Como se de ventre livre nascesse: experiências de cativeiro, parentesco, emancipação e liberdade nos derradeiros anos da escravidão – Rio Pardo/RS, c.1860 - c.1888

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Perussatto, Melina Kleinert
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
Texto Completo: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3038
Resumo: Esse estudo tem como proposta investigar experiências de cativeiro, parentesco, emancipação e liberdade vivenciadas por trabalhadores escravos (ou que se aproximavam a essa condição), nas últimas décadas da escravidão (c.1860 ? c.1888). Nesse empreendimento lançamos mão principalmente do cruzamento quantitativo e nominativo de fontes diversas. Como local de observação o município de Rio Pardo, situado na região central da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e interligado fluvialmente à capital Porto Alegre, com a qual estabelecia relações comerciais. Sua economia baseava-se também na pecuária e na agricultura voltadas ao abastecimento interno. Como na maioria dos municípios sul-rio-grandenses, registrava o predomínio de pequenos proprietários de escravos, cuja força de trabalho estava disseminada por praticamente todas as atividades e espaços produtivos. O equilíbrio entre os sexos e a presença de trabalhadores jovens nas posses ao longo das quase três décadas de nosso levantamento junto aos inventários post-mortem nos fizeram problematizar a importância da reprodução endógena na persistência do cativeiro até as vésperas da abolição, bem como as configurações familiares tecidas pelos escravos. Nesse aspecto, os projetos e as estratégias de libertação engendradas por famílias negras, incluindo aí tanto a formação do pecúlio como a constituição de laços espirituais, passando pela apropriação dos dispositivos legais (sobretudo da lei de 28 de setembro de 1871, conhecida posteriormente como Lei do Ventre Livre), figuravam no repertório de recursos disponíveis e acionados. Escravos aparentemente destituídos de laços familiares, do mesmo modo, se faziam presentes entre aqueles que buscavam a alforria que, para além de simbolizar a passagem do cativeiro para a liberdade, operava nesse contexto de reorganização das relações trabalhistas como um arranjo de trabalho. O ano de 1884, nesse sentido, é emblemático por marcar a estratégia emancipacionista provincial de libertar sob condição de serviços o maior número de escravos possível, sem romper o poder moral dos escravistas. A presença dos filhos livres de mulheres escravas entre os bens inventariados, assim como os pedidos de tutela vinculados ao uso do trabalho desses menores pelos (ex)senhores de suas mães, ainda nos fizeram problematizar os atributos presentes na liberdade desses sujeitos cujas experiências se aproximavam do cativeiro. A atual situação de descendentes de escravos igualmente será pontuada a partir das experiências de uma comunidade quilombola rio-pardense que habita terras doadas aos seus descendentes nos tempos da escravidão e que resistem desde então à expropriação do território negro. Por fim, resta dizer que os sensos de justiça e direito manifestados por esses sujeitos históricos em relação ao cativeiro, à alforria, à família e à liberdade serão sobremaneira explicitados.
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Sua economia baseava-se também na pecuária e na agricultura voltadas ao abastecimento interno. Como na maioria dos municípios sul-rio-grandenses, registrava o predomínio de pequenos proprietários de escravos, cuja força de trabalho estava disseminada por praticamente todas as atividades e espaços produtivos. O equilíbrio entre os sexos e a presença de trabalhadores jovens nas posses ao longo das quase três décadas de nosso levantamento junto aos inventários post-mortem nos fizeram problematizar a importância da reprodução endógena na persistência do cativeiro até as vésperas da abolição, bem como as configurações familiares tecidas pelos escravos. Nesse aspecto, os projetos e as estratégias de libertação engendradas por famílias negras, incluindo aí tanto a formação do pecúlio como a constituição de laços espirituais, passando pela apropriação dos dispositivos legais (sobretudo da lei de 28 de setembro de 1871, conhecida posteriormente como Lei do Ventre Livre), figuravam no repertório de recursos disponíveis e acionados. Escravos aparentemente destituídos de laços familiares, do mesmo modo, se faziam presentes entre aqueles que buscavam a alforria que, para além de simbolizar a passagem do cativeiro para a liberdade, operava nesse contexto de reorganização das relações trabalhistas como um arranjo de trabalho. O ano de 1884, nesse sentido, é emblemático por marcar a estratégia emancipacionista provincial de libertar sob condição de serviços o maior número de escravos possível, sem romper o poder moral dos escravistas. A presença dos filhos livres de mulheres escravas entre os bens inventariados, assim como os pedidos de tutela vinculados ao uso do trabalho desses menores pelos (ex)senhores de suas mães, ainda nos fizeram problematizar os atributos presentes na liberdade desses sujeitos cujas experiências se aproximavam do cativeiro. A atual situação de descendentes de escravos igualmente será pontuada a partir das experiências de uma comunidade quilombola rio-pardense que habita terras doadas aos seus descendentes nos tempos da escravidão e que resistem desde então à expropriação do território negro. Por fim, resta dizer que os sensos de justiça e direito manifestados por esses sujeitos históricos em relação ao cativeiro, à alforria, à família e à liberdade serão sobremaneira explicitados.This study has a proposal to investigate captivity experiences, blood relations, emancipation and freedom lived by slave workers (and people who were in almost the same condition) in the last decades of slavery (1860 ? 1888). Therefore, we mainly use the crossing of numbers and names of various sources. As a local to observation the Rio Pardo County, situated in the central region of São Pedro do Rio Grande do Sul province and linked by river to Porto Alegre, the province?s capital which both had commercial relations established. Its economy was based also in cattle and agriculture both to respond internal demands. As in the majority of the counties in São Pedro do Rio Grande do Sul province Rio Pardo had a predominance of minor slaves owners whose work force was disseminated by practically every productive activities and areas. The equilibrium between genders and the presence of young workers at the slavery sites in almost three decades visited by this work among many post-mortem inventories made us to question the importance of endogenous slave reproduction at the captivity just before the abolition and also the family configurations made by those slaves. Under this aspect the projects and the strategies of freedom produced by afro descendents families included their properties conquered, the constitution of spiritual ties and the appropriation of legal rights (the law of September 28 of 1871 above all, known as the Free Venter Law), all of these were among the legal right resources available and, for that instance, were commonly used. Slaves that didn?t have that kind of family ties made their presences among those who were seeking for freedom - that exceeds the simple symbolization of changing the captivity situation - were operating by working adjustments in this reorganization of the labor relations context. The year of 1884, in this way, has its importance ?cause it marks the province?s emancipation strategy of liberating under some work conditions as many slaves as possible - all of this made to the slaves owners not to loose their moral power. Adding to that, the presence of free children from slaves mothers inventoried among the ex-slaves owners properties as also the requests of guardianship linked to the use of these children work force yet made us to question the attributes presents in the kind of freedom these subjects had in their near captivity experiences. The today situation of slaves? descendents is equally pointed in this study by a presentation of experiences of an afro community located at Rio Pardo County that lives in lands donated to their ancestors in the slavery times and that resists to expropriation nowadays. In the end we must point that the senses of justice and rights manifested by these historical subjects relating the captivity situation, the manumission, family and freedom will be mainly explicated in this work.CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e TecnológicoPerussatto, Melina Kleinerthttp://lattes.cnpq.br/7800703938390342http://lattes.cnpq.br/7416066730700319Moreira, Paulo Roberto StaudtUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUnisinosBrasilEscola de HumanidadesComo se de ventre livre nascesse: experiências de cativeiro, parentesco, emancipação e liberdade nos derradeiros anos da escravidão – Rio Pardo/RS, c.1860 - c.1888ACCNPQ::Ciências Humanas::HistóriaCativeiroFamíliaAlforriaLiberdadeRio PardoCaptivityFamilyManumissionFreedomRio Pardo Countyinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3038info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALcomo_ventre.pdfcomo_ventre.pdfapplication/pdf5965140http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/3038/1/como_ventre.pdfc0f1c449c7386732f2188cfea8393ff4MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82097http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/3038/2/license.txt30aee977a52392c99464e4663dd115a2MD52UNISINOS/30382015-03-31 15:39:53.541oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/3038Tk9UQTogQ09MT1FVRSBBUVVJIEEgU1VBIFBSP1BSSUEgTElDRU4/QQpFc3RhIGxpY2VuP2EgZGUgZXhlbXBsbyA/IGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxJQ0VOP0EgREUgRElTVFJJQlVJPz9PIE4/Ty1FWENMVVNJVkEKCkNvbSBhIGFwcmVzZW50YT8/byBkZXN0YSBsaWNlbj9hLCB2b2M/IChvIGF1dG9yIChlcykgb3UgbyB0aXR1bGFyIGRvcyBkaXJlaXRvcyBkZSBhdXRvcikgY29uY2VkZSA/IApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG4/by1leGNsdXNpdm8gZGUgcmVwcm9kdXppciwgIHRyYWR1emlyIChjb25mb3JtZSBkZWZpbmlkbyBhYmFpeG8pLCBlL291IApkaXN0cmlidWlyIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGE/P28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHI/bmljbyBlIAplbSBxdWFscXVlciBtZWlvLCBpbmNsdWluZG8gb3MgZm9ybWF0b3MgP3VkaW8gb3Ugdj9kZW8uCgpWb2M/IGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlLCBzZW0gYWx0ZXJhciBvIGNvbnRlP2RvLCB0cmFuc3BvciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIApwYXJhIHF1YWxxdWVyIG1laW8gb3UgZm9ybWF0byBwYXJhIGZpbnMgZGUgcHJlc2VydmE/P28uCgpWb2M/IHRhbWI/bSBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSBtYW50ZXIgbWFpcyBkZSB1bWEgYz9waWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGE/P28gcGFyYSBmaW5zIGRlIHNlZ3VyYW4/YSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhPz9vLgoKVm9jPyBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vID8gb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jPyB0ZW0gbyBwb2RlciBkZSBjb25jZWRlciBvcyBkaXJlaXRvcyBjb250aWRvcyAKbmVzdGEgbGljZW4/YS4gVm9jPyB0YW1iP20gZGVjbGFyYSBxdWUgbyBkZXA/c2l0byBkYSBzdWEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byBuP28sIHF1ZSBzZWphIGRlIHNldSAKY29uaGVjaW1lbnRvLCBpbmZyaW5nZSBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcyBkZSBuaW5ndT9tLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhPz9vIGNvbnRlbmhhIG1hdGVyaWFsIHF1ZSB2b2M/IG4/byBwb3NzdWkgYSB0aXR1bGFyaWRhZGUgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzLCB2b2M/IApkZWNsYXJhIHF1ZSBvYnRldmUgYSBwZXJtaXNzP28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciA/IFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSAKb3MgZGlyZWl0b3MgYXByZXNlbnRhZG9zIG5lc3RhIGxpY2VuP2EsIGUgcXVlIGVzc2UgbWF0ZXJpYWwgZGUgcHJvcHJpZWRhZGUgZGUgdGVyY2Vpcm9zIGVzdD8gY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGU/ZG8gZGEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/byBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBPz9PIE9SQSBERVBPU0lUQURBIFRFTkhBIFNJRE8gUkVTVUxUQURPIERFIFVNIFBBVFJPQz9OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBRz9OQ0lBIERFIEZPTUVOVE8gT1UgT1VUUk8gT1JHQU5JU01PIFFVRSBOP08gU0VKQSBBIFNJR0xBIERFIApVTklWRVJTSURBREUsIFZPQz8gREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTP08gQ09NTyAKVEFNQj9NIEFTIERFTUFJUyBPQlJJR0E/P0VTIEVYSUdJREFTIFBPUiBDT05UUkFUTyBPVSBBQ09SRE8uCgpBIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBzZSBjb21wcm9tZXRlIGEgaWRlbnRpZmljYXIgY2xhcmFtZW50ZSBvIHNldSBub21lIChzKSBvdSBvKHMpIG5vbWUocykgZG8ocykgCmRldGVudG9yKGVzKSBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgZGEgdGVzZSBvdSBkaXNzZXJ0YT8/bywgZSBuP28gZmFyPyBxdWFscXVlciBhbHRlcmE/P28sIGFsP20gZGFxdWVsYXMgCmNvbmNlZGlkYXMgcG9yIGVzdGEgbGljZW4/YS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2015-03-31T18:39:53Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false
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