Multiculturalismo e o problema da universalidade: uma análise das teorias de Charles Taylor e Will Kymlicka
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7056 |
Resumo: | Neste trabalho sustentamos a tese de que o encontro entre as teorias de Charles Taylor e Will Kymlicka oferece boas perspectivas para o estabelecimento de um projeto multicultural em sociedades liberais e democráticas, mas possui limites quando da tentativa de universalização desse mesmo projeto. As dificuldades quanto à universalização se apresentam de formas distintas nos autores referidos. Para o liberal Kymlicka, os valores tradicionais do liberalismo são suficientes para o reconhecimento de todas as diferentes manifestações culturais. Com isso a universalidade estaria pré-concebida, o que, segundo nosso entendimento, impediria um diálogo construtivo com aqueles que não comungam os mesmos valores. Taylor, por sua vez, propõe um modelo de razão prática com raízes hermenêuticas que ofereceria elementos para o estabelecimento de juízos de valor com validade para todas as comunidades humanas que se colocassem em processo de compreensão mútua. As limitações residem na dificuldade para estabelecer condições mínimas para que esse processo se desenvolva sem distorções. Para chegar a esse momento, faremos antes uma retomada dos principais elementos envoltos nas discussões multiculturais no sentido de provar a necessidade de debater tal temática. Na sequência, apresentaremos criticamente os fundamentos conceituais desenvolvidos pelos filósofos canadenses em suas teorias do multiculturalismo. Basicamente, a autonomia é o conceito central em Kymlicka e o reconhecimento ocupa o mesmo espaço em Taylor. Por fim, a partir de um liberalismo brando, da não possibilidade de total neutralidade estatal e da valorização do contexto de escolha, propomos que existem elementos suficientes para desenvolver um projeto multicultural em sociedades liberais e democráticas. O que não significa, necessariamente, que temos elementos para um projeto multicultural com validade universal |
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2018-05-11T15:32:26Z2018-05-11T15:32:26Z2018-03-21Submitted by JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA (josianeso) on 2018-05-11T15:32:26Z No. of bitstreams: 1 Odair Camati_.pdf: 1067364 bytes, checksum: 5f0ed114a31bc5d5fcfe07a390e1b15c (MD5)Made available in DSpace on 2018-05-11T15:32:26Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Odair Camati_.pdf: 1067364 bytes, checksum: 5f0ed114a31bc5d5fcfe07a390e1b15c (MD5) Previous issue date: 2018-03-21Neste trabalho sustentamos a tese de que o encontro entre as teorias de Charles Taylor e Will Kymlicka oferece boas perspectivas para o estabelecimento de um projeto multicultural em sociedades liberais e democráticas, mas possui limites quando da tentativa de universalização desse mesmo projeto. As dificuldades quanto à universalização se apresentam de formas distintas nos autores referidos. Para o liberal Kymlicka, os valores tradicionais do liberalismo são suficientes para o reconhecimento de todas as diferentes manifestações culturais. Com isso a universalidade estaria pré-concebida, o que, segundo nosso entendimento, impediria um diálogo construtivo com aqueles que não comungam os mesmos valores. Taylor, por sua vez, propõe um modelo de razão prática com raízes hermenêuticas que ofereceria elementos para o estabelecimento de juízos de valor com validade para todas as comunidades humanas que se colocassem em processo de compreensão mútua. As limitações residem na dificuldade para estabelecer condições mínimas para que esse processo se desenvolva sem distorções. Para chegar a esse momento, faremos antes uma retomada dos principais elementos envoltos nas discussões multiculturais no sentido de provar a necessidade de debater tal temática. Na sequência, apresentaremos criticamente os fundamentos conceituais desenvolvidos pelos filósofos canadenses em suas teorias do multiculturalismo. Basicamente, a autonomia é o conceito central em Kymlicka e o reconhecimento ocupa o mesmo espaço em Taylor. Por fim, a partir de um liberalismo brando, da não possibilidade de total neutralidade estatal e da valorização do contexto de escolha, propomos que existem elementos suficientes para desenvolver um projeto multicultural em sociedades liberais e democráticas. O que não significa, necessariamente, que temos elementos para um projeto multicultural com validade universalIn this work, I support the thesis that even though the encounter between Charles Taylor’s and Will Kymlicka’s theories offers good prospects for the establishment of a multicultural project in liberal and democratic societies, it has some limits when we try to universalize it. The difficulties regarding universalization are presented in different ways by the aforementioned authors. On the one hand, Kymlicka’s liberalism holds that the traditional values of liberalism are sufficient for the recognition of all different cultural manifestations. On this view, the universality would be preconceived, which, according to our understanding, would preclude a constructive dialogue with those who do not share the same values. On the other hand, Taylor proposes a model of practical reason with hermeneutical roots that would provide elements for the establishment of value judgments valid for all human communities that put themselves in a process of mutual understanding. The limitations of this model lie in the difficulty of establishing minimum conditions for this process to be developed without distortions. To get this point, we shall first take up the main elements involved in multicultural discussions in order to prove the need to discuss such issues. After that, we shall critically expose the conceptual foundations developed by both Canadian philosophers in their theories of multiculturalism. Basically, while autonomy is Kymlicka’s core concept, recognition is Taylor’s one. Finally, from a soft liberalism, which claims the lack of state neutrality and the valorization of the context of choice, we propose that the encounter between the two theories has enough elements to develop a multicultural project in societies that are both liberal and democratic. Yet this does not necessarily mean that we have elements for a multicultural project with universal validity.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorCamati, Odairhttp://lattes.cnpq.br/3641447984211312http://lattes.cnpq.br/5246255686057823Helfer, InácioUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em FilosofiaUnisinosBrasilEscola de HumanidadesMulticulturalismo e o problema da universalidade: uma análise das teorias de Charles Taylor e Will KymlickaACCNPQ::Ciências Humanas::FilosofiaMulticulturalismoUniversalidadeAutonomiaReconhecimentoCharles TaylorWill KymlickaMulticulturalismUniversalityAutonomyRecognitionCharles TaylorWill Kymlickainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7056info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALOdair Camati_.pdfOdair Camati_.pdfapplication/pdf1067364http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7056/1/Odair+Camati_.pdf5f0ed114a31bc5d5fcfe07a390e1b15cMD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/7056/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52UNISINOS/70562018-05-11 12:34:05.6oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/7056Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2018-05-11T15:34:05Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false |
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