Cosmopolíticas da Pachamama em pessoa: a constitucionalização dos direitos de outros-que-humanos no Equador
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Data de Publicação: | 2022 |
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Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/11878 |
Resumo: | No contexto das crises do Antropoceno, abordo os desafios onto-epistêmicos ao estabelecimento de vínculos não estritamente utilitários com a natureza. A ontologia dualista - que a limitou a um recurso - justifica a sua destruição pelo desenvolvimento econômico, bem comum determinado pelo Estado. Essa imposição integra conflitos não só ambientais, mas também ontológicos. O mundo moderno, que reivindica o direito de ser único, estabeleceu uma guerra contra ontologias que não operam pela separação entre humanos e outros-que-humanos. Na resistência, mundos relacionais desafiam o monopólio da definição do que é bem comum e do que, em nome dele, é sacrificável. Tomando como base e como ponto de partida a experiência constitucionalizada no Equador, que garantiu direitos próprios e incondicionados à natureza e à Pachamama, argumento que, embora essas entidades tenham sido incluídas na lei como sinônimos, elas não são ou podem não ser o mesmo. Ter em conta a possibilidade de existência de diferenças radicais, em termos cosmopolíticos, é uma aposta de que práticas dissidentes podem negociar comuns alternativos, em aliança por outros mundos possíveis. Divido esta tese em duas partes que podem ser lidas de forma independente. Na Primeira delas, porque as análises acerca da Constituição do Equador a situam como expressão de uma transição do antropocentrismo para um biocentrismo ou ecocentrismo jurídico, trato de explicitar o que essas descrições pressupõem e implicam. A Segunda Parte é dedicada aos precedentes políticos que contribuíram para a chegada da Pachamama até a Constituição e aos equívocos que podem emergir do diálogo entre diferentes perspectivas, compreendidas como ontologias ou mundos. |
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2022-10-11T17:31:30Z2022-10-11T17:31:30Z2022-08-02Submitted by Jeferson Carlos da Veiga Rodrigues (jveigar@unisinos.br) on 2022-10-11T17:31:30Z No. of bitstreams: 1 Aline Araújo_.pdf: 1597835 bytes, checksum: 7be52246294d6d61d41c505ee8784265 (MD5)Made available in DSpace on 2022-10-11T17:31:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Aline Araújo_.pdf: 1597835 bytes, checksum: 7be52246294d6d61d41c505ee8784265 (MD5) Previous issue date: 2022-08-02No contexto das crises do Antropoceno, abordo os desafios onto-epistêmicos ao estabelecimento de vínculos não estritamente utilitários com a natureza. A ontologia dualista - que a limitou a um recurso - justifica a sua destruição pelo desenvolvimento econômico, bem comum determinado pelo Estado. Essa imposição integra conflitos não só ambientais, mas também ontológicos. O mundo moderno, que reivindica o direito de ser único, estabeleceu uma guerra contra ontologias que não operam pela separação entre humanos e outros-que-humanos. Na resistência, mundos relacionais desafiam o monopólio da definição do que é bem comum e do que, em nome dele, é sacrificável. Tomando como base e como ponto de partida a experiência constitucionalizada no Equador, que garantiu direitos próprios e incondicionados à natureza e à Pachamama, argumento que, embora essas entidades tenham sido incluídas na lei como sinônimos, elas não são ou podem não ser o mesmo. Ter em conta a possibilidade de existência de diferenças radicais, em termos cosmopolíticos, é uma aposta de que práticas dissidentes podem negociar comuns alternativos, em aliança por outros mundos possíveis. Divido esta tese em duas partes que podem ser lidas de forma independente. Na Primeira delas, porque as análises acerca da Constituição do Equador a situam como expressão de uma transição do antropocentrismo para um biocentrismo ou ecocentrismo jurídico, trato de explicitar o que essas descrições pressupõem e implicam. A Segunda Parte é dedicada aos precedentes políticos que contribuíram para a chegada da Pachamama até a Constituição e aos equívocos que podem emergir do diálogo entre diferentes perspectivas, compreendidas como ontologias ou mundos.In the context of the Anthropocene crises, I address the onto-epistemic challenges to the establishment of non-strictly utilitarian relations with nature. The dualist ontology - which limited it to a resource - justifies its destruction by economic development, a common good determined by the State. This imposition integrates not only environmental but also ontological conflicts. The modern world, which claims the right to be unique, has waged a war against ontologies that do not operate through the separation of humans and other-than-humans. In resistance, relational worlds challenge the monopoly of defining what is the common good and what, in its name, can be sacrificed. Taking as a basis and as a starting point the constitutionalized experience in Ecuador, which guaranteed their own and unconditional rights to nature and Pachamama, I argue that, although these entities have been included in the law as synonyms, they are not or may not be the same. Taking into account the possibility of the existence of radical differences, in cosmopolitical terms, is a bet that dissident practices can negotiate alternative commons, in alliance for other possible world. I divide this thesis into two parts that can be read independently. In the first one, because the analyzes of the Constitution of Ecuador place it as an expression of a transition from anthropocentrism to biocentrism or ecocentrism, I try to explain what these descriptions presuppose and imply. The Second Part is dedicated to the political precedents that contributed to the arrival of Pachamama in the Constitution and the equivocations that can emerge from the dialogue between different perspectives, understood as ontologies or worlds.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorAraújo, Alinehttp://lattes.cnpq.br/4940808047114967http://lattes.cnpq.br/1962233945232825Salaini, Cristian Jobihttp://lattes.cnpq.br/4199105747545454Vieira, Miriam SteffenUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em Ciências SociaisUnisinosBrasilEscola de HumanidadesCosmopolíticas da Pachamama em pessoa: a constitucionalização dos direitos de outros-que-humanos no EquadorACCNPQ::Ciências Humanas::SociologiaPachamamaDireitos da NaturezaCosmopolíticaOntologias relacionaisRights of NatureCosmopoliticsRelational ontologiesinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/11878info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/11878/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52ORIGINALAline Araújo_.pdfAline Araújo_.pdfapplication/pdf1597835http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/11878/1/Aline+Ara%C3%BAjo_.pdf7be52246294d6d61d41c505ee8784265MD51UNISINOS/118782022-10-11 14:32:28.212oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/11878Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2022-10-11T17:32:28Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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