Comunidades remanescentes dos quilombolas de Arvinha e Mormaça: processos educativos na manutenção e recuperação do território
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3197 |
Resumo: | A presente tese analisa os processos educativos de duas Comunidades Remanescentes de Quilombos - Arvinha e Mormaça - localizadas na área rural dos municípios de Coxilha e Sertão, norte do Estado do Rio Grande do Sul. Desde 2004 foram reconhecidas como comunidades remanescentes pela Fundação Cultural Palmares. Arvinha e Mormaça são comunidades que lutam pela manutenção e recuperação daqueles espaços geográficos que hoje ocupam, o que não é pouco, pois têm o propósito de um processo de trabalho autônomo e livre da subserviência. O processo investigativo utilizou-se das seguintes metodologias: observação participante, entrevistas individuais e coletivas e pesquisa documental. Buscou-se compreender as questões que rodeiam o território e sua territorialidade, especialmente de comunidades dos grupos étnico-raciais autorreconhecidas, que desde sua secular origem, lutam por esse espaço, pelo pertencimento àquele lugar. Como tese apresenta-se o argumento de que nestes mais de 160 anos de história, tais comunidades vêm estabelecendo estratégias de sobrevivência, que se entende como estratégias educativas de ensinar e de aprender para não terem suas descendências absorvidas nos espaços comuns da sociedade brasileira. Combinações estas que se basearam no modo de relacionarem-se entre si pelos princípios da dádiva e reciprocidade e constituíram prática que possibilitou coesão entre os seus membros, por meio da uma travessia iniciada no ?ajuntamento de pessoas?, criando aglomerações e posteriormente a formação de uma comunidade. São processos educativos que as comunidades têm experenciado em suas trajetórias e tidos como mais significativos àqueles exercitados nos seus cotidianos, no convívio da casa, com parentes próximos, com a vizinhança e num grupo maior, a comunidade. Trata-se, portanto, de processos educativos de ensinar e aprender não escolarizados, que perpassam toda a história pessoal dos sujeitos, aliadas, ainda, às relações de parentesco, de compadrio e de amizade simbolizadas nas uniões matrimoniais que, cultivados, fizeram com que se mantivessem esses espaços e não se retrocedesse na luta pela ampliação a originalidade das áreas. |
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O processo investigativo utilizou-se das seguintes metodologias: observação participante, entrevistas individuais e coletivas e pesquisa documental. Buscou-se compreender as questões que rodeiam o território e sua territorialidade, especialmente de comunidades dos grupos étnico-raciais autorreconhecidas, que desde sua secular origem, lutam por esse espaço, pelo pertencimento àquele lugar. Como tese apresenta-se o argumento de que nestes mais de 160 anos de história, tais comunidades vêm estabelecendo estratégias de sobrevivência, que se entende como estratégias educativas de ensinar e de aprender para não terem suas descendências absorvidas nos espaços comuns da sociedade brasileira. Combinações estas que se basearam no modo de relacionarem-se entre si pelos princípios da dádiva e reciprocidade e constituíram prática que possibilitou coesão entre os seus membros, por meio da uma travessia iniciada no ?ajuntamento de pessoas?, criando aglomerações e posteriormente a formação de uma comunidade. São processos educativos que as comunidades têm experenciado em suas trajetórias e tidos como mais significativos àqueles exercitados nos seus cotidianos, no convívio da casa, com parentes próximos, com a vizinhança e num grupo maior, a comunidade. Trata-se, portanto, de processos educativos de ensinar e aprender não escolarizados, que perpassam toda a história pessoal dos sujeitos, aliadas, ainda, às relações de parentesco, de compadrio e de amizade simbolizadas nas uniões matrimoniais que, cultivados, fizeram com que se mantivessem esses espaços e não se retrocedesse na luta pela ampliação a originalidade das áreas.The present thesis analyses the education process of two communities of remaining quilombolas – Arvinha and Mormaça – localizated on the countryside at the towns of Coxilha and Sertão, northeast of Rio Grande do Sul. Since 2004 the remaining communities have been acknowledged by Fundação Cultural Palmares. Arvinha and Mormaça are communities which fight for the maintenance and recovery of their geographic space that they actually are occupying, because they has the purpose of a process which includes autonomous work and freedom of subservience. The investigative process utilized the following methodologies: participant observation, individual and collective interviews and documentary research. I seek to understand the issues about territory and territoriality, especially the communities of the racial ethnic groups which are self recognized. These groups have been fighting since their origin for their space, because they have the feeling to belong to that place. This thesis shows the reasons why the communities have been setting up survival strategies in the last 160 years, which one we understand as educational strategies linked to teaching and learning, with the intention to avoid that their knowledge will be absolved by brazilian society. Those strategies are based in the relations between the group’s members, and it has established and made possible the cohesion at the group, enabling a primitive clustering of people, and after that it became a community. It is an education process which the communities have experienced for a long time and it’s very significant at the daily life, at the relationship with the housemates, the relatives, the neighborhood, and, the biggest group, the community. Therefore, it’s a process of teaching and learning non-schooled, which is linked with the personal history of people, with the relationship with one another, the friendship, the relationship of “compadrio”. Finally, this process was able (and still is able) to preserve their space and don’t recede in the fight to keep the enlargement and originality of their areas.NenhumaOliveira, Heron Lisboa dehttp://lattes.cnpq.br/5900112547502018http://lattes.cnpq.br/8360909218928418Eggert, EdlaUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em EducaçãoUnisinosBrasilEscola de HumanidadesComunidades remanescentes dos quilombolas de Arvinha e Mormaça: processos educativos na manutenção e recuperação do territórioACCNPQ::Ciências Humanas::EducaçãoEducaçãoComunidade quilombolaTerritórioTerritorialidadeEducationQuilombola communityTerritoryTerritorialityinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3197info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALHeron Lisboa de Oliveira.pdfHeron Lisboa de Oliveira.pdfapplication/pdf5945976http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/3197/1/Heron+Lisboa+de+Oliveira.pdf770b123c266428370b4142cd4fe313a2MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82173http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/3197/2/license.txt5f6f2e4c758f6f32e6a732cc5786e55fMD52UNISINOS/31972015-04-23 10:15:34.475oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/3197Tk9UQTogQ09MT1FVRSBBUVVJIEEgU1VBIFBSw5NQUklBIExJQ0VOw4dBCkVzdGEgbGljZW7Dp2EgZGUgZXhlbXBsbyDDqSBmb3JuZWNpZGEgYXBlbmFzIHBhcmEgZmlucyBpbmZvcm1hdGl2b3MuCgpMSUNFTsOHQSBERSBESVNUUklCVUnDh8ODTyBOw4NPLUVYQ0xVU0lWQQoKQ29tIGEgYXByZXNlbnRhw6fDo28gZGVzdGEgbGljZW7Dp2EsIHZvY8OqIChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSDDoCAKVW5pdmVyc2lkYWRlIGRvIFZhbGUgZG8gUmlvIGRvcyBTaW5vcyAoVU5JU0lOT1MpIG8gZGlyZWl0byBuw6NvLWV4Y2x1c2l2byBkZSByZXByb2R1emlyLCAgdHJhZHV6aXIgKGNvbmZvcm1lIGRlZmluaWRvIGFiYWl4byksIGUvb3UgCmRpc3RyaWJ1aXIgYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YcOnw6NvIChpbmNsdWluZG8gbyByZXN1bW8pIHBvciB0b2RvIG8gbXVuZG8gbm8gZm9ybWF0byBpbXByZXNzbyBlIGVsZXRyw7RuaWNvIGUgCmVtIHF1YWxxdWVyIG1laW8sIGluY2x1aW5kbyBvcyBmb3JtYXRvcyDDoXVkaW8gb3UgdsOtZGVvLgoKVm9jw6ogY29uY29yZGEgcXVlIGEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHBvZGUsIHNlbSBhbHRlcmFyIG8gY29udGXDumRvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gCnBhcmEgcXVhbHF1ZXIgbWVpbyBvdSBmb3JtYXRvIHBhcmEgZmlucyBkZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogdGFtYsOpbSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgY8OzcGlhIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgCmRpc3NlcnRhw6fDo28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW7Dp2EsIGJhY2stdXAgZSBwcmVzZXJ2YcOnw6NvLgoKVm9jw6ogZGVjbGFyYSBxdWUgYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YcOnw6NvIMOpIG9yaWdpbmFsIGUgcXVlIHZvY8OqIHRlbSBvIHBvZGVyIGRlIGNvbmNlZGVyIG9zIGRpcmVpdG9zIGNvbnRpZG9zIApuZXN0YSBsaWNlbsOnYS4gVm9jw6ogdGFtYsOpbSBkZWNsYXJhIHF1ZSBvIGRlcMOzc2l0byBkYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YcOnw6NvIG7Do28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSAKY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5ndcOpbS4KCkNhc28gYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YcOnw6NvIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2PDqiBuw6NvIHBvc3N1aSBhIHRpdHVsYXJpZGFkZSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMsIHZvY8OqIApkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzw6NvIGlycmVzdHJpdGEgZG8gZGV0ZW50b3IgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIHBhcmEgY29uY2VkZXIgw6AgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIApvcyBkaXJlaXRvcyBhcHJlc2VudGFkb3MgbmVzdGEgbGljZW7Dp2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdMOhIGNsYXJhbWVudGUgCmlkZW50aWZpY2FkbyBlIHJlY29uaGVjaWRvIG5vIHRleHRvIG91IG5vIGNvbnRlw7pkbyBkYSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gb3JhIGRlcG9zaXRhZGEuCgpDQVNPIEEgVEVTRSBPVSBESVNTRVJUQcOHw4NPIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQ8ONTklPIE9VIApBUE9JTyBERSBVTUEgQUfDik5DSUEgREUgRk9NRU5UTyBPVSBPVVRSTyBPUkdBTklTTU8gUVVFIE7Dg08gU0VKQSBBIFNJR0xBIERFIApVTklWRVJTSURBREUsIFZPQ8OKIERFQ0xBUkEgUVVFIFJFU1BFSVRPVSBUT0RPUyBFIFFVQUlTUVVFUiBESVJFSVRPUyBERSBSRVZJU8ODTyBDT01PIApUQU1Cw4lNIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0HDh8OVRVMgRVhJR0lEQVMgUE9SIENPTlRSQVRPIE9VIEFDT1JETy4KCkEgU2lnbGEgZGUgVW5pdmVyc2lkYWRlIHNlIGNvbXByb21ldGUgYSBpZGVudGlmaWNhciBjbGFyYW1lbnRlIG8gc2V1IG5vbWUgKHMpIG91IG8ocykgbm9tZShzKSBkbyhzKSAKZGV0ZW50b3IoZXMpIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkYSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28sIGUgbsOjbyBmYXLDoSBxdWFscXVlciBhbHRlcmHDp8OjbywgYWzDqW0gZGFxdWVsYXMgCmNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW7Dp2EuCg==Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2015-04-23T13:15:34Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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