Perfil sociodemográfico e de saúde de solicitantes de refúgio no Rio de Janeiro, 2016–2017
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Data de Publicação: | 2022 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng por |
Título da fonte: | Revista de Saúde Pública |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/197679 |
Resumo: | OBJETIVO Analisar o perfil sociodemográfico e as condições de saúde autorrelatadas por solicitantes de refúgio no Rio de Janeiro. MÉTODOS Estudo transversal de dados secundários, coletados de formulários de solicitação de refúgio preenchidos em 2016 e 2017, na Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (Cáritas-RJ). Foram realizadas análises descritivas e calculadas frequências absolutas, relativas e intervalos de 95% de confiança. RESULTADOS Foram identificados formulários preenchidos por 818 solicitantes de refúgio, originários de 49 países diferentes, dos quais 126 (20,3%) eram apátridas, 510 (62,7%) do sexo masculino, 797 (97,4%) adultos, com idade média de 30,5 anos, 551 (73,5%) solteiros, 340 (44,1%) com ensino superior e 27 (4,0%) desempregados no país de origem antes da vinda para o Brasil. Entre os motivos declarados para solicitação de refúgio, destacaram-se o temor de perseguição por opinião política, violação de direitos humanos e risco de tortura. Para chegar ao Brasil, 629 (80,5%) viajaram somente de avião. Em relação às condições de saúde, 216 (29,0%) afirmaram ter algum sintoma, doença ou agravo em saúde, sendo as mais frequentes dores, problemas de visão, doenças infecciosas (incluindo HIV/aids) e hipertensão. Apenas 15 indivíduos (2,2%) relataram estar em algum tratamento médico ou psicológico; 42 (6,0%) relataram deficiências visuais, 14 (2,0%) relataram deficiências físicas e 4 (0,6%) deficiências auditivas. CONCLUSÕES Diferentemente de outros países, onde migrantes forçados de baixo grau de instrução entram por vias clandestinas marítimas ou terrestres, os solicitantes de refúgio residentes no Rio de Janeiro entre 2016 e 2017, eram, em sua maioria, adultos com ensino superior que migraram usando transporte aéreo. Apresentavam condições de saúde sensíveis à atenção primária que poderiam ser tratadas via acesso aos serviços públicos da atenção primária em saúde. |
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Perfil sociodemográfico e de saúde de solicitantes de refúgio no Rio de Janeiro, 2016–2017Sociodemographic and health profile of asylum-seekers in Rio de Janeiro, 2016–2017RefugeesPopulation CharacteristicsHealth ProfileGlobal HealthRefugiadosCaracterísticas da PopulaçãoPerfil de SaúdeOBJETIVO Analisar o perfil sociodemográfico e as condições de saúde autorrelatadas por solicitantes de refúgio no Rio de Janeiro. MÉTODOS Estudo transversal de dados secundários, coletados de formulários de solicitação de refúgio preenchidos em 2016 e 2017, na Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (Cáritas-RJ). Foram realizadas análises descritivas e calculadas frequências absolutas, relativas e intervalos de 95% de confiança. RESULTADOS Foram identificados formulários preenchidos por 818 solicitantes de refúgio, originários de 49 países diferentes, dos quais 126 (20,3%) eram apátridas, 510 (62,7%) do sexo masculino, 797 (97,4%) adultos, com idade média de 30,5 anos, 551 (73,5%) solteiros, 340 (44,1%) com ensino superior e 27 (4,0%) desempregados no país de origem antes da vinda para o Brasil. Entre os motivos declarados para solicitação de refúgio, destacaram-se o temor de perseguição por opinião política, violação de direitos humanos e risco de tortura. Para chegar ao Brasil, 629 (80,5%) viajaram somente de avião. Em relação às condições de saúde, 216 (29,0%) afirmaram ter algum sintoma, doença ou agravo em saúde, sendo as mais frequentes dores, problemas de visão, doenças infecciosas (incluindo HIV/aids) e hipertensão. Apenas 15 indivíduos (2,2%) relataram estar em algum tratamento médico ou psicológico; 42 (6,0%) relataram deficiências visuais, 14 (2,0%) relataram deficiências físicas e 4 (0,6%) deficiências auditivas. CONCLUSÕES Diferentemente de outros países, onde migrantes forçados de baixo grau de instrução entram por vias clandestinas marítimas ou terrestres, os solicitantes de refúgio residentes no Rio de Janeiro entre 2016 e 2017, eram, em sua maioria, adultos com ensino superior que migraram usando transporte aéreo. Apresentavam condições de saúde sensíveis à atenção primária que poderiam ser tratadas via acesso aos serviços públicos da atenção primária em saúde.OBJECTIVE To analyze the sociodemographic profile and self-reported health conditions of asylum-seekers in Rio de Janeiro. METHODS A cross-sectional study of secondary data, collected from asylum claims forms completed in 2016 and 2017, at Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro (Cáritas-RJ). Descriptive analyses were performed and absolute and relative frequencies and 95% confidence intervals were calculated. RESULTS Claims completed by 818 asylum-seekers from 49 different countries were identified, of whom 126 (20.3%) were stateless, 510 (62.7%) were male, 797 (97.4%) were adults, with a mean age of 30.5 years, 551 (73.5%) were single, 340 (44.1%) had higher education, and 27 (4.0%) were unemployed in their country of origin before coming to Brazil. Fear of persecution for political opinion, violation of human rights, and risk of torture stood out among the reasons stated for requesting asylum. To reach Brazil, 629 (80.5%) traveled only by plane. Regarding health conditions, 216 (29.0%) reported having some symptom, disease or health problem, the most frequent being pain, vision problems, infectious diseases (including HIV/AIDS), and hypertension. Only 15 individuals (2.2%) reported being in some medical or psychological treatment; 42 (6.0%) reported visual impairments, 14 (2.0%) reported physical impairments and 4 (0.6%) hearing impairments. CONCLUSIONS Unlike other countries, where forced migrants with a low level of education enter clandestinely by sea or land, asylum-seekers residing in Rio de Janeiro between 2016 and 2017 were mostly adults with higher education who migrated using air transport. They had primary care-sensitive health conditions that could be treated via access to public primary health care services.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2022-04-22info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/19767910.11606/s1518-8787.2022056003956Revista de Saúde Pública; Vol. 56 (2022); 31Revista de Saúde Pública; Vol. 56 (2022); 31Revista de Saúde Pública; v. 56 (2022); 311518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/197679/181912https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/197679/181911https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/197679/181913Copyright (c) 2022 João Roberto Cavalcante, Raquel Proença, Ignacio Cano, Anete Trajman, Eduardo Faersteinhttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCavalcante, João RobertoProença, Raquel Cano, IgnacioTrajman, AneteFaerstein, Eduardo2022-05-12T20:26:52Zoai:revistas.usp.br:article/197679Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2022-05-12T20:26:52Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false |
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