Narrativas da dor: estórias de vida de mulheres com queixas somáticas recorrentes

• Autor(a) principal: Moura, Adrissa
• Data de Publicação: 2012
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
• Texto Completo: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3146
• topic: ACCNPQ::Ciências Humanas::Psicologia; Psicossomática; Função materna; Estórias de vida.; Narratividade; Psychosomatics; Maternal role; Life Stori es; Narrativity

Esta dissertação de mestrado é composta por dois artigos, sendo um deles artigo teórico e o outro, artigo empírico. O artigo teórico aborda a importância da função materna na constituição do pré-consciente do indivíduo e sua influência na capacidade de simbolização e elaboração de traumas, refletindo sobre a relação destes aspectos com a recorrência de somatizações. Baseia-se na Escola Francesa de Psicossomática, liderada por Pierre Marty, abordando alguns de seus principais conceitos. O artigo empírico aborda as estórias de vida de mulheres que apresentam queixas somáticas de modo recorrente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório, com estudo decasos múltiplos, que tem como objetivo compreender a perspectiva das participantes em relação às suas estórias de vida e sintomatologia somática. Tem como referencial teórico a Escola Francesa de Psicossomática, com ênfase na abordagem de Pierre Marty e seus colaboradores, discutindo também as questões de vínculo parental e narratividade. Utiliza-se do Mini-Exame do Estado Mental, Escala de Alexitimia TAS-26, Parental Bonding Instrument e Entrevistas de Estória de Vida para desenvolver a investigação proposta. Os resultados obtidos apontam para semelhanças encontradas nos vínculos parentais, sobrecarga de responsabilidades, vivência de traumas, lutos e discurso empobrecido. Uma das participantes, apesar de ter respondido aos critérios de seleção, revelou-se com traços histriônicos, acenando para a possibilidade de uma crise conversiva ou de uma desorganização psicossomática temporária, o que acaba por enriquecer os questionamentos em torno do tema, que contemplam inclusive as possibilidades de equívoco da compreensão dos sintomas.