Experiência e linguagem em Walter Benjamin

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pires, Eloiza Gurgel
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Educação e Pesquisa
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/86277
Resumo: Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da teoria da linguagem benjaminiana. Walter Benjamin, filósofo e crítico literário alemão, nas primeiras décadas do século XX, produziu um estudo decisivo no qual a linguagem não pode ser considerada como mero instrumento de elaboração dos dados da realidade nem como simples abstração, mas é pensada como campo no qual emerge uma intrincada rede de relações entre conhecimento e experiência. Para o filósofo, a linguagem é o médium espiritual e histórico da experiência. O conceito de Erfahrung (experiência) atravessa toda a sua obra: desde um texto de juventude, escrito em 1913, intitulado Erfahrung (1933), em que o autor contesta o desinteresse dos entusiasmos juvenis em nome da experiência dos adultos, às teses de 1940. Esse conceito está intrinsecamente relacionado, em seus escritos, ao pensamento de que todas as manifestações e expressões humanas podem ser concebidas como linguagem e, essa, por sua vez, é então pensada na sua dimensão simbólica, ao contrário do que pretendiam os filósofos do esclarecimento quando apontavam, como condição para o verdadeiro conhecimento, uma racionalidade que separava o imaginário do pensamento. Na contramão do pensamento iluminista científico, o paradigma estético é fundamental nos escritos benjaminianos. A partir do acolhimento do conceito na imagem, evidenciam-se novas formas de conhecer. Nessa perspectiva, tentaremos discutir o pensamento de Benjamin mostrando as articulações e rupturas engendradas com as problematizações constituídas a partir das conexões existentes entre linguagem e experiência e sua relação com o campo educativo.
id USP-11_b95477b230e1ad4503687b35a21e6001
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/86277
network_acronym_str USP-11
network_name_str Educação e Pesquisa
repository_id_str
spelling Experiência e linguagem em Walter Benjamin Experience and language in Walter Benjamin Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da teoria da linguagem benjaminiana. Walter Benjamin, filósofo e crítico literário alemão, nas primeiras décadas do século XX, produziu um estudo decisivo no qual a linguagem não pode ser considerada como mero instrumento de elaboração dos dados da realidade nem como simples abstração, mas é pensada como campo no qual emerge uma intrincada rede de relações entre conhecimento e experiência. Para o filósofo, a linguagem é o médium espiritual e histórico da experiência. O conceito de Erfahrung (experiência) atravessa toda a sua obra: desde um texto de juventude, escrito em 1913, intitulado Erfahrung (1933), em que o autor contesta o desinteresse dos entusiasmos juvenis em nome da experiência dos adultos, às teses de 1940. Esse conceito está intrinsecamente relacionado, em seus escritos, ao pensamento de que todas as manifestações e expressões humanas podem ser concebidas como linguagem e, essa, por sua vez, é então pensada na sua dimensão simbólica, ao contrário do que pretendiam os filósofos do esclarecimento quando apontavam, como condição para o verdadeiro conhecimento, uma racionalidade que separava o imaginário do pensamento. Na contramão do pensamento iluminista científico, o paradigma estético é fundamental nos escritos benjaminianos. A partir do acolhimento do conceito na imagem, evidenciam-se novas formas de conhecer. Nessa perspectiva, tentaremos discutir o pensamento de Benjamin mostrando as articulações e rupturas engendradas com as problematizações constituídas a partir das conexões existentes entre linguagem e experiência e sua relação com o campo educativo. This article presents a reflection about the Benjamin's theory of language. Walter Benjamin, german philosopher and literary critic in the early decades of the twentieth century produced a landmark study in which language can not be considered as a mere instrument of compilers of reality nor as simple abstraction, but is designed as a field in which emerges an intricate network of relationships between knowledge and experience. For the philosopher, the language is the spiritual medium and historical experience. The concept of Erfahrung (experience) runs through all his work: youth from a text written in 1913, entitled Erfahrung (1933), in which the author disputes the disaffection of youth enthusiasm on behalf of the experience of adults, the theses 1940 . This concept is closely related in his writings, the thought that all human manifestations and expressions can be designed as a language, and this, in turn, is then designed in its symbolic dimension, unlike the philosophers who wanted clarification when indicated, as a condition for true knowledge, a rationality that separated the imaginary thinking. Contrary scientific Enlightenment thought, the aesthetic paradigm is essential in benjaminianos writings. From the host of the concept in the image show up new ways of knowing. In this perspective , we attempt to discuss the thought of Benjamin showing joints and ruptures engendered with problematizations formed from existing connections between language and experience and their relation to the education field. Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação2014-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/8627710.1590/s1517-97022014041524Educação e Pesquisa; v. 40 n. 3 (2014); 813-828Educação e Pesquisa; Vol. 40 No. 3 (2014); 813-828Educação e Pesquisa; Vol. 40 Núm. 3 (2014); 813-8281678-46341517-9702reponame:Educação e Pesquisainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ep/article/view/86277/88941Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisainfo:eu-repo/semantics/openAccessPires, Eloiza Gurgel2014-10-30T15:26:07Zoai:revistas.usp.br:article/86277Revistahttps://www.revistas.usp.br/ep/indexPUBhttps://www.revistas.usp.br/ep/oai||revedu@usp.br1678-46341517-9702opendoar:2014-10-30T15:26:07Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Experiência e linguagem em Walter Benjamin
Experience and language in Walter Benjamin
title Experiência e linguagem em Walter Benjamin
spellingShingle Experiência e linguagem em Walter Benjamin
Pires, Eloiza Gurgel
title_short Experiência e linguagem em Walter Benjamin
title_full Experiência e linguagem em Walter Benjamin
title_fullStr Experiência e linguagem em Walter Benjamin
title_full_unstemmed Experiência e linguagem em Walter Benjamin
title_sort Experiência e linguagem em Walter Benjamin
author Pires, Eloiza Gurgel
author_facet Pires, Eloiza Gurgel
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Pires, Eloiza Gurgel
description Este artigo apresenta uma reflexão a respeito da teoria da linguagem benjaminiana. Walter Benjamin, filósofo e crítico literário alemão, nas primeiras décadas do século XX, produziu um estudo decisivo no qual a linguagem não pode ser considerada como mero instrumento de elaboração dos dados da realidade nem como simples abstração, mas é pensada como campo no qual emerge uma intrincada rede de relações entre conhecimento e experiência. Para o filósofo, a linguagem é o médium espiritual e histórico da experiência. O conceito de Erfahrung (experiência) atravessa toda a sua obra: desde um texto de juventude, escrito em 1913, intitulado Erfahrung (1933), em que o autor contesta o desinteresse dos entusiasmos juvenis em nome da experiência dos adultos, às teses de 1940. Esse conceito está intrinsecamente relacionado, em seus escritos, ao pensamento de que todas as manifestações e expressões humanas podem ser concebidas como linguagem e, essa, por sua vez, é então pensada na sua dimensão simbólica, ao contrário do que pretendiam os filósofos do esclarecimento quando apontavam, como condição para o verdadeiro conhecimento, uma racionalidade que separava o imaginário do pensamento. Na contramão do pensamento iluminista científico, o paradigma estético é fundamental nos escritos benjaminianos. A partir do acolhimento do conceito na imagem, evidenciam-se novas formas de conhecer. Nessa perspectiva, tentaremos discutir o pensamento de Benjamin mostrando as articulações e rupturas engendradas com as problematizações constituídas a partir das conexões existentes entre linguagem e experiência e sua relação com o campo educativo.
publishDate 2014
dc.date.none.fl_str_mv 2014-09-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/86277
10.1590/s1517-97022014041524
url https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/86277
identifier_str_mv 10.1590/s1517-97022014041524
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ep/article/view/86277/88941
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisa
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Educação e Pesquisa
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação
dc.source.none.fl_str_mv Educação e Pesquisa; v. 40 n. 3 (2014); 813-828
Educação e Pesquisa; Vol. 40 No. 3 (2014); 813-828
Educação e Pesquisa; Vol. 40 Núm. 3 (2014); 813-828
1678-4634
1517-9702
reponame:Educação e Pesquisa
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Educação e Pesquisa
collection Educação e Pesquisa
repository.name.fl_str_mv Educação e Pesquisa - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ||revedu@usp.br
_version_ 1787713809669947392