Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ramos, Luiz Roberto
Data de Publicação: 2016
Outros Autores: Tavares, Noemia Urruth Leão, Bertoldi, Andréa Dâmaso, Farias, Mareni Rocha, Oliveira, Maria Auxiliadora, Luiza, Vera Lucia, Pizzol, Tatiane da Silva Dal, Arrais, Paulo Sérgio Dourado, Mengue, Sotero Serrate
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591
Resumo: OBJETIVO Analisar as variações da prevalência do uso crônico de medicamentos por idosos no Brasil segundo sua possível associação com as doenças crônicas mais prevalentes, fatores sociodemográficos e de saúde, e identificar fatores de risco para polifarmácia. MÉTODOS Estudo com dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, de caráter transversal e amostra probabilística populacional em municípios brasileiros urbanos. A variável independente foi o número de medicamentos de uso crônico por idosos, vinculados às oito doenças crônicas investigadas. As variáveis intervenientes foram sexo, faixa etária, situação conjugal, escolaridade, nível socioeconômico, região do País, índice de massa corporal, hábito de fumar, percepção da própria saúde, internação no último ano e posse de plano de saúde privado, além das doenças crônicas referidas. Uma análise multivariável identificou os fatores de risco para polifarmácia. RESULTADOS A prevalência de pelo menos um medicamento de uso crônico entre idosos foi de 93,0%. Do total de idosos, 18,0% utilizavam pelo menos cinco medicamentos (polifarmácia). A polifarmácia foi maior entre os mais idosos (20,0%), na região Sul (25,0%), nos que avaliaram a própria saúde como ruim (35,0%), nos obesos (26,0%), nos que referiram ter plano de saúde (23,0%) ou internação no último ano (31,0%) e entre os que referiram qualquer uma das doenças investigadas, particularmente diabetes (36,0%) e doenças cardíacas (43,0%). No modelo final de risco para polifarmácia permaneceram idade, região, percepção de saúde, posse de plano de saúde, internação no último ano e todas as doenças investigadas exceto acidente vascular cerebral. CONCLUSÕES Idosos com doenças específicas têm fatores de risco para polifarmácia modificáveis por ações que visem o uso racional de medicamentos. Com o envelhecimento populacional em curso e a política exitosa de acesso a medicamentos, a tendência é aumentar a utilização de medicamentos por idosos, que deve ser prioridade na agenda de planejamento do Sistema Único de Saúde.
id USP-23_4432362a9c465ff66c507f604332157e
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/126591
network_acronym_str USP-23
network_name_str Revista de Saúde Pública
repository_id_str
spelling Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública Polypharmacy and Polymorbidity in Older Adults in Brazil: a public health challenge OBJETIVO Analisar as variações da prevalência do uso crônico de medicamentos por idosos no Brasil segundo sua possível associação com as doenças crônicas mais prevalentes, fatores sociodemográficos e de saúde, e identificar fatores de risco para polifarmácia. MÉTODOS Estudo com dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, de caráter transversal e amostra probabilística populacional em municípios brasileiros urbanos. A variável independente foi o número de medicamentos de uso crônico por idosos, vinculados às oito doenças crônicas investigadas. As variáveis intervenientes foram sexo, faixa etária, situação conjugal, escolaridade, nível socioeconômico, região do País, índice de massa corporal, hábito de fumar, percepção da própria saúde, internação no último ano e posse de plano de saúde privado, além das doenças crônicas referidas. Uma análise multivariável identificou os fatores de risco para polifarmácia. RESULTADOS A prevalência de pelo menos um medicamento de uso crônico entre idosos foi de 93,0%. Do total de idosos, 18,0% utilizavam pelo menos cinco medicamentos (polifarmácia). A polifarmácia foi maior entre os mais idosos (20,0%), na região Sul (25,0%), nos que avaliaram a própria saúde como ruim (35,0%), nos obesos (26,0%), nos que referiram ter plano de saúde (23,0%) ou internação no último ano (31,0%) e entre os que referiram qualquer uma das doenças investigadas, particularmente diabetes (36,0%) e doenças cardíacas (43,0%). No modelo final de risco para polifarmácia permaneceram idade, região, percepção de saúde, posse de plano de saúde, internação no último ano e todas as doenças investigadas exceto acidente vascular cerebral. CONCLUSÕES Idosos com doenças específicas têm fatores de risco para polifarmácia modificáveis por ações que visem o uso racional de medicamentos. Com o envelhecimento populacional em curso e a política exitosa de acesso a medicamentos, a tendência é aumentar a utilização de medicamentos por idosos, que deve ser prioridade na agenda de planejamento do Sistema Único de Saúde. OBJECTIVE To analyze variations in the prevalence of chronic use of medicines by older adults in Brazil according to its possible association with the most prevalent chronic diseases and demographic and health factors, and to identify risk factors for polypharmacy. METHODS A study based on data from the National Survey on Access, Use and Promotion of Rational Use of Medicines (PNAUM), a cross-sectional, population-based survey with probability sampling in Brazilian urban areas. The independent variable was the number of chronic-use medicines taken by older adults, linked to eight chronic diseases investigated. The intervening variables were gender, age group, marital status, level of education, socioeconomic status, Brazilian region, body mass index, smoking, self-perceived health, hospitalization in the previous year and having health insurance, besides the investigated chronic diseases. A multivariable analysis identified risk factors for polypharmacy. RESULTS Prevalence of at least one chronic-use medicines among older adults was 93.0%. Of the total number of older adults, 18.0% used at least five medications (polypharmacy). Polypharmacy was higher among the oldest individuals (20.0%), in the South region (25.0%), in those with poor self-perceived health (35.0%), in obese individuals (26.0%), in those with reported health insurance (23.0%) or hospitalization in the previous year (31.0%), and among those who reported any of the investigated diseases, particularly diabetes (36.0%) and heart diseases (43.0%). The variables remaining in the final risk model for polypharmacy were age, region, perceived health, health insurance, hospitalization in the previous year and all investigated diseases except stroke. CONCLUSIONS Older adults with specific diseases have risk factors for polypharmacy modifiable by actions aimed at the rational use of medicines. With the current population aging and successful drug access policy, the trend is an increase in drug use by older adults, which should feature as a priority in the planning agenda of the Brazilian Unified Health System (SUS). Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2016-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/12659110.1590/s1518-8787.2016050006145Revista de Saúde Pública; Vol. 50 (2016): Suplement 2; 9sRevista de Saúde Pública; Vol. 50 (2016): Suplement 2; 9sRevista de Saúde Pública; v. 50 (2016): Suplemento 2; 9s1518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591/123584https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591/123585Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessRamos, Luiz RobertoTavares, Noemia Urruth LeãoBertoldi, Andréa DâmasoFarias, Mareni RochaOliveira, Maria AuxiliadoraLuiza, Vera LuciaPizzol, Tatiane da Silva DalArrais, Paulo Sérgio DouradoMengue, Sotero Serrate2018-01-16T13:06:48Zoai:revistas.usp.br:article/126591Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2018-01-16T13:06:48Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
Polypharmacy and Polymorbidity in Older Adults in Brazil: a public health challenge
title Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
spellingShingle Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
Ramos, Luiz Roberto
title_short Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
title_full Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
title_fullStr Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
title_full_unstemmed Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
title_sort Polifarmácia e polimorbidade em idosos no Brasil: um desafio em saúde pública
author Ramos, Luiz Roberto
author_facet Ramos, Luiz Roberto
Tavares, Noemia Urruth Leão
Bertoldi, Andréa Dâmaso
Farias, Mareni Rocha
Oliveira, Maria Auxiliadora
Luiza, Vera Lucia
Pizzol, Tatiane da Silva Dal
Arrais, Paulo Sérgio Dourado
Mengue, Sotero Serrate
author_role author
author2 Tavares, Noemia Urruth Leão
Bertoldi, Andréa Dâmaso
Farias, Mareni Rocha
Oliveira, Maria Auxiliadora
Luiza, Vera Lucia
Pizzol, Tatiane da Silva Dal
Arrais, Paulo Sérgio Dourado
Mengue, Sotero Serrate
author2_role author
author
author
author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Ramos, Luiz Roberto
Tavares, Noemia Urruth Leão
Bertoldi, Andréa Dâmaso
Farias, Mareni Rocha
Oliveira, Maria Auxiliadora
Luiza, Vera Lucia
Pizzol, Tatiane da Silva Dal
Arrais, Paulo Sérgio Dourado
Mengue, Sotero Serrate
description OBJETIVO Analisar as variações da prevalência do uso crônico de medicamentos por idosos no Brasil segundo sua possível associação com as doenças crônicas mais prevalentes, fatores sociodemográficos e de saúde, e identificar fatores de risco para polifarmácia. MÉTODOS Estudo com dados da Pesquisa Nacional de Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos, de caráter transversal e amostra probabilística populacional em municípios brasileiros urbanos. A variável independente foi o número de medicamentos de uso crônico por idosos, vinculados às oito doenças crônicas investigadas. As variáveis intervenientes foram sexo, faixa etária, situação conjugal, escolaridade, nível socioeconômico, região do País, índice de massa corporal, hábito de fumar, percepção da própria saúde, internação no último ano e posse de plano de saúde privado, além das doenças crônicas referidas. Uma análise multivariável identificou os fatores de risco para polifarmácia. RESULTADOS A prevalência de pelo menos um medicamento de uso crônico entre idosos foi de 93,0%. Do total de idosos, 18,0% utilizavam pelo menos cinco medicamentos (polifarmácia). A polifarmácia foi maior entre os mais idosos (20,0%), na região Sul (25,0%), nos que avaliaram a própria saúde como ruim (35,0%), nos obesos (26,0%), nos que referiram ter plano de saúde (23,0%) ou internação no último ano (31,0%) e entre os que referiram qualquer uma das doenças investigadas, particularmente diabetes (36,0%) e doenças cardíacas (43,0%). No modelo final de risco para polifarmácia permaneceram idade, região, percepção de saúde, posse de plano de saúde, internação no último ano e todas as doenças investigadas exceto acidente vascular cerebral. CONCLUSÕES Idosos com doenças específicas têm fatores de risco para polifarmácia modificáveis por ações que visem o uso racional de medicamentos. Com o envelhecimento populacional em curso e a política exitosa de acesso a medicamentos, a tendência é aumentar a utilização de medicamentos por idosos, que deve ser prioridade na agenda de planejamento do Sistema Único de Saúde.
publishDate 2016
dc.date.none.fl_str_mv 2016-01-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591
10.1590/s1518-8787.2016050006145
url https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591
identifier_str_mv 10.1590/s1518-8787.2016050006145
dc.language.iso.fl_str_mv eng
por
language eng
por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591/123584
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/126591/123585
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Pública
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Pública
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
dc.source.none.fl_str_mv Revista de Saúde Pública; Vol. 50 (2016): Suplement 2; 9s
Revista de Saúde Pública; Vol. 50 (2016): Suplement 2; 9s
Revista de Saúde Pública; v. 50 (2016): Suplemento 2; 9s
1518-8787
0034-8910
reponame:Revista de Saúde Pública
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista de Saúde Pública
collection Revista de Saúde Pública
repository.name.fl_str_mv Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br
_version_ 1800221796823203840