Aspectos educacionais do karate: discutindo suas representações no cinema
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng por |
Título da fonte: | Educação e Pesquisa |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/162571 |
Resumo: | O karate é uma luta originária de Okinawa, ilha ao sul do Japão. Historicamente, atravessou três períodos: a partir do século XVII, como bujutsu, técnica clandestina de luta; depois, como budo, quando foi convertido em luta tradicional japonesa, em fins do século XIX, propugnando valores educacionais e identitários; e finalmente, como esporte de luta, quando foi associado a performance motora e competitividade, no século XX. Ao considerar o papel do karate como veiculador de valores de um Japão idealizado – japonesidade –, este trabalho analisa representações cinematográficas dessa luta. A análise focou nos aspectos educativos retratados nos filmes, a série estadunidense The karate kid e o japonês Kuro obi, sendo conduzida conforme três categorias: a relação entre teoria e prática; ruídos e conflitos entre professor e aluno; e formação do aluno como futuro professor. Os resultados revelam que as obras criticam a esportivização do karate, enfatizando a representação de aspectos educacionais associados aos períodos do bujutsu e, principalmente, do budo. Também, colaboram para reafirmar e atualizar a japonesidade, ao tratar os princípios do budo e sua transmissão educacional de forma idealizada, sem aludir a seu caráter moderno. Ainda, os filmes apresentam divergências em relação à proposta contemporânea de uma pedagogia das lutas, fundamentada na ciência da motricidade humana. Por outro lado, as produções cinematográficas contribuem para a área educacional na medida em que possibilitam discussões a respeito dos processos formativos e seus percalços, retratados de forma original, recorrendo aos conceitos de yin/ yang relacionados aos princípios zen-budistas do budo. |
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O karate é uma luta originária de Okinawa, ilha ao sul do Japão. Historicamente, atravessou três períodos: a partir do século XVII, como bujutsu, técnica clandestina de luta; depois, como budo, quando foi convertido em luta tradicional japonesa, em fins do século XIX, propugnando valores educacionais e identitários; e finalmente, como esporte de luta, quando foi associado a performance motora e competitividade, no século XX. Ao considerar o papel do karate como veiculador de valores de um Japão idealizado – japonesidade –, este trabalho analisa representações cinematográficas dessa luta. A análise focou nos aspectos educativos retratados nos filmes, a série estadunidense The karate kid e o japonês Kuro obi, sendo conduzida conforme três categorias: a relação entre teoria e prática; ruídos e conflitos entre professor e aluno; e formação do aluno como futuro professor. Os resultados revelam que as obras criticam a esportivização do karate, enfatizando a representação de aspectos educacionais associados aos períodos do bujutsu e, principalmente, do budo. Também, colaboram para reafirmar e atualizar a japonesidade, ao tratar os princípios do budo e sua transmissão educacional de forma idealizada, sem aludir a seu caráter moderno. Ainda, os filmes apresentam divergências em relação à proposta contemporânea de uma pedagogia das lutas, fundamentada na ciência da motricidade humana. Por outro lado, as produções cinematográficas contribuem para a área educacional na medida em que possibilitam discussões a respeito dos processos formativos e seus percalços, retratados de forma original, recorrendo aos conceitos de yin/ yang relacionados aos princípios zen-budistas do budo. |
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