O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliva, Alberto
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Scientiae Studia (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48840
Resumo: Está longe de ser fácil qualificar uma concepção ou um pensador de relativista. Como Kuhn rejeita ser tachado de relativista, discutiremos o que em sua obra dá ensejo a assim caracterizá-lo. Abordaremos três relativismos em Kuhn - o epistêmico, o ontológico e o linguístico - com o intuito de avaliar se o relativismo em Kuhn é fruto da aplicação de uma filosofia à compreensão da ciência ou se é derivado de uma fidedigna reconstrução histórica da ciência. Entendemos ser fundamental diferenciar o caso em que se emprega uma variante de relativismo filosófico na reconstrução da ciência do caso em que o relativismo é extraído de como a ciência vem sendo praticada. Tentaremos, operando com a distinção entre relativismo filosófico e relativismo metacientífico, demonstrar que as teses basilares de Kuhn são, quando muito, parcialmente apoiadas pela história da ciência. E também advogaremos que o relativismo kuhniano deve fundamentar-se em última análise em explicações psicológicas e sociológicas para ser solidamente defendido. Kuhn reconhece isso, mas questiona a capacidade explicativa das teorias até aqui forjadas pelas ciências sociais. E se Kuhn não é capaz de mostrar como e em que extensão os fatores sociais atuam sobre a racionalidade científica, então seu relativismo pode ser apropriadamente visto como fruto da aplicação de determinada epistemologia, ontologia e filosofia da linguagem à compreensão da ciência.
id USP-16_29cea4d9bda721083491255f814e93a6
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/48840
network_acronym_str USP-16
network_name_str Scientiae Studia (Online)
repository_id_str
spelling O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?RelativismoRelativismo epistêmicoRelativismo ontológicoRelativismo semânticoIncomensurabilidadeKuhnRelativismEpistemic relativismOntological relativismSemantic relativismIncommensurabilityKuhnEstá longe de ser fácil qualificar uma concepção ou um pensador de relativista. Como Kuhn rejeita ser tachado de relativista, discutiremos o que em sua obra dá ensejo a assim caracterizá-lo. Abordaremos três relativismos em Kuhn - o epistêmico, o ontológico e o linguístico - com o intuito de avaliar se o relativismo em Kuhn é fruto da aplicação de uma filosofia à compreensão da ciência ou se é derivado de uma fidedigna reconstrução histórica da ciência. Entendemos ser fundamental diferenciar o caso em que se emprega uma variante de relativismo filosófico na reconstrução da ciência do caso em que o relativismo é extraído de como a ciência vem sendo praticada. Tentaremos, operando com a distinção entre relativismo filosófico e relativismo metacientífico, demonstrar que as teses basilares de Kuhn são, quando muito, parcialmente apoiadas pela história da ciência. E também advogaremos que o relativismo kuhniano deve fundamentar-se em última análise em explicações psicológicas e sociológicas para ser solidamente defendido. Kuhn reconhece isso, mas questiona a capacidade explicativa das teorias até aqui forjadas pelas ciências sociais. E se Kuhn não é capaz de mostrar como e em que extensão os fatores sociais atuam sobre a racionalidade científica, então seu relativismo pode ser apropriadamente visto como fruto da aplicação de determinada epistemologia, ontologia e filosofia da linguagem à compreensão da ciência.Although Kuhn rejects being labeled a relativist, I will discuss what in his works justifies so characterizing him. I will explore three kinds of relativism in Kuhn - epistemic, ontological and linguistic - in order to assess whether his relativism is the result of applying a philosophy to the understanding of science, or whether it is derived from an accurate historical reconstruction of science. It is essential to differentiate between a variant of philosophical relativism being employed in the reconstruction of science, and relativism simply deriving from the way science has been practiced. Operating with the distinction between philosophical and metascientific relativism, I will try to show that Kuhn's basic theses are at best partially supported by history of science, and contend that, in the final analysis, kuhnian relativism must be grounded on psychological and sociological explanations in order to be firmly sustained. Kuhn recognizes this, but he questions the explanatory capacity of the theories so far forged by social sciences. And if Kuhn is unable to show how and to what extent social factors act upon scientific rationality, then his relativism may properly be seen as the product of applying a certain epistemology, ontology and philosophy of language to the understanding of science.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2012-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/4884010.1590/S1678-31662012000300007Scientiae Studia; v. 10 n. 3 (2012); 561-592Scientiae Studia; Vol. 10 Núm. 3 (2012); 561-592Scientiae Studia; Vol. 10 No. 3 (2012); 561-5922316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48840/52915Oliva, Albertoinfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-09-08T11:31:32Zoai:revistas.usp.br:article/48840Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2014-09-08T11:31:32Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
title O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
spellingShingle O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
Oliva, Alberto
Relativismo
Relativismo epistêmico
Relativismo ontológico
Relativismo semântico
Incomensurabilidade
Kuhn
Relativism
Epistemic relativism
Ontological relativism
Semantic relativism
Incommensurability
Kuhn
title_short O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
title_full O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
title_fullStr O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
title_full_unstemmed O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
title_sort O relativismo de Kuhn é derivado da história da ciência ou é uma filosofia aplicada à ciência?
author Oliva, Alberto
author_facet Oliva, Alberto
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliva, Alberto
dc.subject.por.fl_str_mv Relativismo
Relativismo epistêmico
Relativismo ontológico
Relativismo semântico
Incomensurabilidade
Kuhn
Relativism
Epistemic relativism
Ontological relativism
Semantic relativism
Incommensurability
Kuhn
topic Relativismo
Relativismo epistêmico
Relativismo ontológico
Relativismo semântico
Incomensurabilidade
Kuhn
Relativism
Epistemic relativism
Ontological relativism
Semantic relativism
Incommensurability
Kuhn
description Está longe de ser fácil qualificar uma concepção ou um pensador de relativista. Como Kuhn rejeita ser tachado de relativista, discutiremos o que em sua obra dá ensejo a assim caracterizá-lo. Abordaremos três relativismos em Kuhn - o epistêmico, o ontológico e o linguístico - com o intuito de avaliar se o relativismo em Kuhn é fruto da aplicação de uma filosofia à compreensão da ciência ou se é derivado de uma fidedigna reconstrução histórica da ciência. Entendemos ser fundamental diferenciar o caso em que se emprega uma variante de relativismo filosófico na reconstrução da ciência do caso em que o relativismo é extraído de como a ciência vem sendo praticada. Tentaremos, operando com a distinção entre relativismo filosófico e relativismo metacientífico, demonstrar que as teses basilares de Kuhn são, quando muito, parcialmente apoiadas pela história da ciência. E também advogaremos que o relativismo kuhniano deve fundamentar-se em última análise em explicações psicológicas e sociológicas para ser solidamente defendido. Kuhn reconhece isso, mas questiona a capacidade explicativa das teorias até aqui forjadas pelas ciências sociais. E se Kuhn não é capaz de mostrar como e em que extensão os fatores sociais atuam sobre a racionalidade científica, então seu relativismo pode ser apropriadamente visto como fruto da aplicação de determinada epistemologia, ontologia e filosofia da linguagem à compreensão da ciência.
publishDate 2012
dc.date.none.fl_str_mv 2012-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48840
10.1590/S1678-31662012000300007
url https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48840
identifier_str_mv 10.1590/S1678-31662012000300007
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/48840/52915
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
dc.source.none.fl_str_mv Scientiae Studia; v. 10 n. 3 (2012); 561-592
Scientiae Studia; Vol. 10 Núm. 3 (2012); 561-592
Scientiae Studia; Vol. 10 No. 3 (2012); 561-592
2316-8994
1678-3166
reponame:Scientiae Studia (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Scientiae Studia (Online)
collection Scientiae Studia (Online)
repository.name.fl_str_mv Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ariconda@usp.br
_version_ 1800222736640901120