A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Felippe, Guilherme Galhegos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
Texto Completo: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4087
Resumo: Após mais de um século e meio de perigosos e esporádicos contatos com os nativos do Chaco, a Coroa espanhola iniciou, na segunda metade do século 17, um projeto de catequização através do incentivo à atuação de missões evangélicas na região, a fim de estabelecer uma aproximação pacífica com os diversos grupos indígenas e permitir uma passagem segura à rota comercial entre o porto de Buenos Aires e as minas andinas do Chile. Ainda que esta nova abordagem colonizadora não tenha resultado na pacificação dos índios chaquenhos, o contato foi intensificado por causa da proliferação de reduções evangélicas naquela região ao longo do setecentos, levando muitos missionários e expedicionários a aventurarem-se no interior do Chaco, com o intuito de contatarem grupos mais afastados do convívio colonial. Esta oportunidade gerou uma série de impressões, críticas, descrições de caráter etnográfico, relatórios oficiais, acordos e negociações documentados ao longo de todo o século 18, que permitem a análise não apenas do discurso que os espanhóis produziram a respeito do contato, mas também da postura, do entendimento e das escolhas que os índios tiveram em relação ao convívio com os agentes e instituições coloniais. A presente tese tem como objetivo, a partir da análise de registros históricos produzidos por observadores civis e religiosos, de uma historiografia sobre o contato entre nativos e europeus no Chaco e de etnografias produzidas a respeito de grupos chaquenhos contemporâneos, demonstrar que os índios tomavam suas decisões e atitudes a partir de uma lógica que não era espontânea ou casuística, nem fruto do improviso frente às novas situações postas pelo avanço colonial. Esta lógica se sustentava num complexo sistema mitológico que guiava as percepções e o pensamento indígena, dotando-lhes de uma cosmologia própria e distinta da dos colonizadores modernos. Para comprovar tal hipótese, analiso três características do cotidiano socioeconômico indígena, cujos fundamentos práticos respaldam-se na relação com elementos mitológicos e, consequentemente, no entendimento cosmológico que os índios possuíam do mundo: a guerra, as trocas reciprocitárias e o sistema econômico de produção e consumo alimentar.
id USIN_021ab338f88836e50c754744f697dc3c
oai_identifier_str oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/4087
network_acronym_str USIN
network_name_str Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
repository_id_str
spelling 2015-06-29T23:25:30Z2015-06-29T23:25:30Z2013Submitted by Fabricia Fialho Reginato (fabriciar) on 2015-06-29T23:25:30Z No. of bitstreams: 1 Galhegos.pdf: 3090921 bytes, checksum: a1655601b99ff65b1ba2fd8d82b58a55 (MD5)Made available in DSpace on 2015-06-29T23:25:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Galhegos.pdf: 3090921 bytes, checksum: a1655601b99ff65b1ba2fd8d82b58a55 (MD5) Previous issue date: 2013Após mais de um século e meio de perigosos e esporádicos contatos com os nativos do Chaco, a Coroa espanhola iniciou, na segunda metade do século 17, um projeto de catequização através do incentivo à atuação de missões evangélicas na região, a fim de estabelecer uma aproximação pacífica com os diversos grupos indígenas e permitir uma passagem segura à rota comercial entre o porto de Buenos Aires e as minas andinas do Chile. Ainda que esta nova abordagem colonizadora não tenha resultado na pacificação dos índios chaquenhos, o contato foi intensificado por causa da proliferação de reduções evangélicas naquela região ao longo do setecentos, levando muitos missionários e expedicionários a aventurarem-se no interior do Chaco, com o intuito de contatarem grupos mais afastados do convívio colonial. Esta oportunidade gerou uma série de impressões, críticas, descrições de caráter etnográfico, relatórios oficiais, acordos e negociações documentados ao longo de todo o século 18, que permitem a análise não apenas do discurso que os espanhóis produziram a respeito do contato, mas também da postura, do entendimento e das escolhas que os índios tiveram em relação ao convívio com os agentes e instituições coloniais. A presente tese tem como objetivo, a partir da análise de registros históricos produzidos por observadores civis e religiosos, de uma historiografia sobre o contato entre nativos e europeus no Chaco e de etnografias produzidas a respeito de grupos chaquenhos contemporâneos, demonstrar que os índios tomavam suas decisões e atitudes a partir de uma lógica que não era espontânea ou casuística, nem fruto do improviso frente às novas situações postas pelo avanço colonial. Esta lógica se sustentava num complexo sistema mitológico que guiava as percepções e o pensamento indígena, dotando-lhes de uma cosmologia própria e distinta da dos colonizadores modernos. Para comprovar tal hipótese, analiso três características do cotidiano socioeconômico indígena, cujos fundamentos práticos respaldam-se na relação com elementos mitológicos e, consequentemente, no entendimento cosmológico que os índios possuíam do mundo: a guerra, as trocas reciprocitárias e o sistema econômico de produção e consumo alimentar.After more than one and a half century of dangerous and sporadic contacts made with natives from Chaco, the Spanish Crown began, in the second half of the seventeenth century, an evangelizing project by the encouragement of evangelical missions in that region, in order to establish a peaceful approach with the various indigenous groups and to ensure a safe transit to the trade route between Buenos Aires harbor and Chilean Andean mines. Although this new colonizing approach has not resulted in a native pacification, the contact between them was intensified by the proliferation of Reductions in the region over the referred century, leading many missionaries and explorers to venture into the interior of Chaco, with the purpose of having a broader contact with the uncontacted groups. This opportunity has generated a series of impressions, criticism, ethnographic descriptions, official reports, agreements and negotiations, which had been documented throughout the eighteenth century, enabling an analysis not only of the Spanish speech concerning the contact, but also the posture, the understanding and the choices indians made regarding the contact with agents and colonial institutions. This thesis details, as a result of studies carried out in a variety of historical records produced by civil and religious observers, from a historiography on the contact between natives and Europeans in Chaco and from ethnographies produced about Chaco’s contemporary groups, that indians made their own decisions and took actions on the basis of a logic that was not spontaneous or case-by-case, neither the result of improvisation with the new situations posed by colonial advance. This logic is held in a complex mythological system which guided the indigenous way of thinking and perceptions, providing their own cosmology, unlike that of modern colonizers. To demonstrate this hypothesis, I analyze three indigenous socioeconomic features on a daily basis, whose practical backgrounds rely on the relationship with mythological elements and thus on the cosmological understanding that indians possessed about the world: the war, the trade and the economic system of production and food consumption.NenhumaFelippe, Guilherme Galhegoshttp://lattes.cnpq.br/1213371797761580http://lattes.cnpq.br/8304454301957911Fleck, Eliane Cristina DeckmannUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUnisinosBrasilEscola de HumanidadesA cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18ACCNPQ::Ciências Humanas::HistóriaIndigenous warProdução e consumo alimentarReciprocidadeGuerra indígenaMitologiaÍndios do ChacoEighteenth centuryFood production and consumptionReciprocityMythologyIndians of ChacoSéculo 18info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4087info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALGalhegos.pdfGalhegos.pdfapplication/pdf3090921http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/4087/1/Galhegos.pdfa1655601b99ff65b1ba2fd8d82b58a55MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82099http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/4087/2/license.txte130fff006551e19abf270f718b7ab21MD52UNISINOS/40872015-06-29 20:26:08.22oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/4087Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUj9QUklBIExJQ0VOP0EKCkVzdGEgbGljZW4/YSBkZSBleGVtcGxvID8gZm9ybmVjaWRhIGFwZW5hcyBwYXJhIGZpbnMgaW5mb3JtYXRpdm9zLgoKTGljZW4/YSBERSBESVNUUklCVUk/P08gTj9PLUVYQ0xVU0lWQQoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhPz9vIGRlc3RhIGxpY2VuP2EsIHZvYz8gKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlID8gClVuaXZlcnNpZGFkZSBkbyBWYWxlIGRvIFJpbyBkb3MgU2lub3MgKFVOSVNJTk9TKSBvIGRpcmVpdG8gbj9vLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgCmRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byAoaW5jbHVpbmRvIG8gcmVzdW1vKSBwb3IgdG9kbyBvIG11bmRvIG5vIGZvcm1hdG8gaW1wcmVzc28gZSBlbGV0cj9uaWNvIGUgCmVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyBmb3JtYXRvcyA/dWRpbyBvdSB2P2Rlby4KClZvYz8gY29uY29yZGEgcXVlIGEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGU/ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gCnBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YT8/by4KClZvYz8gdGFtYj9tIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjP3BpYSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IApkaXNzZXJ0YT8/byBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbj9hLCBiYWNrLXVwIGUgcHJlc2VydmE/P28uCgpWb2M/IGRlY2xhcmEgcXVlIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gPyBvcmlnaW5hbCBlIHF1ZSB2b2M/IHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIApuZXN0YSBsaWNlbj9hLiBWb2M/IHRhbWI/bSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcD9zaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIG4/bywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1P20uCgpDYXNvIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvYz8gbj9vIHBvc3N1aSBhIHRpdHVsYXJpZGFkZSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHZvYz8gCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3M/byBpcnJlc3RyaXRhIGRvIGRldGVudG9yIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBwYXJhIGNvbmNlZGVyID8gU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIApvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW4/YSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0PyBjbGFyYW1lbnRlIAppZGVudGlmaWNhZG8gZSByZWNvbmhlY2lkbyBubyB0ZXh0byBvdSBubyBjb250ZT9kbyBkYSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIG9yYSBkZXBvc2l0YWRhLgoKQ0FTTyBBIFRFU0UgT1UgRElTU0VSVEE/P08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9DP05JTyBPVSAKQVBPSU8gREUgVU1BIEFHP05DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyBPUkdBTklTTU8gUVVFIE4/TyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9DPyBERUNMQVJBIFFVRSBSRVNQRUlUT1UgVE9ET1MgRSBRVUFJU1FVRVIgRElSRUlUT1MgREUgUkVWSVM/TyBDT01PIApUQU1CP00gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQT8/RVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCkEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSAKZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vLCBlIG4/byBmYXI/IHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYT8/bywgYWw/bSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbj9hLgo=Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2015-06-29T23:26:08Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false
dc.title.pt_BR.fl_str_mv A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
title A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
spellingShingle A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
Felippe, Guilherme Galhegos
ACCNPQ::Ciências Humanas::História
Indigenous war
Produção e consumo alimentar
Reciprocidade
Guerra indígena
Mitologia
Índios do Chaco
Eighteenth century
Food production and consumption
Reciprocity
Mythology
Indians of Chaco
Século 18
title_short A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
title_full A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
title_fullStr A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
title_full_unstemmed A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
title_sort A cosmologia construída de fora: a relação com o outro como forma de produção social entre os grupos chaquenhos no século 18
author Felippe, Guilherme Galhegos
author_facet Felippe, Guilherme Galhegos
author_role author
dc.contributor.authorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/1213371797761580
dc.contributor.advisorLattes.pt_BR.fl_str_mv http://lattes.cnpq.br/8304454301957911
dc.contributor.author.fl_str_mv Felippe, Guilherme Galhegos
dc.contributor.advisor1.fl_str_mv Fleck, Eliane Cristina Deckmann
contributor_str_mv Fleck, Eliane Cristina Deckmann
dc.subject.cnpq.fl_str_mv ACCNPQ::Ciências Humanas::História
topic ACCNPQ::Ciências Humanas::História
Indigenous war
Produção e consumo alimentar
Reciprocidade
Guerra indígena
Mitologia
Índios do Chaco
Eighteenth century
Food production and consumption
Reciprocity
Mythology
Indians of Chaco
Século 18
dc.subject.por.fl_str_mv Indigenous war
Produção e consumo alimentar
Reciprocidade
Guerra indígena
Mitologia
Índios do Chaco
dc.subject.eng.fl_str_mv Eighteenth century
Food production and consumption
Reciprocity
Mythology
Indians of Chaco
Século 18
description Após mais de um século e meio de perigosos e esporádicos contatos com os nativos do Chaco, a Coroa espanhola iniciou, na segunda metade do século 17, um projeto de catequização através do incentivo à atuação de missões evangélicas na região, a fim de estabelecer uma aproximação pacífica com os diversos grupos indígenas e permitir uma passagem segura à rota comercial entre o porto de Buenos Aires e as minas andinas do Chile. Ainda que esta nova abordagem colonizadora não tenha resultado na pacificação dos índios chaquenhos, o contato foi intensificado por causa da proliferação de reduções evangélicas naquela região ao longo do setecentos, levando muitos missionários e expedicionários a aventurarem-se no interior do Chaco, com o intuito de contatarem grupos mais afastados do convívio colonial. Esta oportunidade gerou uma série de impressões, críticas, descrições de caráter etnográfico, relatórios oficiais, acordos e negociações documentados ao longo de todo o século 18, que permitem a análise não apenas do discurso que os espanhóis produziram a respeito do contato, mas também da postura, do entendimento e das escolhas que os índios tiveram em relação ao convívio com os agentes e instituições coloniais. A presente tese tem como objetivo, a partir da análise de registros históricos produzidos por observadores civis e religiosos, de uma historiografia sobre o contato entre nativos e europeus no Chaco e de etnografias produzidas a respeito de grupos chaquenhos contemporâneos, demonstrar que os índios tomavam suas decisões e atitudes a partir de uma lógica que não era espontânea ou casuística, nem fruto do improviso frente às novas situações postas pelo avanço colonial. Esta lógica se sustentava num complexo sistema mitológico que guiava as percepções e o pensamento indígena, dotando-lhes de uma cosmologia própria e distinta da dos colonizadores modernos. Para comprovar tal hipótese, analiso três características do cotidiano socioeconômico indígena, cujos fundamentos práticos respaldam-se na relação com elementos mitológicos e, consequentemente, no entendimento cosmológico que os índios possuíam do mundo: a guerra, as trocas reciprocitárias e o sistema econômico de produção e consumo alimentar.
publishDate 2013
dc.date.issued.fl_str_mv 2013
dc.date.accessioned.fl_str_mv 2015-06-29T23:25:30Z
dc.date.available.fl_str_mv 2015-06-29T23:25:30Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4087
url http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4087
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade do Vale do Rio dos Sinos
dc.publisher.program.fl_str_mv Programa de Pós-Graduação em História
dc.publisher.initials.fl_str_mv Unisinos
dc.publisher.country.fl_str_mv Brasil
dc.publisher.department.fl_str_mv Escola de Humanidades
publisher.none.fl_str_mv Universidade do Vale do Rio dos Sinos
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
instacron:UNISINOS
instname_str Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
instacron_str UNISINOS
institution UNISINOS
reponame_str Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
collection Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
bitstream.url.fl_str_mv http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/4087/1/Galhegos.pdf
http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/4087/2/license.txt
bitstream.checksum.fl_str_mv a1655601b99ff65b1ba2fd8d82b58a55
e130fff006551e19abf270f718b7ab21
bitstream.checksumAlgorithm.fl_str_mv MD5
MD5
repository.name.fl_str_mv Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1801844965338251264