Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Scientiae Studia (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11113 |
Resumo: | Esta discussão pretende mostrar pontos relevantes de uma comparação entre a obra de David Hume e de Charles Darwin, no que toca às capacidades cognitivas humanas e de outros animais. Hume tem uma teoria que explica o conhecimento causal em termos de um instinto natural - o hábito. A presença de tal instinto pode ser entendida remetendo-se a uma teoria geral da natureza, onde o mundo é entendido como governado por leis e regularidades constantes, e sem a suposição da interferência de um plano ou desígnio. Isto conduz Hume à aproximação entre a capacidade cognitiva humana e a de outros animais, que também manifestam um aprendizado instintivo do tipo causal. Darwin, por sua vez, menciona uma graduação de diversas capacidades de conhecimento, diferenciando a ação instintiva da ação que resulta de deliberação e inferência; e aponta para o fato de que muitos animais apresentam um grau significativo de comportamento inteligente. Seu mecanismo de evolução por seleção natural pretende explicar essas características, tanto no homem como nos animais. Disso resulta contemporaneamente uma corrente em epistemologia que tem recebido o nome de epistemologia evolutiva, a qual, ao seguir declaradamente Darwin, carece de uma interpretação mais detalhada do pensamento de Hume, que poderia, supõe-se, oferecer elementos para o tratamento de questões epistemológicas tais como a da capacidade para o conhecimento causal. |
id |
USP-16_b03125ef999640f766ec09f7a3a36d3f |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/11113 |
network_acronym_str |
USP-16 |
network_name_str |
Scientiae Studia (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin Instinct and reason in human nature in David Hume and Charles Darwin DarwinHumeConhecimentoEpistemologiaSeleção naturalDarwinHumeKnowledgeEpistemologyNatural selection Esta discussão pretende mostrar pontos relevantes de uma comparação entre a obra de David Hume e de Charles Darwin, no que toca às capacidades cognitivas humanas e de outros animais. Hume tem uma teoria que explica o conhecimento causal em termos de um instinto natural - o hábito. A presença de tal instinto pode ser entendida remetendo-se a uma teoria geral da natureza, onde o mundo é entendido como governado por leis e regularidades constantes, e sem a suposição da interferência de um plano ou desígnio. Isto conduz Hume à aproximação entre a capacidade cognitiva humana e a de outros animais, que também manifestam um aprendizado instintivo do tipo causal. Darwin, por sua vez, menciona uma graduação de diversas capacidades de conhecimento, diferenciando a ação instintiva da ação que resulta de deliberação e inferência; e aponta para o fato de que muitos animais apresentam um grau significativo de comportamento inteligente. Seu mecanismo de evolução por seleção natural pretende explicar essas características, tanto no homem como nos animais. Disso resulta contemporaneamente uma corrente em epistemologia que tem recebido o nome de epistemologia evolutiva, a qual, ao seguir declaradamente Darwin, carece de uma interpretação mais detalhada do pensamento de Hume, que poderia, supõe-se, oferecer elementos para o tratamento de questões epistemológicas tais como a da capacidade para o conhecimento causal. This discussion intends to show some relevant elements, in order to establish a comparison between the works of David Hume and Charles Darwin concerning human and other animal's cognitive capacities. Hume develops a theory to explain causal knowledge in terms of a natural instinct - habit. The presence of this instinct can be understood by reference to a general theory of nature that conceives the world governed by constant laws and regularities, without any supposition of interference of an external design or intention. This leads Hume in the way of an approximation between human cognitive capacities and the cognitive capacities of other animals, which also reveals instinctive learning of causal type. Darwin, on his turn, offers a graduation of many capacities of knowledge, distinguishing instinctive action from action resulting from deliberation and inference, and points to the fact that many animals have a significant degree of intelligent behavior. Darwinian mechanism of evolution by natural selection wants to explain this character, in humans as much as in animals. From that results the contemporary fashion in epistemology called evolutionary epistemology that, by following Darwin, lacks a more detailed interpretation of Hume's teaching that could, we suppose, offer elements to the treatment of questions such as the capacity of causal knowledge. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2007-09-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/1111310.1590/S1678-31662007000300002Scientiae Studia; v. 5 n. 3 (2007); 263-286Scientiae Studia; Vol. 5 Núm. 3 (2007); 263-286Scientiae Studia; Vol. 5 No. 3 (2007); 263-2862316-89941678-3166reponame:Scientiae Studia (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11113/12881Matos, José Claudio Morelliinfo:eu-repo/semantics/openAccess2014-09-08T11:03:54Zoai:revistas.usp.br:article/11113Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1678-3166&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://www.revistas.usp.br/ss/oaiariconda@usp.br2316-89941678-3166opendoar:2014-09-08T11:03:54Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin Instinct and reason in human nature in David Hume and Charles Darwin |
title |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin |
spellingShingle |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin Matos, José Claudio Morelli Darwin Hume Conhecimento Epistemologia Seleção natural Darwin Hume Knowledge Epistemology Natural selection |
title_short |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin |
title_full |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin |
title_fullStr |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin |
title_full_unstemmed |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin |
title_sort |
Instinto e razão na natureza humana, segundo Hume e Darwin |
author |
Matos, José Claudio Morelli |
author_facet |
Matos, José Claudio Morelli |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Matos, José Claudio Morelli |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Darwin Hume Conhecimento Epistemologia Seleção natural Darwin Hume Knowledge Epistemology Natural selection |
topic |
Darwin Hume Conhecimento Epistemologia Seleção natural Darwin Hume Knowledge Epistemology Natural selection |
description |
Esta discussão pretende mostrar pontos relevantes de uma comparação entre a obra de David Hume e de Charles Darwin, no que toca às capacidades cognitivas humanas e de outros animais. Hume tem uma teoria que explica o conhecimento causal em termos de um instinto natural - o hábito. A presença de tal instinto pode ser entendida remetendo-se a uma teoria geral da natureza, onde o mundo é entendido como governado por leis e regularidades constantes, e sem a suposição da interferência de um plano ou desígnio. Isto conduz Hume à aproximação entre a capacidade cognitiva humana e a de outros animais, que também manifestam um aprendizado instintivo do tipo causal. Darwin, por sua vez, menciona uma graduação de diversas capacidades de conhecimento, diferenciando a ação instintiva da ação que resulta de deliberação e inferência; e aponta para o fato de que muitos animais apresentam um grau significativo de comportamento inteligente. Seu mecanismo de evolução por seleção natural pretende explicar essas características, tanto no homem como nos animais. Disso resulta contemporaneamente uma corrente em epistemologia que tem recebido o nome de epistemologia evolutiva, a qual, ao seguir declaradamente Darwin, carece de uma interpretação mais detalhada do pensamento de Hume, que poderia, supõe-se, oferecer elementos para o tratamento de questões epistemológicas tais como a da capacidade para o conhecimento causal. |
publishDate |
2007 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2007-09-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11113 10.1590/S1678-31662007000300002 |
url |
https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11113 |
identifier_str_mv |
10.1590/S1678-31662007000300002 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ss/article/view/11113/12881 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Scientiae Studia; v. 5 n. 3 (2007); 263-286 Scientiae Studia; Vol. 5 Núm. 3 (2007); 263-286 Scientiae Studia; Vol. 5 No. 3 (2007); 263-286 2316-8994 1678-3166 reponame:Scientiae Studia (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Scientiae Studia (Online) |
collection |
Scientiae Studia (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Scientiae Studia (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
ariconda@usp.br |
_version_ |
1800222735770583040 |