Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Wylie, Alison
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Scientiae Studia (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133641
Resumo: Neste artigo, argumento que – ao expor o androcentrismo do sistema referencial de suposições consideradas como óbvias e levantando a questão da confi abilidade de normas entrincheiradas de justifi cação – a arqueologia de gênero é mais bem entendida como uma forma de construtivismo social relutante. Ela expõe inadvertidamente a contingência de compromissos fundacionais, do conteúdo e da prática, que se presumiu serem neutros com respeito aos interesses situados dos praticantes, contextualmente independentes e trans-historicamente estáveis. Mas longe de minar fatalmente a objetividade do empreendimento, argumento que essas implicações mais radicais da arqueologia de gênero ilustram o valor da análise construtivista social como um recurso epistêmico. Deve-se atentar para o papel epistêmico positivo que ela pode ter como catálise para os tipos de crítica transformadora que são essenciais para o bom funcionamento da ciência. Argumento que um compromisso com a análise construtivista em curso deveria ser um componente central das concepções procedimentais da objetividade que levam a sério a necessidade de mobilizar ao invés de marginalizar os diversos recursos epistêmicos dos conhecedores situados
id USP-16_95d9dedc608bedb907b931a8789b96ff
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/133641
network_acronym_str USP-16
network_name_str Scientiae Studia (Online)
repository_id_str
spelling Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gêneroWhat knowers know well: standpoint theory and gender archeologyArqueologia de gênero. Objetividade. Teoria do ponto de vista. Filosofia feminista da ciência. Construtivismo socialGender archaeology. Objectivity. Standpoint theory. Feminist philosophy of science. Social constructionismNeste artigo, argumento que – ao expor o androcentrismo do sistema referencial de suposições consideradas como óbvias e levantando a questão da confi abilidade de normas entrincheiradas de justifi cação – a arqueologia de gênero é mais bem entendida como uma forma de construtivismo social relutante. Ela expõe inadvertidamente a contingência de compromissos fundacionais, do conteúdo e da prática, que se presumiu serem neutros com respeito aos interesses situados dos praticantes, contextualmente independentes e trans-historicamente estáveis. Mas longe de minar fatalmente a objetividade do empreendimento, argumento que essas implicações mais radicais da arqueologia de gênero ilustram o valor da análise construtivista social como um recurso epistêmico. Deve-se atentar para o papel epistêmico positivo que ela pode ter como catálise para os tipos de crítica transformadora que são essenciais para o bom funcionamento da ciência. Argumento que um compromisso com a análise construtivista em curso deveria ser um componente central das concepções procedimentais da objetividade que levam a sério a necessidade de mobilizar ao invés de marginalizar os diversos recursos epistêmicos dos conhecedores situadosIn this article, I argue that – in exposing the androcentrism of taken-for-granted framework assumptions and calling into question the reliability of entrenched norms of justifi cation – gender archaeology is best understood as a form of reluctant social constructivism. It inadvertently exposes the contingency of foundational commitments, of content and of practice, that had been presumed to be neutral with respect to the situated interests of practitioners, context-independent and trans-historically stable. But, far from fatally undermining the objectivity of the enterprise, I argue that these more radical implications of gender archaeology illustrate the value of social constructionist analysis as an epistemic resource. We should attend to the positive epistemic role it can play as a catalyst for the kinds of transformative criticism that are essential to well-functioning science. I argue that a commitment to ongoing constructionist analysis should be a central component of proceduralist conceptions of objectivity that take seriously the need to mobilize rather than marginalize the diverse epistemic resources of situated knowersUniversidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2017-06-14info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/13364110.11606/51678-31662017000100002Scientiae Studia; v. 15 n. 1 (2017); 13-38Scientiae Studia; Vol. 15 Núm. 1 (2017); 13-38Scientiae Studia; Vol. 15 No. 1 (2017); 13-382316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133641/129611Copyright (c) 2017 Scientiae Studiainfo:eu-repo/semantics/openAccessWylie, Alison2017-06-26T13:44:33Zoai:revistas.usp.br:article/133641Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2017-06-26T13:44:33Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
What knowers know well: standpoint theory and gender archeology
title Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
spellingShingle Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
Wylie, Alison
Arqueologia de gênero. Objetividade. Teoria do ponto de vista. Filosofia feminista da ciência. Construtivismo social
Gender archaeology. Objectivity. Standpoint theory. Feminist philosophy of science. Social constructionism
title_short Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
title_full Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
title_fullStr Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
title_full_unstemmed Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
title_sort Os que conhecem, conhecem bem: teoria do ponto de vista e arqueologia de gênero
author Wylie, Alison
author_facet Wylie, Alison
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Wylie, Alison
dc.subject.por.fl_str_mv Arqueologia de gênero. Objetividade. Teoria do ponto de vista. Filosofia feminista da ciência. Construtivismo social
Gender archaeology. Objectivity. Standpoint theory. Feminist philosophy of science. Social constructionism
topic Arqueologia de gênero. Objetividade. Teoria do ponto de vista. Filosofia feminista da ciência. Construtivismo social
Gender archaeology. Objectivity. Standpoint theory. Feminist philosophy of science. Social constructionism
description Neste artigo, argumento que – ao expor o androcentrismo do sistema referencial de suposições consideradas como óbvias e levantando a questão da confi abilidade de normas entrincheiradas de justifi cação – a arqueologia de gênero é mais bem entendida como uma forma de construtivismo social relutante. Ela expõe inadvertidamente a contingência de compromissos fundacionais, do conteúdo e da prática, que se presumiu serem neutros com respeito aos interesses situados dos praticantes, contextualmente independentes e trans-historicamente estáveis. Mas longe de minar fatalmente a objetividade do empreendimento, argumento que essas implicações mais radicais da arqueologia de gênero ilustram o valor da análise construtivista social como um recurso epistêmico. Deve-se atentar para o papel epistêmico positivo que ela pode ter como catálise para os tipos de crítica transformadora que são essenciais para o bom funcionamento da ciência. Argumento que um compromisso com a análise construtivista em curso deveria ser um componente central das concepções procedimentais da objetividade que levam a sério a necessidade de mobilizar ao invés de marginalizar os diversos recursos epistêmicos dos conhecedores situados
publishDate 2017
dc.date.none.fl_str_mv 2017-06-14
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133641
10.11606/51678-31662017000100002
url https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133641
identifier_str_mv 10.11606/51678-31662017000100002
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/133641/129611
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Scientiae Studia
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Scientiae Studia
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
dc.source.none.fl_str_mv Scientiae Studia; v. 15 n. 1 (2017); 13-38
Scientiae Studia; Vol. 15 Núm. 1 (2017); 13-38
Scientiae Studia; Vol. 15 No. 1 (2017); 13-38
2316-8994
1678-3166
reponame:Scientiae Studia (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Scientiae Studia (Online)
collection Scientiae Studia (Online)
repository.name.fl_str_mv Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ariconda@usp.br
_version_ 1800222737189306368