Agricultura, perda de hábitat e padrões espaciais de ocupação humana em um "hotspot" de biodiversidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Diniz-Filho, José Alexandre Felizola
Data de Publicação: 2009
Outros Autores: Oliveira, Guilherme de, Lobo, Fábio, Ferreira, Laerte Guimarães, Bini, Luis Mauricio, Rangel, Thiago Fernando Lopes Valle Brito
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Scientia Agrícola (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/sa/article/view/22517
Resumo: O bioma Cerrado é o segundo maior da região Neotropical e é formado por mosaico de diferentes tipos de hábitats, desde campos abertos até florestas densas. Um recente e intensivo processo de ocupação humana tem transformado essa eco-região em uma das mais importantes regiões para agropecuária no Brasil. Uma abordagem macroecológica foi utilizada para elucidar padrões em amplas escalas espaciais de perdas de hábitat no Cerrado brasileiro, implementando técnicas de autocorrelação espacial e análises de regressão parcial para entender como a proporção de remanescentes de vegetação natural está correlacionada com variáveis socioeconômicas, expressando diferentes dimensões de ocupação humana e com variações climáticas. Em média, 59% da área é ocupada por remanescentes de vegetação, na escala da análise, mesmo que os padrões de perda de hábitat estejam fortemente estruturados no espaço, com o coeficiente de autocorrelação espacial de I de Moran igual a 0,825 ± 0,055 (p < 0 ,001). As análises de regressão parcial explicaram 89% da variação no percentual de remanescente de vegetação. A maior proporção da variância é explicada pela sobreposição múltipla entre a ocupação humana, variação climática e a estrutura geográfica (67%), bem como pelo componente estruturado climaticamente da ocupação humana (8%). Baseado no processo interativo no tempo e no espaço da ocupação humana no bioma, cenários futuros devem ser mais pessimistas. Se o movimento de ocupação continuar em direção a região Norte do bioma, como esperado, nós podemos predizer que as proporções de remanescente de vegetação natural irão declinar rapidamente, indicando assim uma forte perda da biodiversidade nas escalas do bioma.
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