Análise do perfil de metilação do gene SMAD3 associado à asma em crianças

• Autor(a) principal: Lima, Douglas da Silva
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10183/272612
• topic: Asma; Criança; Epigenômica; Metilação de DNA; Asthma; Child; Epigenetics; DNA methylation

Introdução: O padrão de saúde dos indivíduos pode ser influenciado por eventos epigenéticos no período gestacional, e seus efeitos se manifestam durante todo o ciclo vital. Esses eventos se associam a manifestação de sintomas respiratórios nos primeiros anos de vida, bem como fatores de risco ambientais, genéticos e comportamentais podem também influenciar a função pulmonar em crianças. A epigenética caracteriza-se por eventos genéticos que podem ser transmitidos, reversíveis e diretamente influenciados pelo ambiente, mas sem causar alteração na sequência nucleotídica do DNA. Estes eventos podem estar associados ao desenvolvimento da asma, sendo que alguns estudos têm relatado uma associação entre sibilância e asma com mudanças no perfil de metilação do DNA. A hipermetilação da região promotora do gene SMAD3 está associada à asma e pode ser influenciada por fatores ambientais. Objetivo: Analisar o perfil de metilação da região promotora do gene SMAD3 em crianças oriundas de diferentes ambientes intra uterinos e sua associação com dados clínicos obtidos através de espirometria e pelo questionário ISAAC (International Study of Asthma and Allergy in Childhood). Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, utilizando amostras de conveniência. Os pacientes incluídos na pesquisa foram divididos em três grupos: filhos de mães tabagistas (TBC) (n=10), crianças pequenas para idade gestacional devido à restrição de crescimento intrauterino idiopática (RCIU) (n=06) e um grupo controle (CTR) (n=10). Para avaliação do perfil de metilação foi realizada extração do DNA das amostras de células epiteliais da mucosa oral ao nascimento e na idade pré-escolar. As amostras foram avaliadas por PCR em tempo real (RT-PCR) através da metodologia de HRM (High Resolution Melting). Resultados: O grupo TBC apresentou uma porcentagem média de metilação entre 2,5 e 50% e os grupos RCIU e CTR uma média entre 20 e 100% em todo o período. Houve uma significância estatística quanto a porcentagem de metilação entre os grupos TAB e RCIU ao nascer. Não houve diferença estatística entre os grupos pré-escolares. Conclusões: Não encontramos uma diferença significativa nos resultados da espirometria ou questionário ISAAC entre os grupos, mas observamos uma diferença significativa da metilação do gene SMAD3 entre os grupos TBC e RCIU ao nascimento (p= 0.007), entretanto essa diferença desapareceu na idade pré-escolar. O impacto desses resultados e sua relação com a evolução da saúde das crianças e a incidência de asma a longo prazo permanece por esclarecer.