Resposta imune local de bovino infestado com Rhipicephalus microplus

• Autor(a) principal: João, Benvindo Capela
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/233069
• topic: Rhipicephalus microplus; Hereford; Imuno-histoquímica; Resposta imune

Introdução: Carrapatos são ectoparasitas hematófagos que transmitem agentes patogênicos aos animais e aos humanos, fato que destaca sua importância na saúde animal e na saúde pública. As infestações pelos carrapatos e as doenças causadas pelos agentes veiculados por estes causam grandes perdas na economia agrária. O método de controle mais eficaz e amplamente difundido é o uso de acaricidas, porém o uso destes provoca a seleção de populações resistentes aos acaricidas. Dentre os vários métodos alternativos para combater os carrapatos, o método imunológico é o mais promissor, por isso urge a necessidade de se entender os mecanismos celulares e moleculares envolvidos na resistência imunológica dos bovinos contra o carrapato para se desenvolver vacinas mais eficazes no seu controle. Objetivo: Caracterizar in vivo a resposta imune local de bovino infestado com R. microplus e aferir quais são as subpopulações de células do sistema imune da pele dos bovinos da raça Hereford que estão envolvidas na resposta imune contra o carrapato R. microplus. Métodos: Para avaliação do infiltrado celular no local da picada do carrapato, foram coletadas biópsias da pele do bovino com carrapato fixado e em um estádio adulto de 17 e 21 dias parasitando bovinos da raça Hereford. As amostras foram fixadas em paraformaldeido 10% e embebidos em álcool e parafina e posteriormente corados com hematoxilina e eosina. Para marcação de linfócitos T e B na pele do bovino foram usados os anticorpos anti-CD3+ e anti-CD79+. Resultados e discussão: Bovino infestado com carrapato adulto R. microplus mostrou no local da picada do carrapato e nas áreas adjacentes um perfil de células inflamatórias compostas majoritariamente por um número acentuado de eosinófilos, moderada quantidade de linfócitos e raros mastócitos. Quanto as amostras submetidas a imuno-histoquímica, anticorpos monoclonais marcaram fortemente linfócitos T CD3+, enquanto que a marcação de linfócitos B CD79+ foi fraca na pele de bovino com carrapato adulto de 17 e 21 dias. Conclusão: A resposta imune local do bovino contra o carrapato é manifestada pela resposta imune inata que é composta por granulócitos e células mononucleares. É verificado, portanto, um aumento de infiltrado celular composto majoritariamente por eosinófilos, seguidos por aumento de linfócitos e plasmócitos. Contudo, as técnicas utilizadas no presente trabalho não foram adequadas para determinação de outros tipos celulares, como basófilos, subpopulações de células dendríticas e linfócitos se estão ou não envolvidos na resposta imune na pele de bovino contra o carrapato Rhipicephalus microplus e, portanto o presente trabalho deve ser expandido considerando-se outras metodologias. Também deve ser considerado o tempo inicial de aquisição de resistência pelos bovinos e considerar diferentes estádios de desenvolvimento do carrapato, além de se estudar a interação do carrapato com vários componentes da estrutura da pele.