Análise dos níveis do glutião hepático, da função e dos danos hepatocelulares em enxertos ótimos e subótimos no transplante de fígado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grezzana Filho, Tomáz de Jesus Maria
Data de Publicação: 2003
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/197805
Resumo: Introdução/Objetivos: Os mecanismos responsáveis pela disfunção inicial dos enxertos hepáticos não são completamente entendidos, embora grande parte dos danos seja decorrente do estresse oxidativo induzido pelo fenômeno de isquemia e reperfusão. Doadores com critérios expandidos de aceitação ou subótimos podem contribuir de modo significativo para o desenvolvimento de lesões isquêmicas graves no transplante de figado. O antioxidante endógeno glutatião (GSH) é o agente de defesa mais importante para detoxificar radicais livres de oxigênio gerados na reperfusão. Contudo, esse efeito pode ser limitado pelas baixas concentrações de GSH ao término da preservação hipotérmica, tomando o órgão vulnerável à reperfusão, em particular nos doadores subótimos. Assim, o objetivo deste estudo foi de avaliar os níveis de GSH, GSSG e GSH/GSSG no tecido hepático antes e após a reperfusão e suas correlações com os danos e função hepáticos na fase inicial da reperfusão e nos cinco primeiros dias após o transplante em receptores de órgãos ótimos e subótimos. Material e métodos: 34 pacientes foram divididos em ótimos ou subótimos conforme o número de fatores de risco do doador. Biópsias hepáticas foram realizadas ao término da preservação hipotérmica e duas horas após o implante para medir as concentrações de GSH e GSSG no tecido hepático e calcular o índice de estresse oxidativo. Os níveis de ALT, AST e TP foram medidos por cinco dias e os níveis do fator V por três dias após o transplante. Os danos de reperfusão sobre a integridade do parênquima hepático foram analisados usando cinco parâmetros e correlacionados com os níveis de GSH e GSSG pré e pós-reperfusão. Resultados: Houve uma diminuição nos níveis globais de GSH (p< 0,01) e aumento nos níveis de GSSG (p< 0,05) após 2 horas de reperfusão quando comparado com os níveis encontrados ao término da preservação fria. Não foram encontradas diferenças significativas dos níveis de GSH, GSSG ou GSH/GSSG entre os grupos. Os escores de lesão histopatológica foram significativamente maiores no grupo subótimo (p<0,05). Não foi demonstrada diferença significativa nos valores de AST e ALT entre os grupos. O escore de lesão histopatológica mostrou correlação com o TP no grupo total e com o fator V no grupo ótimo (p<0,05). A análise multivariada apontou a esteatose no doador como o principal fator de risco para o aumento dos escores de lesão histopatológica (p<0,05). Conclusão: O estresse oxidativo foi de grande intensidade após duas horas de reperfusão. Enxertos ótimos e subótimos apresentam comportamento semelhante frente ao estresse oxidativo. Neste estudo, a esteatose no doador foi o principal determinante das lesões hepáticas na reperfusão inicial.
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spelling Grezzana Filho, Tomáz de Jesus MariaCorso, Carlos Otavio2019-08-09T02:31:15Z2003http://hdl.handle.net/10183/197805000375908Introdução/Objetivos: Os mecanismos responsáveis pela disfunção inicial dos enxertos hepáticos não são completamente entendidos, embora grande parte dos danos seja decorrente do estresse oxidativo induzido pelo fenômeno de isquemia e reperfusão. Doadores com critérios expandidos de aceitação ou subótimos podem contribuir de modo significativo para o desenvolvimento de lesões isquêmicas graves no transplante de figado. O antioxidante endógeno glutatião (GSH) é o agente de defesa mais importante para detoxificar radicais livres de oxigênio gerados na reperfusão. Contudo, esse efeito pode ser limitado pelas baixas concentrações de GSH ao término da preservação hipotérmica, tomando o órgão vulnerável à reperfusão, em particular nos doadores subótimos. Assim, o objetivo deste estudo foi de avaliar os níveis de GSH, GSSG e GSH/GSSG no tecido hepático antes e após a reperfusão e suas correlações com os danos e função hepáticos na fase inicial da reperfusão e nos cinco primeiros dias após o transplante em receptores de órgãos ótimos e subótimos. Material e métodos: 34 pacientes foram divididos em ótimos ou subótimos conforme o número de fatores de risco do doador. Biópsias hepáticas foram realizadas ao término da preservação hipotérmica e duas horas após o implante para medir as concentrações de GSH e GSSG no tecido hepático e calcular o índice de estresse oxidativo. Os níveis de ALT, AST e TP foram medidos por cinco dias e os níveis do fator V por três dias após o transplante. Os danos de reperfusão sobre a integridade do parênquima hepático foram analisados usando cinco parâmetros e correlacionados com os níveis de GSH e GSSG pré e pós-reperfusão. Resultados: Houve uma diminuição nos níveis globais de GSH (p< 0,01) e aumento nos níveis de GSSG (p< 0,05) após 2 horas de reperfusão quando comparado com os níveis encontrados ao término da preservação fria. Não foram encontradas diferenças significativas dos níveis de GSH, GSSG ou GSH/GSSG entre os grupos. Os escores de lesão histopatológica foram significativamente maiores no grupo subótimo (p<0,05). Não foi demonstrada diferença significativa nos valores de AST e ALT entre os grupos. O escore de lesão histopatológica mostrou correlação com o TP no grupo total e com o fator V no grupo ótimo (p<0,05). A análise multivariada apontou a esteatose no doador como o principal fator de risco para o aumento dos escores de lesão histopatológica (p<0,05). Conclusão: O estresse oxidativo foi de grande intensidade após duas horas de reperfusão. Enxertos ótimos e subótimos apresentam comportamento semelhante frente ao estresse oxidativo. Neste estudo, a esteatose no doador foi o principal determinante das lesões hepáticas na reperfusão inicial.Background/Aims: The mechanisms underlying the initial liver grafi dysfunction are not completely understood, although much of the liver grafi injury derives from the oxidative stress induced by the .;chemia-reperfusion phenomena. Expanded criteria donors or suboptimal can contribute significantly to the development of severe ischemic injuries in liver transplant. The endogenous antioxidant glutathione (GSH) is the most important agent to detoxify oxygen reactive species generated afier reperfusion. However, this effect might be limited by the low concentrations of GSH at the end of cold storage, switching the organ vulnerable to reperfusion, particularly in the suboptimal donors. Thus, the aim of this study was to evaluate the role of GSH tissue leveIs before and afier two hours of reperfusion and its correlation with liver injury and function at the initial phase of the reperfusion and also five days afier the liver transplant in recipients of optimal and suboptimal organs. Material and methods: 34 patients were divided in optimal and suboptimal groups according to the number of risk criteria from the donor. Liver biopsies were taken at the end of cold storage and two hours afier reperfusion aiming to determine tissue concentrations of GSH and GSSG and to calculate the oxidative stress ratio (GSH/GSSG). The ALT, AST, and PT leveIs were measured during five days and factor V leveIs were measured three days following the transplant. The histopathological reperfusion injuries were analyzed using five parameters and correlated with the GSH and GSSG leveIs before and afier reperfusion. Results: There was a decrease in GSH leveIs (p<O,O 1) and increase of GSSG leveIs (p<O,05) afier 2 hours of reperfusion in comparison with base line values at the end of cold storage in both groups. No significant differences in the leveIs of GSH, GSSG or GSH/GSSH were found between the groups. Histopathological injury scores were significantly higher in the suboptimal group (p<O,05). No significant difference in the leveIs of AST and ALT were demonstrated between the groups. The histopathological score showed correlation with PT in the total sample (p<O,05) and with factor V in optimal group (p<O,05). The multivariate analysis showed donor steatosis as the most important risk factor to increasing histopathological injury scores (p<O,05). ConcIusion: The oxidative stress was of great intensity afier two hours of reperfusion. Optimal and suboptimal grafis showed similar behavior facing oxidative stress afier cold storage and two hours afier reperfusion in optimal and suboptimalliver donors. In this study, donor steatosis was the most important factor that promotes hepatocellular injury at initial reperfusion.application/pdfporTraumatismo por reperfusãoTransplante de fígadoFígadoGlutationaAnálise dos níveis do glutião hepático, da função e dos danos hepatocelulares em enxertos ótimos e subótimos no transplante de fígadoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisUniversidade Federal do Rio Grande do SulFaculdade de MedicinaPrograma de Pós-Graduação em Medicina : CirurgiaPorto Alegre, BR-RS2003mestradoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGSinstname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)instacron:UFRGSTEXT000375908.pdf.txt000375908.pdf.txtExtracted Texttext/plain157558http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/197805/2/000375908.pdf.txt73b8753c0dcd6db89988da3f26985f55MD52ORIGINAL000375908.pdfTexto completoapplication/pdf38315126http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/10183/197805/1/000375908.pdffabeb71a851b31af7facb06572070904MD5110183/1978052019-08-10 02:32:04.175686oai:www.lume.ufrgs.br:10183/197805Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttps://lume.ufrgs.br/handle/10183/2PUBhttps://lume.ufrgs.br/oai/requestlume@ufrgs.br||lume@ufrgs.bropendoar:18532019-08-10T05:32:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)false
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