Hormônios sexuais influenciam a resposta ao trauma e à sepsis: possíveis soluções terapêuticas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Angele, Martin K.
Data de Publicação: 2006
Outros Autores: Frantz, Markus C., Chaudry, Irshad H.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
Título da fonte: Clinics
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/clinics/article/view/17582
Resumo: Uma série de estudos clínicos e experimentais demonstram a existência de dimorfismo sexual das respostas imunológicas e orgânicas, bem como da suscetibilidade e morbidade em relação ao choque, ao trauma e à sepse. Respostas imunes celularmente mediadas apresentam-se deprimidas em machos em resposta ao binômio trauma-hemorragia, mas conservados/enaltecidos em fêmeas em proestro. Adicionalmente demonstra-se que os hormônios sexuais são responsáveis por esta dicomotomia de resposta sexualmente específica, em condições cardiovasculares adversas. Estudos específicos indicam que os andrógenos produzem imunodepressão pós-trauma hemorragia em machos. Em contraste, esteróides sexuais femininos parecem exibir propriedades imunoprotetoras após episódios de trauma com ou sem perda importante de sangue. No terreno dos mecanismos subjacentes, foram identificados receptores para hormônios sexuais em várias células do sistema imunológico, sugerindo a existência de efeitos diretos destes hormônios sobre tais células. Alternativamente, observam efeitos indiretos de hormônios sexuais tais como modulação das respostas cardiovasculares das enzimas sintetizadores de andrógeno e estrógeno, que podem contribuir para as estas respostas sexualmente diferenciadas. Estudos recentes indicam que os hormônios sexuais, como por exemplo a dehidroepiandrosterona também modulam a função de células mononucleares da série branca em pacientes cirúrgicos. Assim, as propriedades imunomodulatórias de hormônios sexuais/antagonistas de receptores/enzimas sintetizadores de esteróides após a ocorrência de trauma ou de hemorragia sugerem o caminho para novas estratégias terapêuticas para o tratamento de imunodepressão em pacientes cirúrgicos.
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