Cárie e água fluoretada em dois municípios brasileiros com baixa prevalência da doença

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cruz, Mariângela Guanaes Bortolo da
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Narvai, Paulo Capel
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/144954
Resumo: OBJETIVO: Analisar a associação entre a exposição à água fluoretada e cárie dentária, em contexto de uso generalizado de creme dental fluoretado no Brasil, em cenário de baixa prevalência da doença. MÉTODOS: Realizado estudo observacional transversal, de tipo censitário, na modalidade de duplo inquérito epidemiológico populacional, em dois municípios paulistas em 2014. Participaram adolescentes de 11 e 12 anos, imersos na sua condição de exposição (n = 184) ou não exposição (n = 128) à água fluoretada, há pelo menos cinco anos. As populações avaliadas residiam em comunidades da mesma região geográfica, de pequeno porte demográfico e com classificação socioeconômica similar, diferenciando-se apenas pela condição de exposição à água fluoretada (Silveiras) e de não exposição (São José do Barreiro). A experiência, a magnitude e o grau de polarização da cárie dentária nessas populações foram analisadas por meio dos índices CPOD e SiC e a associação foi testada empregando-se as estatísticas qui-quadrado de Pearson e razão de prevalência entre não expostos e expostos à água fluoretada. RESULTADOS: Embora a experiência de cárie (CPOD ≥ 1) não tenha se associado com a exposição à água fluoretada (qui-quadrado = 1,78; p = 0,18; α = 5%), observou-se expressiva diferença na magnitude com que a doença atingiu a população: as médias CPOD foram de 1,76 em expostos e 2,60 em não expostos e as médias SiC foram de 4,04 e 6,16, respectivamente. O grau da polarização, indicado pela porcentagem de indivíduos com CPOD = 0, foi diferente, maior (41,8%) em expostos e menor (34,3%) em não expostos. A razão de prevalência entre não expostos e expostos foi de 1,13, indicando pouca expressividade na diferença das prevalências. CONCLUSÕES: A exposição à água fluoretada implicou menores valores médios dos índices CPOD e SiC, ainda que em presença de exposição concomitante a dentifrício fluoretado, em cenário de baixa prevalência da doença e padrão similar de distribuição de cárie nas populações analisadas.
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As populações avaliadas residiam em comunidades da mesma região geográfica, de pequeno porte demográfico e com classificação socioeconômica similar, diferenciando-se apenas pela condição de exposição à água fluoretada (Silveiras) e de não exposição (São José do Barreiro). A experiência, a magnitude e o grau de polarização da cárie dentária nessas populações foram analisadas por meio dos índices CPOD e SiC e a associação foi testada empregando-se as estatísticas qui-quadrado de Pearson e razão de prevalência entre não expostos e expostos à água fluoretada. RESULTADOS: Embora a experiência de cárie (CPOD ≥ 1) não tenha se associado com a exposição à água fluoretada (qui-quadrado = 1,78; p = 0,18; α = 5%), observou-se expressiva diferença na magnitude com que a doença atingiu a população: as médias CPOD foram de 1,76 em expostos e 2,60 em não expostos e as médias SiC foram de 4,04 e 6,16, respectivamente. O grau da polarização, indicado pela porcentagem de indivíduos com CPOD = 0, foi diferente, maior (41,8%) em expostos e menor (34,3%) em não expostos. A razão de prevalência entre não expostos e expostos foi de 1,13, indicando pouca expressividade na diferença das prevalências. CONCLUSÕES: A exposição à água fluoretada implicou menores valores médios dos índices CPOD e SiC, ainda que em presença de exposição concomitante a dentifrício fluoretado, em cenário de baixa prevalência da doença e padrão similar de distribuição de cárie nas populações analisadas.OBJECTIVE: To analyze the association between exposure to fluoridated water and dental caries in a context of widespread use of fluoride toothpaste in Brazil, in a scenario of low prevalence of the disease. METHODS: This is a cross-sectional observational study, of the census type, in the form of a double population-based epidemiological survey carried out in two municipalities of the state of São Paulo in 2014. The sample consisted of adolescents aged 11 and 12 years, exposed (n = 184) or not exposed (n = 128) to fluoridated water for at least five years. The populations studied lived in communities of the same geographic region and had small demographic size and similar socioeconomic classification, differing only in the exposure (Silveiras) or not exposure (São José do Barreiro) to fluoridated water. The experience, magnitude, and degree of polarization of dental caries in these populations were analyzed using the DMFT and SiC indexes, and the association was tested using Pearson’s chi-square statistics and prevalence ratio between those not exposed and those exposed to fluoridated water. RESULTS: Although caries experience (DMFT ≥ 1) was not associated with exposure to fluoridated water (chi-square = 1.78; p = 0.18; α = 5%), a significant difference was observed in the magnitude with which the disease reached the population: the means of DMFT were 1.76 in those exposed and 2.60 in those not exposed and the means of SiC were 4.04 and 6.16, respectively. The degree of polarization, indicated by the percentage of subjects with DMFT = 0, was different, being it higher (41.8%) in subjects exposed and lower (34.3%) in subjects not exposed. The prevalence ratio between those not exposed and those exposed was 1.13, indicating little expressiveness in prevalence difference. CONCLUSIONS: Exposure to fluoridated water implied lower mean values for the DMFT and SiC indexes, even in the presence of the concomitant exposure to fluoridated toothpaste, in a scenario of low prevalence of the disease, and with a similar pattern of caries distribution in the populations analyzed.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2018-04-02info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/14495410.11606/S1518-8787.2018052016330Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018); 28Revista de Saúde Pública; Vol. 52 (2018); 28Revista de Saúde Pública; v. 52 (2018); 281518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/144954/139144https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/144954/139145https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/144954/148331Copyright (c) 2018 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessCruz, Mariângela Guanaes Bortolo daNarvai, Paulo Capel2018-07-20T11:44:51Zoai:revistas.usp.br:article/144954Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2018-07-20T11:44:51Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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