Fatores de risco para sífilis em mulheres: estudo caso-controle

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Macêdo, Vilma Costa de
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Lira, Pedro Israel Cabral de, Frias, Paulo Germano de, Romaguera, Luciana Maria Delgado, Caires, Silvana de Fátima Ferreira, Ximenes, Ricardo Arraes de Alencar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/138335
Resumo: OBJETIVO Determinar os fatores sociodemográficos, comportamentais e de assistência à saúde relacionados à ocorrência de sífilis em mulheres atendidas em maternidades públicas. MÉTODOS Trata-se de um estudo caso-controle (239 casos e 322 controles) com mulheres admitidas em sete maternidades do município do Recife, no período de julho de 2013 a julho de 2014. As mulheres elegíveis foram recrutadas após o resultado do VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) sob qualquer titulação. A seleção dos casos e controles considerou o resultado da sorologia por ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay), variável dependente utilizada como diagnóstico para sífilis neste estudo. As variáveis independentes foram agrupadas em: sociodemográficas; comportamentais; e antecedentes clínicos e obstétricos; e assistência à saúde no pré-natal e na maternidade. As informações foram obtidas por meio de entrevista, durante o internamento, por aplicação de um questionário. Foi calculado odds ratio (OR), intervalo de confiança de 95% e realizada análise de regressão logística para identificar os fatores preditores da variável a ser explicada. RESULTADOS A análise de regressão logística identificou como fatores determinantes para a sífilis gestacional: nível de escolaridade fundamental incompleto ou analfabeta (OR = 2,02), ausência de acesso a telefone (OR = 2,4), religião católica (OR = 1,70), quatro ou mais gestações (OR = 2,2), três ou mais parceiros sexuais no último ano (OR = 3,1), uso de drogas ilícitas antes dos 18 anos (OR = 3,0) e uso de drogas ilícitas por parte do atual companheiro (OR = 1,7). Além desses, foram observadas a ocorrência de apenas uma a três consultas ao pré-natal (OR = 3,5) e história anterior de infecção sexualmente transmissível (OR = 9,7). CONCLUSÕES Fatores sociodemográficos, comportamentais e de assistência à saúde estão associados à ocorrência de sífilis em mulheres e devem ser levados em consideração na elaboração de estratégias universais direcionadas à prevenção e controle da sífilis, porém com foco em situações de maior vulnerabilidade.
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A seleção dos casos e controles considerou o resultado da sorologia por ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay), variável dependente utilizada como diagnóstico para sífilis neste estudo. As variáveis independentes foram agrupadas em: sociodemográficas; comportamentais; e antecedentes clínicos e obstétricos; e assistência à saúde no pré-natal e na maternidade. As informações foram obtidas por meio de entrevista, durante o internamento, por aplicação de um questionário. Foi calculado odds ratio (OR), intervalo de confiança de 95% e realizada análise de regressão logística para identificar os fatores preditores da variável a ser explicada. RESULTADOS A análise de regressão logística identificou como fatores determinantes para a sífilis gestacional: nível de escolaridade fundamental incompleto ou analfabeta (OR = 2,02), ausência de acesso a telefone (OR = 2,4), religião católica (OR = 1,70), quatro ou mais gestações (OR = 2,2), três ou mais parceiros sexuais no último ano (OR = 3,1), uso de drogas ilícitas antes dos 18 anos (OR = 3,0) e uso de drogas ilícitas por parte do atual companheiro (OR = 1,7). Além desses, foram observadas a ocorrência de apenas uma a três consultas ao pré-natal (OR = 3,5) e história anterior de infecção sexualmente transmissível (OR = 9,7). CONCLUSÕES Fatores sociodemográficos, comportamentais e de assistência à saúde estão associados à ocorrência de sífilis em mulheres e devem ser levados em consideração na elaboração de estratégias universais direcionadas à prevenção e controle da sífilis, porém com foco em situações de maior vulnerabilidade. OBJECTIVE To determine the sociodemographic, behavioral, and health care factors related to the occurrence of syphilis in women treated at public maternity hospitals. METHODS This is a case-control study (239 cases and 322 controls) with women admitted to seven maternity hospitals in the municipality of Recife, Brazil, from July 2013 to July 2014. Eligible women were recruited after the result of the VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) under any titration. The selection of cases and controls was based on the result of the serology for syphilis using ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay). The independent variables were grouped into: sociodemographic, behavioral, clinical and obstetric history, and health care in prenatal care and maternity hospital. Information was obtained by interview, during hospitalization, with the application of a questionnaire. Odds ratios and 95% confidence intervals were estimated using logistic regression to identify the predicting factors of the variable to be explained. RESULTS The logistic regression analysis identified as determinant factors for gestational syphilis: education level of incomplete basic education or illiterate (OR = 2.02), lack of access to telephone (OR = 2.4), catholic religion (OR = 1.70 ), four or more pregnancies (OR = 2.2), three or more sexual partners in the last year (OR = 3.1), use of illicit drugs before the age of 18 (OR = 3.0), and use of illicit drugs by the current partner (OR = 1.7). Only one to three prenatal appointments (OR = 3.5) and a previous history of sexually transmitted infection (OR = 9.7) were also identified as determinant factors. CONCLUSIONS Sociodemographic, behavioral, and health care factors are associated with the occurrence of syphilis in women and should be taken into account in the elaboration of universal strategies aimed at the prevention and control of syphilis, but with a focus on situations of greater vulnerability.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2017-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/13833510.11606/s1518-8787.2017051007066Revista de Saúde Pública; Vol. 51 (2017); 78Revista de Saúde Pública; Vol. 51 (2017); 78Revista de Saúde Pública; v. 51 (2017); 781518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/138335/133814https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/138335/133815Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessMacêdo, Vilma Costa deLira, Pedro Israel Cabral deFrias, Paulo Germano deRomaguera, Luciana Maria DelgadoCaires, Silvana de Fátima FerreiraXimenes, Ricardo Arraes de Alencar2017-12-14T10:16:03Zoai:revistas.usp.br:article/138335Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2017-12-14T10:16:03Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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