“Caminhar perguntando”: para além, apesar ou com o estado?: A construção de autonomias nos movimentos de economia solidária de Brasil e México
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) |
Texto Completo: | http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10277 |
Resumo: | Esta tese apresenta uma análise da trajetória dos movimentos de economia solidária do Brasil e do México de 1995 à 2020, com base em suas relações e interações com o Estado em cada um dos países. Meu interesse prioritário esteve orientado pela tentativa de compreensão de como foram se modificando ao longo do tempo as autonomias de cada um dos movimentos. Tratando-se de uma investigação de caráter qualitativo, para alcançar o objetivo do presente estudo de caso comparado, realizei revisão de bibliografia assim como pesquisa de campo a partir de observações participantes e de entrevistas semiestruturadas. Quanto às observações, elas foram realizadas tanto no âmbito do Movimento de Economia Solidária Brasileiro quanto no do Movimento de Economia Solidária Mexicano; foram 12 entrevistados de cada um dos movimentos assim como mais 4 vinculados à institucionalidade estatal da economia solidária nos dois países. Do ponto de vista da análise, a investigação bibliográfica me levaria a pelo menos quatro pressupostos de partida: a autonomia como capacidade individual e coletiva de lucidez e reflexão, marco da ação, como uma categoria propriamente relacional e marcada por um duplo processo de negação-construção. Partindo disto, foi possível pensá-la em relação ao Estado desde três distintas possibilidades: a ação autônoma para além do Estado (negação de sua totalidade e construção de formas de organizar a vida em comum à sua margem); a ação autônoma apesar do Estado (negação de suas dinâmicas de funcionamento e construção de confrontos políticos extrainstitucionais que visam reconhecimento de direitos); e a ação autônoma com o Estado (negação de suas políticas e construção de outras desde a participação institucional). A mencionada tipologia terminaria servindo como marco da análise empírica quando do cruzamento dos dados das trajetórias dos movimentos com as configurações contextuais de cada um dos países ao longo do tempo. Quanto aos contextos, o Brasil somouse, a partir dos anos 2000, a outras experiências sul-americanas e experimentou governos de característica democrático-participativa que abriram o Estado à participação. O México, por sua vez, não acompanhou tal onda e permaneceu quase que a totalidade do período analisado sob contextos pouco ou nada atrativos à participação. Já em relação às trajetórias dos movimentos, no caso brasileiro a presença de um sujeito político-coletivo integrador e legitimado nacionalmente pelo conjunto do movimento permitiu perceber-se um trânsito entre as ações para além e com o Estado; no interior desta última, oscilou entre a autonomia inserida e a interdependente. No caso mexicano, a ausência daquele sujeito político-coletivo somada à interações desarticuladas e não sistemáticas de um ou outro sujeito do movimento com o Estado foi o que caracterizou, também considerando o nível nacional, um tipo de ação para além do Estado. A ausência do referido sujeito capaz de aglutinar nacionalmente o movimento orientaria meu foco analítico para a diversidade das experiências locais. Com este enfoque, foi possível perceber experiências que se inscreveram tanto como para além, quanto como apesar e com o Estado. Por último, importa registrar que, observadas as potências transformadoras das três dinâmicas de ação autônoma, parece ser somente aquela para além do Estado a que é capaz de pré-figurar no agora, no tempo presente, a auto-organização substantiva da vida em comum que reconecta as dimensões econômica e política da vida no todo cotidiano-comunitário, tal qual no caso do Movimento Zapatista mexicano. |
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Tratando-se de uma investigação de caráter qualitativo, para alcançar o objetivo do presente estudo de caso comparado, realizei revisão de bibliografia assim como pesquisa de campo a partir de observações participantes e de entrevistas semiestruturadas. Quanto às observações, elas foram realizadas tanto no âmbito do Movimento de Economia Solidária Brasileiro quanto no do Movimento de Economia Solidária Mexicano; foram 12 entrevistados de cada um dos movimentos assim como mais 4 vinculados à institucionalidade estatal da economia solidária nos dois países. Do ponto de vista da análise, a investigação bibliográfica me levaria a pelo menos quatro pressupostos de partida: a autonomia como capacidade individual e coletiva de lucidez e reflexão, marco da ação, como uma categoria propriamente relacional e marcada por um duplo processo de negação-construção. Partindo disto, foi possível pensá-la em relação ao Estado desde três distintas possibilidades: a ação autônoma para além do Estado (negação de sua totalidade e construção de formas de organizar a vida em comum à sua margem); a ação autônoma apesar do Estado (negação de suas dinâmicas de funcionamento e construção de confrontos políticos extrainstitucionais que visam reconhecimento de direitos); e a ação autônoma com o Estado (negação de suas políticas e construção de outras desde a participação institucional). A mencionada tipologia terminaria servindo como marco da análise empírica quando do cruzamento dos dados das trajetórias dos movimentos com as configurações contextuais de cada um dos países ao longo do tempo. Quanto aos contextos, o Brasil somouse, a partir dos anos 2000, a outras experiências sul-americanas e experimentou governos de característica democrático-participativa que abriram o Estado à participação. O México, por sua vez, não acompanhou tal onda e permaneceu quase que a totalidade do período analisado sob contextos pouco ou nada atrativos à participação. Já em relação às trajetórias dos movimentos, no caso brasileiro a presença de um sujeito político-coletivo integrador e legitimado nacionalmente pelo conjunto do movimento permitiu perceber-se um trânsito entre as ações para além e com o Estado; no interior desta última, oscilou entre a autonomia inserida e a interdependente. No caso mexicano, a ausência daquele sujeito político-coletivo somada à interações desarticuladas e não sistemáticas de um ou outro sujeito do movimento com o Estado foi o que caracterizou, também considerando o nível nacional, um tipo de ação para além do Estado. A ausência do referido sujeito capaz de aglutinar nacionalmente o movimento orientaria meu foco analítico para a diversidade das experiências locais. Com este enfoque, foi possível perceber experiências que se inscreveram tanto como para além, quanto como apesar e com o Estado. Por último, importa registrar que, observadas as potências transformadoras das três dinâmicas de ação autônoma, parece ser somente aquela para além do Estado a que é capaz de pré-figurar no agora, no tempo presente, a auto-organização substantiva da vida em comum que reconecta as dimensões econômica e política da vida no todo cotidiano-comunitário, tal qual no caso do Movimento Zapatista mexicano.This thesis presents an analysis of the trajectory of solidary economy movements in Brazil and Mexico from 1995 to 2020, based on their relations and interactions with the State in each of countries. My main interest was guided by the attempt to understand how the autonomy of each movement changed over the time. As this is a qualitative investigation, in order to achieve the objective of the present comparative case study, I carried out a literature review and field research based on participant observations and semi-structured interviews. Regarding the observations, they were carried out both in the scope of the Brazilian Solidarity Economy Movement and in the Mexican Solidarity Economy Movement; 12 representatives of each of the movements were interviewed, plus 4 linked to the state institutions of the Brazilian solidary economy and another 4 with the same type of link in the Mexican case. From the point of view of analysis, the bibliographical investigation would lead me to at least four starting assumptions: autonomy as an individual and collective capacity for lucidity and reflection, as a landmark of action, as a properly relational category and marked by a double process of denial-construction. Based on this, it was possible to think about it in relation to the State from three distinct possibilities: autonomous action beyond the State (denial of its totality and construction of ways to organize life in common on its margins); autonomous action despite the State (denial of its dynamics of functioning and construction of extra-institutional political confrontations aimed at recognizing rights); and autonomous action with the State (denial of its policies and construction of others from institutional participation). The aforementioned typology would end up serving as a framework for empirical analysis in the crossing of data on the movements trajectories with the contextual configurations of each of countries over time. As for the contexts, from the 2000s onwards, Brazil joined other South American experiences and experimented with democratic-participatory governments that opened the State to participation. Mexico, in turn, did not follow this wave and remained almost the entire period analyzed under contexts that were not very attractive to participation. In relation to the trajectories of the movements, in the Brazilian case, the presence of an integrating political-collective subject nationally legitimized by the movement as a whole allowed us to perceive a transit between actions beyond and with the State; within the latter, it oscillated between inserted and interdependent autonomy. In the Mexican case, the absence of that collective political subject added to the disjointed and non-systematic interactions of one or another subject of the movement with the State was what characterized, a type of action beyond the State, also considering the national level. The absence of the aforementioned subject capable of uniting the movement nationally would guide my analytical focus towards the diversity of local experiences. With this focus, it was possible to perceive experiences that were registered both as beyond, as despite and with the State. Finally, it is important to note that, considering the transforming powers of the three dynamics of autonomous action, it seems to be only the one beyond the State that is able to pre-figure in the now, in the present time, the substantive selforganization of life in common which reconnects the economic and political dimensions of life in the everyday-community, as in the case of the Mexican Zapatista Movement.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorOliveira, Gustavo Moura dehttp://lattes.cnpq.br/5416108900421382http://lattes.cnpq.br/3823939489789066Dowbor, Monika Weronikahttp://lattes.cnpq.br/9020322641323049Ferrarini, Adriane VieiraUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em Ciências SociaisUnisinosBrasilEscola de Humanidades“Caminhar perguntando”: para além, apesar ou com o estado?: A construção de autonomias nos movimentos de economia solidária de Brasil e MéxicoACCNPQ::Ciências Humanas::SociologiaAutonomiaEstadoMovimentos sociaisEconomia solidáriaBrasilMéxicoAutonomyStateSocial movementsSolidarity economyBrazilMexicoinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10277info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSORIGINALGustavo Moura de Oliveira_.pdfGustavo Moura de Oliveira_.pdfapplication/pdf4206237http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/10277/1/Gustavo+Moura+de+Oliveira_.pdf29f6e99491ba2a7380cc7bab67778f19MD51LICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; 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