A escola republicana francesa frente às exigências da lógica econômica: qual democracia? Entrevista com André D. Robert
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Data de Publicação: | 2016 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Educação e Pesquisa |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/116459 |
Resumo: | De um ponto de vista sociohistórico, é possível apreender as relações de correspondência existentes entre sistema econômico, Estado e escola. É a partir dessa perspectiva que André D. Robert, professor livre-docente da Universidade Lumière Lyon 2, empreende uma análise acerca do sistema escolar francês entre 1945 e 2014. A pergunta norteadora diz respeito à democratização em termos quantitativos e qualitativos. Ambição primeira do ideal republicano de escola, teria ela se tornado uma realidade efetiva no sistema escolar francês? Na entrevista, Robert recorre ao conceito de autonomia relativa para registrar a crescente submissão da escola à economia, nuançada pelo complexo jogo social dos atores envolvidos na definição e implementação das políticas escolares. Apresentando uma tipologia da escola francesa no período das sete últimas décadas, ele avalia o efeito de sucessivas reformas na função da escola na sociedade. Igualmente importantes são as considerações a respeito do papel da instituição escolar na contemporaneidade: estaria a educação duravelmente capturada pelo neoliberalismo? Observando uma reversão parcial nas políticas de desrresponsabilização estatal na administração François Hollande, Robert conclui pela existência, hoje, de uma escola a meio caminho entre os valores e práticas herdados da tradição republicana e as adaptações às exigências contemporâneas da lógica econômica. Um de seus observáveis é a emergência de uma democracia segregativa. Embora o acesso à escola seja cada vez menos dependente de variáveis como origem social, sexo, nacionalidade ou região geográfica, a hierarquia de distribuição dos alunos entre os cursos e oportunidades de ensino mais ou menos prestigiosas se encontra fortemente marcada pela origem social, característica que vem se acentuando nas primeiras décadas do século 21. |
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A escola republicana francesa frente às exigências da lógica econômica: qual democracia? Entrevista com André D. Robert French republican schools against economic logic constraints: which democracy? Interview with André D. Robert De um ponto de vista sociohistórico, é possível apreender as relações de correspondência existentes entre sistema econômico, Estado e escola. É a partir dessa perspectiva que André D. Robert, professor livre-docente da Universidade Lumière Lyon 2, empreende uma análise acerca do sistema escolar francês entre 1945 e 2014. A pergunta norteadora diz respeito à democratização em termos quantitativos e qualitativos. Ambição primeira do ideal republicano de escola, teria ela se tornado uma realidade efetiva no sistema escolar francês? Na entrevista, Robert recorre ao conceito de autonomia relativa para registrar a crescente submissão da escola à economia, nuançada pelo complexo jogo social dos atores envolvidos na definição e implementação das políticas escolares. Apresentando uma tipologia da escola francesa no período das sete últimas décadas, ele avalia o efeito de sucessivas reformas na função da escola na sociedade. Igualmente importantes são as considerações a respeito do papel da instituição escolar na contemporaneidade: estaria a educação duravelmente capturada pelo neoliberalismo? Observando uma reversão parcial nas políticas de desrresponsabilização estatal na administração François Hollande, Robert conclui pela existência, hoje, de uma escola a meio caminho entre os valores e práticas herdados da tradição republicana e as adaptações às exigências contemporâneas da lógica econômica. Um de seus observáveis é a emergência de uma democracia segregativa. Embora o acesso à escola seja cada vez menos dependente de variáveis como origem social, sexo, nacionalidade ou região geográfica, a hierarquia de distribuição dos alunos entre os cursos e oportunidades de ensino mais ou menos prestigiosas se encontra fortemente marcada pela origem social, característica que vem se acentuando nas primeiras décadas do século 21. From a sociohistorical point of view, one can understand correspondence relations between the economic system, state and school. It is from this perspective that André D. Robert, associate professor at the University Lumière Lyon 2, undertakes an analysis of the French school system between 1945 and 2014. The guiding question concerns the democratization in quantitative and qualitative terms. First ambition of the republican school model, has democracy become an effective reality in the French school system? In the interview, Robert uses the concept of relative autonomy to record the growing submission from school to economy, nuanced by the complex social game played by the actors involved in the definition and implementation of school policies. Featuring a French school typology of the last seven decades, the author evaluates the effect of successive reforms in the school’s role in society. Equally important are the considerations about the role of the school in contemporary society: has education been lastingly captured by neoliberalism? Observing a partial reversal in the lack of state accountability during François Hollande’s presidency, Robert concludes for the existence of a school model halfway between the values and practices inherited from the republican tradition and the adaptation to contemporary requirements of economic logic. One of his observables is the emergence of a segregative democracy. Although access to education is increasingly less dependent on variables such as social origin, gender, nationality or geographic region, the hierarchy of the distribution of students between courses and learning opportunities more or less prestigious is strongly marked by social origin, which has been increasing in the first decades of the 21st century. Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação2016-06-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/11645910.1590/S1517-97022016420200201Educação e Pesquisa; v. 42 n. 2 (2016); 539-556Educação e Pesquisa; Vol. 42 No. 2 (2016); 539-556Educação e Pesquisa; Vol. 42 Núm. 2 (2016); 539-5561678-46341517-9702reponame:Educação e Pesquisainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/116459/114054Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisainfo:eu-repo/semantics/openAccessSetton, Maria da Graça JacinthoRatier, Rodrigo Pelegrini2016-06-14T17:54:51Zoai:revistas.usp.br:article/116459Revistahttps://www.revistas.usp.br/ep/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/ep/oai||revedu@usp.br1678-46341517-9702opendoar:2016-06-14T17:54:51Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)false |
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