Campos esquecidos: experiências sociais de cativeiro em uma zona rural e fronteiriça (Norte-Noroeste do Rio Grande do Sul: 1840–1888)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Daronco, Leandro Jorge
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)
Texto Completo: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10925
Resumo: A presente tese apresenta a reconstituição de cenários da sociedade escravista rural e fronteiriça do Norte-Noroeste do RS nos oitocentos, através de intenso diálogo com os processos criminais. A tese comprova a intensidade e as complexidades das relações escravistas na região pesquisada – através da análise das relações de trabalho, das diversas formas de resistência, da constante produção de violências e da aproximação de “atores” de diferentes segmentos sociais. Esse cenário insere a região entre os principais redutos escravistas da Província rio-grandense, na qual a escravidão se disseminou entre as mais diversas atividades produtivas, e não se restringiu aos abastados proprietários de terras, mas se efetivou entre pequenos comerciantes, carreteiros, proprietários de chácaras, investidores, entre outros. Os atos de violência registrados nos autos criminais foram produto não apenas da resistência dos “assenzalados” às duras condições de vida em cativeiro, mas também de ações solitárias ou articuladas junto a libertos e outras pessoas livres, com objetivos que atendiam a interesses específicos, motivados pela possibilidade de acessar por meios diversos a liberdade. As tensões presentes nessas relações cotidianas nos revelam uma sociedade que extrapolou de longe a tradicional visão reducionista que limitou a escravidão ao binômio senhor-escravo. Estes cenários reconstituídos envolvem outros sujeitos, motivações e interesses diversos, no qual, a legislação através do Código Criminal do Império (1830) e os Códigos de Posturas das Câmaras Municipais da região tornam-se instrumentos de controle estatal e senhoril, dispositivos que não eximiram senhores de implementar outras estratégias de domínio e negociação, na qual o castigo doméstico e a negociação ganharam relevo. Neste sentido, a tese comprova através das fontes judiciárias a existência de um universo de relações que convergiu para aproximar através da cumplicidade ou de interesses comuns os diferentes segmentos sociais – estreitamento social que produziram atos de violência e resistência. Em muitos destes atos, os homens em cativeiro foram sujeitos ativos – “senhores de si”.
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Esse cenário insere a região entre os principais redutos escravistas da Província rio-grandense, na qual a escravidão se disseminou entre as mais diversas atividades produtivas, e não se restringiu aos abastados proprietários de terras, mas se efetivou entre pequenos comerciantes, carreteiros, proprietários de chácaras, investidores, entre outros. Os atos de violência registrados nos autos criminais foram produto não apenas da resistência dos “assenzalados” às duras condições de vida em cativeiro, mas também de ações solitárias ou articuladas junto a libertos e outras pessoas livres, com objetivos que atendiam a interesses específicos, motivados pela possibilidade de acessar por meios diversos a liberdade. As tensões presentes nessas relações cotidianas nos revelam uma sociedade que extrapolou de longe a tradicional visão reducionista que limitou a escravidão ao binômio senhor-escravo. Estes cenários reconstituídos envolvem outros sujeitos, motivações e interesses diversos, no qual, a legislação através do Código Criminal do Império (1830) e os Códigos de Posturas das Câmaras Municipais da região tornam-se instrumentos de controle estatal e senhoril, dispositivos que não eximiram senhores de implementar outras estratégias de domínio e negociação, na qual o castigo doméstico e a negociação ganharam relevo. Neste sentido, a tese comprova através das fontes judiciárias a existência de um universo de relações que convergiu para aproximar através da cumplicidade ou de interesses comuns os diferentes segmentos sociais – estreitamento social que produziram atos de violência e resistência. Em muitos destes atos, os homens em cativeiro foram sujeitos ativos – “senhores de si”.Esta tesis presenta la reconstitución de los escenarios de la sociedad esclavista rural y fronteriza del Norte-Noroeste del RS en los ochocientos, a través del intenso diálogo con los procesos criminales. La tesis comprueba la intensidad y las complejidades de las relaciones esclavistas en la región investigada – a través de un análisis de las relaciones de trabajo, de las diversas formas de resistencia, de la constante producción de violencias y de la aproximación de “actores” de distintos segmentos sociales. Ese escenario incluye la región entre los principales reductos esclavistas de la provincia rio-grandense, donde la esclavitud se diseminó entre las más diversas actividades productivas y no se restringió a los grandes propietarios de tierras, pero se efectuó entre los pequeños comerciantes, carreteros, propietarios de fincas, inversionistas, entre otros. Los actos de violencia registrados en los autos criminales fueron producto no sólo de la resistencia de los esclavos a las crueles condiciones de vida em cautividad, sino de acciones solitarias o articuladas junto a los esclavos liberados y otras personas libres, con objetivos que atendían a los intereses específicos, motivados por la posibilidad de llegar, por diversos medios, a la libertad. Las tensiones presentes en essas relaciones cotidianas revelan una sociedad que extrapoló la tradicional visión reducionista que limitó la esclavitud al binomio señor-esclavo. Estos escenarios reconstituidos envuelven otros sujetos, motivos e intereses diversos en que, la legislación, a través del Código Criminal del Imperio (1830) y los Códigos de Posturas de las Cámaras Municipales, se vuelven como instrumentos de control estatal y señoril, dispositivos que no eximieron señores de implementar otras estrategias de dominio y negociación, en que el castigo doméstico y la negociación lograron relieve. En este sentido, la tesis comprueba, a través de fuentes judiciarias, la existencia de um universo de relaciones que convergieron para acercar, a través de la complicidad o de intereses comunes, los distintos segmentos sociales - estrechamiento social que produjo actos de violencia y resistencia. En muchos de estos actos, los hombres en cautividad fueron sujetos activos – “señores de si mismo”.CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível SuperiorDaronco, Leandro Jorgehttp://lattes.cnpq.br/6881416716582041http://lattes.cnpq.br/7416066730700319Moreira, Paulo Roberto StaudtUniversidade do Vale do Rio dos SinosPrograma de Pós-Graduação em HistóriaUnisinosBrasilEscola de HumanidadesCampos esquecidos: experiências sociais de cativeiro em uma zona rural e fronteiriça (Norte-Noroeste do Rio Grande do Sul: 1840–1888)ACCNPQ::Ciências Humanas::HistóriaEscravidãoFronteira norte-noroeste do RSViolênciaEsclavitudFrontera norte-noroeste del RSViolenciainfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesishttp://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10925info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos)instname:Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)instacron:UNISINOSLICENSElicense.txtlicense.txttext/plain; charset=utf-82175http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/10925/2/license.txt320e21f23402402ac4988605e1edd177MD52ORIGINALLeandro Jorge Daronco_.pdfLeandro Jorge Daronco_.pdfapplication/pdf2921624http://repositorio.jesuita.org.br/bitstream/UNISINOS/10925/3/Leandro+Jorge+Daronco_.pdf5a3753788021de503e972d450666d238MD53UNISINOS/109252022-03-21 15:20:39.623oai:www.repositorio.jesuita.org.br:UNISINOS/10925Ck5PVEE6IENPTE9RVUUgQVFVSSBBIFNVQSBQUsOTUFJJQSBMSUNFTsOHQQoKRXN0YSBsaWNlbsOnYSBkZSBleGVtcGxvIMOpIGZvcm5lY2lkYSBhcGVuYXMgcGFyYSBmaW5zIGluZm9ybWF0aXZvcy4KCkxpY2Vuw6dhIERFIERJU1RSSUJVScOHw4NPIE7Dg08tRVhDTFVTSVZBCgpDb20gYSBhcHJlc2VudGHDp8OjbyBkZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgdm9jw6ogKG8gYXV0b3IgKGVzKSBvdSBvIHRpdHVsYXIgZG9zIGRpcmVpdG9zIGRlIGF1dG9yKSBjb25jZWRlIMOgIApVbml2ZXJzaWRhZGUgZG8gVmFsZSBkbyBSaW8gZG9zIFNpbm9zIChVTklTSU5PUykgbyBkaXJlaXRvIG7Do28tZXhjbHVzaXZvIGRlIHJlcHJvZHV6aXIsICB0cmFkdXppciAoY29uZm9ybWUgZGVmaW5pZG8gYWJhaXhvKSwgZS9vdSAKZGlzdHJpYnVpciBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gKGluY2x1aW5kbyBvIHJlc3VtbykgcG9yIHRvZG8gbyBtdW5kbyBubyBmb3JtYXRvIGltcHJlc3NvIGUgZWxldHLDtG5pY28gZSAKZW0gcXVhbHF1ZXIgbWVpbywgaW5jbHVpbmRvIG9zIGZvcm1hdG9zIMOhdWRpbyBvdSB2w61kZW8uCgpWb2PDqiBjb25jb3JkYSBxdWUgYSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgcG9kZSwgc2VtIGFsdGVyYXIgbyBjb250ZcO6ZG8sIHRyYW5zcG9yIGEgc3VhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyAKcGFyYSBxdWFscXVlciBtZWlvIG91IGZvcm1hdG8gcGFyYSBmaW5zIGRlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiB0YW1iw6ltIGNvbmNvcmRhIHF1ZSBhIFNpZ2xhIGRlIFVuaXZlcnNpZGFkZSBwb2RlIG1hbnRlciBtYWlzIGRlIHVtYSBjw7NwaWEgYSBzdWEgdGVzZSBvdSAKZGlzc2VydGHDp8OjbyBwYXJhIGZpbnMgZGUgc2VndXJhbsOnYSwgYmFjay11cCBlIHByZXNlcnZhw6fDo28uCgpWb2PDqiBkZWNsYXJhIHF1ZSBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gw6kgb3JpZ2luYWwgZSBxdWUgdm9jw6ogdGVtIG8gcG9kZXIgZGUgY29uY2VkZXIgb3MgZGlyZWl0b3MgY29udGlkb3MgCm5lc3RhIGxpY2Vuw6dhLiBWb2PDqiB0YW1iw6ltIGRlY2xhcmEgcXVlIG8gZGVww7NzaXRvIGRhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gbsOjbywgcXVlIHNlamEgZGUgc2V1IApjb25oZWNpbWVudG8sIGluZnJpbmdlIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRlIG5pbmd1w6ltLgoKQ2FzbyBhIHN1YSB0ZXNlIG91IGRpc3NlcnRhw6fDo28gY29udGVuaGEgbWF0ZXJpYWwgcXVlIHZvY8OqIG7Do28gcG9zc3VpIGEgdGl0dWxhcmlkYWRlIGRvcyBkaXJlaXRvcyBhdXRvcmFpcywgdm9jw6ogCmRlY2xhcmEgcXVlIG9idGV2ZSBhIHBlcm1pc3PDo28gaXJyZXN0cml0YSBkbyBkZXRlbnRvciBkb3MgZGlyZWl0b3MgYXV0b3JhaXMgcGFyYSBjb25jZWRlciDDoCBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgCm9zIGRpcmVpdG9zIGFwcmVzZW50YWRvcyBuZXN0YSBsaWNlbsOnYSwgZSBxdWUgZXNzZSBtYXRlcmlhbCBkZSBwcm9wcmllZGFkZSBkZSB0ZXJjZWlyb3MgZXN0w6EgY2xhcmFtZW50ZSAKaWRlbnRpZmljYWRvIGUgcmVjb25oZWNpZG8gbm8gdGV4dG8gb3Ugbm8gY29udGXDumRvIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbyBvcmEgZGVwb3NpdGFkYS4KCkNBU08gQSBURVNFIE9VIERJU1NFUlRBw4fDg08gT1JBIERFUE9TSVRBREEgVEVOSEEgU0lETyBSRVNVTFRBRE8gREUgVU0gUEFUUk9Dw41OSU8gT1UgCkFQT0lPIERFIFVNQSBBR8OKTkNJQSBERSBGT01FTlRPIE9VIE9VVFJPIE9SR0FOSVNNTyBRVUUgTsODTyBTRUpBIEEgU0lHTEEgREUgClVOSVZFUlNJREFERSwgVk9Dw4ogREVDTEFSQSBRVUUgUkVTUEVJVE9VIFRPRE9TIEUgUVVBSVNRVUVSIERJUkVJVE9TIERFIFJFVklTw4NPIENPTU8gClRBTULDiU0gQVMgREVNQUlTIE9CUklHQcOHw5VFUyBFWElHSURBUyBQT1IgQ09OVFJBVE8gT1UgQUNPUkRPLgoKQSBTaWdsYSBkZSBVbml2ZXJzaWRhZGUgc2UgY29tcHJvbWV0ZSBhIGlkZW50aWZpY2FyIGNsYXJhbWVudGUgbyBzZXUgbm9tZSAocykgb3UgbyhzKSBub21lKHMpIGRvKHMpIApkZXRlbnRvcihlcykgZG9zIGRpcmVpdG9zIGF1dG9yYWlzIGRhIHRlc2Ugb3UgZGlzc2VydGHDp8OjbywgZSBuw6NvIGZhcsOhIHF1YWxxdWVyIGFsdGVyYcOnw6NvLCBhbMOpbSBkYXF1ZWxhcyAKY29uY2VkaWRhcyBwb3IgZXN0YSBsaWNlbsOnYS4KBiblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.repositorio.jesuita.org.br/oai/requestopendoar:2022-03-21T18:20:39Repositório Institucional da UNISINOS (RBDU Repositório Digital da Biblioteca da Unisinos) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)false
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