no trânsito estão os traços de personalidade do condutor. A associação positiva entre impulsividade, busca de sensações e comportamentos de risco no trânsito já é bem documentada na literatura. No entanto, estudos que explorem essas associações entre condutores infratores versus não infratores são escassos, principalmente no Brasil. Objetivo: Explorar as associações entre impulsividade, busca de sensações e comportamentos de risco no trânsito em uma amostra de condutores infratores versus não infratores da cidade de Porto Alegre. Método: A amostra foi composta por 158 condutores infratores que tiveram o direito de dirigir suspenso nos últimos 12 meses por acúmulo de pontos (68,4%) ou tipo de infração específica (31,6%), selecionados no Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (79,7% homens) e 181 não infratores (76,2% homens) captados em três Centros de Formação de Condutores e em dois parques públicos locais. As medidas utilizadas foram: a Escala de Impulsividade de Barrat (BIS-11), o Inventário de Busca de Sensações de Arnett (AISS) e um questionário padronizado para coleta de informações demográficas e de comportamentos de risco no trânsito. As variáveis foram analisadas através de regressão logística de acordo com um modelo hierarquizado. O nível de significância adotado foi 5%. Resultados: Maior impulsividade (OR = 4,8, IC 95%: 2,68-8,6), anos de estudo (OR=0,91, IC 95%: 0,85-0,97); dirigir com maior frequência (OR = 4,01, IC 95%: 2,05-7,83), assumir infrações de outro condutor (OR = 2,91, IC 95%: 1,63-5,19), solicitar que outro condutor assumisse suas infrações (OR = 6,74, IC 95%: 2,39-19,25), envolvimento em acidentes de trânsito com vítima (OR = 2,73, IC 95%: 1,24-6,01) e consumir bebida alcoólica nos últimos 12 meses (beber não binge = OR 0,77, IC 95%: 0,38-1,55; binge drinking = OR 1,97, IC 95%: 0,87-4,47) foram significativa e independentemente associados à suspensão do direito de dirigir. Não foi constatada associação entre busca de sensações e ter o direito de dirigir suspenso. Conclusão: Os achados sugerem que a impulsividade, alguns comportamentos associados a risco – tais como envolvimento em acidentes graves, beber bebida alcoólica nos últimos 12 meses, assumir infrações de outro condutor, solicitar que outro condutor assumisse suas infrações - e a frequência com que o condutor dirige foram preditores para o cometimento de mais infrações; também se evidenciou que possuir mais anos de estudo representou um fator de proteção à direção segura. Nesse sentido, nossos resultados demonstram a natureza complexa e multideterminada do fenômeno. Espera-se que este trabalho, pioneiro no Brasil, contribua para a identificação de potenciais fatores de risco e associados ao cometimento de infrações, bem como contribua na discussão de medidas de avaliação, reabilitação e fiscalização para o trânsito.Introduction: It is estimated that risk behaviors in traffic, such as errors and violations, are responsible for approximately 90% of all automobile accidents. Among the leading predictors of risk behavior in traffic are driver personality traits. The positive association between impulsivity, sensation seeking and risk behaviors in traffic is already well documented in literature. However, studies that explore these associations among offender drivers and non-offender drivers are scarce, especially in Brazil. Objective: To explore the association between impulsivity, sensation seeking and risk behavior in traffic in a sample of offender drivers versus non-offender drivers in the city of Porto Alegre. Method: The sample comprised 158 offender drivers whose right to drive had been suspended over the past 12 months due to an accumulation of points (68.4%) or a specific violation (31.6%), selected at the Rio Grande do Sul State Traffic Department (79.7% men) and 181 non-offender drivers (76.2% men) from three Driving Schools and in two local parks. Measures used were: the Barrat Impulsiveness Scale (BIS-11), the Arnett Inventory of Sensation Seeking (AISS) and a standardized questionnaire for the collection of information of demographics and risk behavior in traffic. The variables were analyzed through logistic regression according to a hierarchical model. The adopted level of significance was 5%. Results: More impulsiveness (OR = 4.8, IC 95%: 2.68-8.6), years in school (OR=0.91, IC 95%: 0.85-0.97); frequent driving (OR = 4.01, IC 95%: 2.05-7.83), take on other driver’s violations (OR = 2.91, IC 95%: 1.63-5.19), request that other driver’s take on one’s violations (OR = 6.74, IC 95%: 2.39-19.25), involvement in traffic accidents with a victim (OR = 2.73, IC 95%: 1.24-6.01) and drinking alcoholic beverages during the last 12 months (non-binge drinking = OR 0.77, IC 95%: 0.38-1.55; binge drinking = OR 1.97, IC 95%: 0.87-4.47) were significantly and independently associated with the suspension of driving privileges. We verified no association between sensation seeking and the suspension of driving privileges. Conclusion: The findings suggest that impulsivity and behaviors associated with risk – such as involvement in serious accidents, drinking alcoholic beverages within the last 12 months, taking on violations of other drivers, requesting that other drivers take on his/her violations - and the frequency of driving were indicative of committing additional violations; it was also shown that more years of study represented a factor favoring safe driving. In this sense, our results show the complex and multidetermined nature of the phenomenon. It is hoped that this pioneering study in Brazil contributes to the identification of potential risk factors and those associated with committing violations, as well as contributing to the discussion of measures for evaluation, rehabilitation and monitoring of traffic.application/pdfporAssunção de riscosTrânsitoSensaçãoMotoristasRisk driving behaviorImpulsivitySensation seekingOffender driversImpulsividade, busca de sensações e comportamento de risco no trânsito : um estudo comparativo entre condutores infratores e não infratoresinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Ciências Médicas: PsiquiatriaPorto Alegre, BR-RS2013mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSORIGINAL000899634.pdf000899634.pdfTexto completoapplication/pdf1548924http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78526/1/000899634.pdf63dd820ac951365d1523d0f204df3d06MD51TEXT000899634.pdf.txt000899634.pdf.txtExtracted Texttext/plain249868http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78526/2/000899634.pdf.txt628dee60ba0de1d1a7f1c6eebd67fe42MD52THUMBNAIL000899634.pdf.jpg000899634.pdf.jpgGenerated Thumbnailimage/jpeg1299http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/78526/3/000899634.pdf.jpg77bf7ea2f1b3a951fe96a3866a503ecbMD5310183/785262018-10-16 08:59:03.843oai:www.lume.ufrgs.br:10183/78526Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532018-10-16T11:59:03Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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