Da impossibilidade de certezas na fala-em-interação em consultas de câncer de mama
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3664 |
Resumo: | Esta tese provém de uma pesquisa de doutorado em Linguística Aplicada que visa a entender como se dão as interações entre oncologistas e mulheres com câncer de mama em consultas de acompanhamento ao longo de seus tratamentos ou de revisão. O foco do estudo foi em atendimentos que não consistiam em comunicação de más notícias (uma vez que as pacientes já haviam passado pelo diagnóstico de câncer) nem em tratamento de pacientes terminais. A literatura a respeito da relação médico-paciente no câncer tem englobado largamente esses dois pontos. Entretanto, a preocupação com a interação em consultas mais rotineiras, durante os tratamentos e nas revisões periódicas, em que nenhum diagnóstico ou prognóstico negativo é de fato entregue pelo médico, ainda é escassa. A metodologia utilizada advém da abordagem teórico-metodológica da Análise da Conversa ou Fala-em-Interação (SACKS, 1992; OSTERMANN; MENEGHEL, 2012). Seu foco é a observação, gravação em áudio (podendo ser também em vídeo) e posterior descrição das interações, das características das ações que os participantes ali produzem e de como as ações de um interagente afetam o outro, que irá produzir suas ações em resposta. Os dados (24 consultas gravadas em áudio) foram coletados em um hospital da região sul do Brasil que possui um centro para tratamento de câncer, transcritos segundo convenções próprias da área (JEFFERSON, 1984) e então analisados. A partir das análises, são descritas ações recorrentes realizadas por oncologistas e pacientes, tais como solicitações de avaliação; avaliações do próprio estado emocional; avaliações de estado físico; recomendações e avaliações prognósticas com justificativas e argumentação; accounts. Essas ações interacionais revelam que os participantes estão a lidar com a impossibilidade da certeza em vários aspectos nas consultas; por exemplo: a impossibilidade de uma avaliação prognóstica absolutamente certa, a impossibilidade de certeza sobre estar-se livre de recidivas, a impossibilidade de certeza de que determinados testes realmente servirão de base para as tomadas de decisão necessárias, etc. Além disso, algumas ações dos médicos (avaliações positivas, recomendações e avaliações prognósticas com justificativas e argumentação e accounts) possuem um potencial de tranquilização da paciente ao poderem diminuir incertezas por meio da construção de uma maior assertividade. Ao final, a contribuição do estudo pode consistir no aprimoramento de um dos eixos básicos da relação médico-paciente: como humanizar a relação oncologista-paciente de câncer de mama por meio de um aparato comunicacional – as práticas interacionais de gerenciamento da certeza. |
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2015-05-26T14:11:20Z2015-05-26T14:11:20Z2015-03-31Submitted by Maicon Juliano Schmidt (maicons) on 2015-05-26T14:11:20Z No. of bitstreams: 1 Joseane de Souza.pdf: 968658 bytes, checksum: 829b2d7efae01f53c4f417cbdf44f8eb (MD5)Made available in DSpace on 2015-05-26T14:11:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Joseane de Souza.pdf: 968658 bytes, checksum: 829b2d7efae01f53c4f417cbdf44f8eb (MD5) Previous issue date: 2015-03-31Esta tese provém de uma pesquisa de doutorado em Linguística Aplicada que visa a entender como se dão as interações entre oncologistas e mulheres com câncer de mama em consultas de acompanhamento ao longo de seus tratamentos ou de revisão. O foco do estudo foi em atendimentos que não consistiam em comunicação de más notícias (uma vez que as pacientes já haviam passado pelo diagnóstico de câncer) nem em tratamento de pacientes terminais. A literatura a respeito da relação médico-paciente no câncer tem englobado largamente esses dois pontos. Entretanto, a preocupação com a interação em consultas mais rotineiras, durante os tratamentos e nas revisões periódicas, em que nenhum diagnóstico ou prognóstico negativo é de fato entregue pelo médico, ainda é escassa. A metodologia utilizada advém da abordagem teórico-metodológica da Análise da Conversa ou Fala-em-Interação (SACKS, 1992; OSTERMANN; MENEGHEL, 2012). Seu foco é a observação, gravação em áudio (podendo ser também em vídeo) e posterior descrição das interações, das características das ações que os participantes ali produzem e de como as ações de um interagente afetam o outro, que irá produzir suas ações em resposta. Os dados (24 consultas gravadas em áudio) foram coletados em um hospital da região sul do Brasil que possui um centro para tratamento de câncer, transcritos segundo convenções próprias da área (JEFFERSON, 1984) e então analisados. A partir das análises, são descritas ações recorrentes realizadas por oncologistas e pacientes, tais como solicitações de avaliação; avaliações do próprio estado emocional; avaliações de estado físico; recomendações e avaliações prognósticas com justificativas e argumentação; accounts. Essas ações interacionais revelam que os participantes estão a lidar com a impossibilidade da certeza em vários aspectos nas consultas; por exemplo: a impossibilidade de uma avaliação prognóstica absolutamente certa, a impossibilidade de certeza sobre estar-se livre de recidivas, a impossibilidade de certeza de que determinados testes realmente servirão de base para as tomadas de decisão necessárias, etc. Além disso, algumas ações dos médicos (avaliações positivas, recomendações e avaliações prognósticas com justificativas e argumentação e accounts) possuem um potencial de tranquilização da paciente ao poderem diminuir incertezas por meio da construção de uma maior assertividade. Ao final, a contribuição do estudo pode consistir no aprimoramento de um dos eixos básicos da relação médico-paciente: como humanizar a relação oncologista-paciente de câncer de mama por meio de um aparato comunicacional – as práticas interacionais de gerenciamento da certeza.The present dissertation derives from doctoral research in Applied Linguistics that aims at understanding how interactions between oncologists and women with breast cancer play out in long-term treatment consultations and/or follow-up ones. The focus of the study was neither on consultations where bad news was delivered (since the patients had already been diagnosed with the illness) nor on those with terminally ill patients. Literature on the doctor-patient relationship in cancer has largely covered these issues. However, concern about verbal interaction in routine consultations during treatment and in periodic revisions, during which no diagnosis or negative prognosis is actually delivered by the doctor, has been scarce. The methodology used originates in the theoretical-methodological approach of Conversation Analysis or talk-in-interaction (SACKS, 1992; OSTERMANN; MENEGHEL, 2012). Its goal is the observation, audio (or video) recording and latter description of the interactions, the characteristics of the actions the participants produce therein and how one party’s actions affect the other, who will, in turn, produce his/her action in response. The data (24 audio recordings) were collected in a hospital in southern Brazil which is equipped with a cancer treatment center, then transcribed in accordance with conventions used in the field (JEFFERSON, 1984), then analyzed. From the analyses, recurring actions performed by doctors and their patients are described, such as requests for assessments; self-assessments of a patient’s emotional state; physical assessments; recommendations and prognostic evaluations with justifications and argumentation; accounts. These interactional actions show that the participants are dealing with a situation in which certainty is impossible in various aspects of the consultations, for instance: the impossibility of an absolutely certain prognostic evaluation, the impossibility of being sure about not having a relapse, the impossibility of certainty with regard to whether certain tests will actually serve as a basis for making necessary decisions, etc. Furthermore, some of these actions by the doctor (positive assessments, recommendations and prognostic assessments with justifications and argumentation, and accounts) have the potential to reassure the patient as they can reduce uncertainty by means of the construction of assertiveness. Ultimately, the contribution of this study may lie in the improvement of one of the basic axes of the relationship between doctors and their patients: how to humanize the oncologist-breast cancer patient relationship by means of a communicational apparatus – the interactional practices of certainty management.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorSouza, Joseane dehttp://lattes.cnpq.br/5385865437850023http://lattes.cnpq.br/8555609827722273Ostermann, Ana CristinaUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em Linguística AplicadaUnisinosBrasilEscola da Indústria CriativaDa impossibilidade de certezas na fala-em-interação em consultas de câncer de mamaACCNPQ::Lingüística, Letras e Artes::LingüísticaCâncer de mamaAnálise da conversaComunicação médico-pacienteBreast cancerConversation analysisDoctor-patient communicationinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3664info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALJoseane de Souza.pdfJoseane de Souza.pdfapplication/pdf968658http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/3664/1/Joseane+de+Souza.pdf829b2d7efae01f53c4f417cbdf44f8ebMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/3664/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52UNISINOS/36642015-05-26 11:12:04.463oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/3664Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2015-05-26T14:12:04Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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