Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lima, Márcia Maria Tait
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Jesus, Vanessa Brito de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Scientiae Studia (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133644
Resumo: O objetivo deste artigo é discutir o papel da mulher no desenvolvimento do pensamento agroecológico no Brasil, o qual se apresenta como uma proposta que alia ciência, tecnologia e movimento social, orientada por premissas éticas e epistemológicas, nas quais são centrais as características ambientais, a pluralidade cultural, o respeito aos diferentes povos, assim como a não exploração nas relações de trabalho e comercialização. Embora ele seja um pensamento progressista, ainda comporta reprodu- ção da desigualdade de gênero, o que tem aparecido em diversos debates dentro do próprio campesinato, nos ambientes de militância e acadêmicos brasileiros. A agroecologia e, de forma mais ampla, a agricultura familiar sempre tiveram a participação signifi cativa das mulheres. Porém, apenas há pouco mais de duas décadas o trabalho feminino na agricultura familiar e também na agroecologia tem sido desconsiderado proporcionalmente a sua real contribuição. Nesse sentido, discutiremos que não existe agroecologia sem feminismo, pois são mulheres que ocupam posições centrais e sustentam vários tipos de resistência ao modelo convencional de produção agrícola, com a organização de movimentos sociais agroecológicos e práticas associativas de produção. A relação aparentemente paradoxal entre as relevantes contribuições das mulheres e a negação das questões de gênero na agroecologia será discutida buscando estabelecer diálogos entre o pensamento agroecológico das mulheres e a perspectiva feminista
id USP-16_492595118fb9391c17bb64885b078423
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/133644
network_acronym_str USP-16
network_name_str Scientiae Studia (Online)
repository_id_str
spelling Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologiaQuestions on gender and technology in the construction of agroecologyTechnology. Agroecology. Gender. ResistanceTecnologia. Agroecologia. Gênero. ResistênciaO objetivo deste artigo é discutir o papel da mulher no desenvolvimento do pensamento agroecológico no Brasil, o qual se apresenta como uma proposta que alia ciência, tecnologia e movimento social, orientada por premissas éticas e epistemológicas, nas quais são centrais as características ambientais, a pluralidade cultural, o respeito aos diferentes povos, assim como a não exploração nas relações de trabalho e comercialização. Embora ele seja um pensamento progressista, ainda comporta reprodu- ção da desigualdade de gênero, o que tem aparecido em diversos debates dentro do próprio campesinato, nos ambientes de militância e acadêmicos brasileiros. A agroecologia e, de forma mais ampla, a agricultura familiar sempre tiveram a participação signifi cativa das mulheres. Porém, apenas há pouco mais de duas décadas o trabalho feminino na agricultura familiar e também na agroecologia tem sido desconsiderado proporcionalmente a sua real contribuição. Nesse sentido, discutiremos que não existe agroecologia sem feminismo, pois são mulheres que ocupam posições centrais e sustentam vários tipos de resistência ao modelo convencional de produção agrícola, com a organização de movimentos sociais agroecológicos e práticas associativas de produção. A relação aparentemente paradoxal entre as relevantes contribuições das mulheres e a negação das questões de gênero na agroecologia será discutida buscando estabelecer diálogos entre o pensamento agroecológico das mulheres e a perspectiva feministaThe purpose of this article is to discuss the role of women in the development of agroecological thought in Brazil, which has been discussed as a proposal that combines science, technology and social movement guided by ethical and epistemological premises in which the environmental features, cultural plurality, respect for diff erent peoples, as well as non-exploitation in labor and commercial relations are central. Although agroecological thought is progressive, it has been maintained in various discussions among peasants themselves and within militant and Brazilian academic environments that it still reproduces gender inequality. Agroecology is, broadly speaking, a form of family farming that has always had widespread participation of women. However, it has only been in a little more than the past two decades that female labor in family farming, and also in agroecology, has been considered in a way that takes into account its real contribution. We will discuss that there is no agroecology without feminism, in the sense that there are women, who occupy central positions and maintain various types of resistance to the conventional model of agricultural production within the organization of agroecological social movements, and in their associative productive practices. This seemingly paradoxical relationship between relevant contributions of women to agroecology and the denial of gender issues in it will be discussed, seeking to establish dialogues between women’s contribution to agroecological thought and the feminist perspectiveUniversidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2017-06-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/13364410.11606/51678-31662017000100005Scientiae Studia; v. 15 n. 1 (2017); 73-96Scientiae Studia; Vol. 15 Núm. 1 (2017); 73-96Scientiae Studia; Vol. 15 No. 1 (2017); 73-962316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133644/129616Copyright (c) 2017 Scientiae Studiainfo:eu-repo/semantics/openAccessLima, Márcia Maria TaitJesus, Vanessa Brito de2017-06-14T14:24:42Zoai:revistas.usp.br:article/133644Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2017-06-14T14:24:42Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
Questions on gender and technology in the construction of agroecology
title Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
spellingShingle Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
Lima, Márcia Maria Tait
Technology. Agroecology. Gender. Resistance
Tecnologia. Agroecologia. Gênero. Resistência
title_short Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
title_full Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
title_fullStr Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
title_full_unstemmed Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
title_sort Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
author Lima, Márcia Maria Tait
author_facet Lima, Márcia Maria Tait
Jesus, Vanessa Brito de
author_role author
author2 Jesus, Vanessa Brito de
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lima, Márcia Maria Tait
Jesus, Vanessa Brito de
dc.subject.por.fl_str_mv Technology. Agroecology. Gender. Resistance
Tecnologia. Agroecologia. Gênero. Resistência
topic Technology. Agroecology. Gender. Resistance
Tecnologia. Agroecologia. Gênero. Resistência
description O objetivo deste artigo é discutir o papel da mulher no desenvolvimento do pensamento agroecológico no Brasil, o qual se apresenta como uma proposta que alia ciência, tecnologia e movimento social, orientada por premissas éticas e epistemológicas, nas quais são centrais as características ambientais, a pluralidade cultural, o respeito aos diferentes povos, assim como a não exploração nas relações de trabalho e comercialização. Embora ele seja um pensamento progressista, ainda comporta reprodu- ção da desigualdade de gênero, o que tem aparecido em diversos debates dentro do próprio campesinato, nos ambientes de militância e acadêmicos brasileiros. A agroecologia e, de forma mais ampla, a agricultura familiar sempre tiveram a participação signifi cativa das mulheres. Porém, apenas há pouco mais de duas décadas o trabalho feminino na agricultura familiar e também na agroecologia tem sido desconsiderado proporcionalmente a sua real contribuição. Nesse sentido, discutiremos que não existe agroecologia sem feminismo, pois são mulheres que ocupam posições centrais e sustentam vários tipos de resistência ao modelo convencional de produção agrícola, com a organização de movimentos sociais agroecológicos e práticas associativas de produção. A relação aparentemente paradoxal entre as relevantes contribuições das mulheres e a negação das questões de gênero na agroecologia será discutida buscando estabelecer diálogos entre o pensamento agroecológico das mulheres e a perspectiva feminista
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-06-14
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133644
10.11606/51678-31662017000100005
url https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133644
identifier_str_mv 10.11606/51678-31662017000100005
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133644/129616
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Scientiae Studia
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Scientiae Studia
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
dc.source.none.fl_str_mv Scientiae Studia; v. 15 n. 1 (2017); 73-96
Scientiae Studia; Vol. 15 Núm. 1 (2017); 73-96
Scientiae Studia; Vol. 15 No. 1 (2017); 73-96
2316-8994
1678-3166
reponame:Scientiae Studia (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Scientiae Studia (Online)
collection Scientiae Studia (Online)
repository.name.fl_str_mv Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ariconda@usp.br
_version_ 1800222737195597824