Avaliação da atenção primária à saúde de trabalhadores rurais expostos a praguicidas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silvério, Alessandra Cristina Pupin
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Martins, Isarita, Nogueira, Denismar Alves, Mello, Marco Antônio Santos, Loyola, Edilaine Assunção Caetano de, Graciano, Miriam Monteiro de Castro
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/165869
Resumo: OBJECTIVE: To evaluate the attributes of Primary Health Care (PHC) for rural workers; to analyze sociodemographic conditions, history of poisoning and hospitalizations for pesticides and use of personal protective equipment; and to verify exposure to pesticides by determining bioindicators. METHODS: Cross-sectional, descriptive-analytical study with a sample of 1,027 rural workers living in municipalities belonging to a regional health department in Southern Minas Gerais, whose PHC is governed by the Family Health Strategy model. We used the adult version of the Primary Care Assessment Tool (PCATool Brazil) and a structured questionnaire to collect socioeconomic data, history of poisoning and hospitalization for pesticides and use of personal protective equipment. Blood samples were collected to measure biomarkers of pesticide exposure and signs of renal and hepatic sequelae. RESULTS: Low education was prevalent, as well as the intense contact of workers with pesticides. Frequent use of personal protective equipment was higher among men, as was the history of poisoning and hospitalizations for pesticides. Rates of 20% poisoning, 15% liver disease and 2% nephropathy were detected. Signs of hepatotoxicity were more frequent in men. Gender differences were all statistically significant. Regarding PHC, only the attribute “degree of affiliation” had a high score. None of the poisoning cases detected in the study were previously diagnosed. CONCLUSIONS: Despite the high coverage of the Family Health Strategy, occupational risk and its consequences have not been detected by health services, which do not seem oriented to primary care, even lacking their essential attributes. There is a need for immediate and effective adaptation of public policies regarding the health of rural workers, with adequate training of teams and review of the portfolio of PHC services offered.
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METHODS: Cross-sectional, descriptive-analytical study with a sample of 1,027 rural workers living in municipalities belonging to a regional health department in Southern Minas Gerais, whose PHC is governed by the Family Health Strategy model. We used the adult version of the Primary Care Assessment Tool (PCATool Brazil) and a structured questionnaire to collect socioeconomic data, history of poisoning and hospitalization for pesticides and use of personal protective equipment. Blood samples were collected to measure biomarkers of pesticide exposure and signs of renal and hepatic sequelae. RESULTS: Low education was prevalent, as well as the intense contact of workers with pesticides. Frequent use of personal protective equipment was higher among men, as was the history of poisoning and hospitalizations for pesticides. Rates of 20% poisoning, 15% liver disease and 2% nephropathy were detected. Signs of hepatotoxicity were more frequent in men. Gender differences were all statistically significant. Regarding PHC, only the attribute “degree of affiliation” had a high score. None of the poisoning cases detected in the study were previously diagnosed. CONCLUSIONS: Despite the high coverage of the Family Health Strategy, occupational risk and its consequences have not been detected by health services, which do not seem oriented to primary care, even lacking their essential attributes. There is a need for immediate and effective adaptation of public policies regarding the health of rural workers, with adequate training of teams and review of the portfolio of PHC services offered.OBJETIVO: Avaliar os atributos da atenção primária à saúde (APS) na assistência à saúde de trabalhadores rurais; analisar condições sociodemográficas, histórico de intoxicação e internações por agrotóxicos e uso de equipamentos de proteção individual; e verificar a exposição aos praguicidas pela determinação de bioindicadores. MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo-analítico, com amostra de 1.027 trabalhadores rurais residentes em municípios pertencentes a uma superintendência regional de saúde do sul de Minas Gerais, cuja APS é regida pelo modelo da Estratégia Saúde da Família. Utilizou-se o Instrumento de Avaliação da Atenção Primária (PCATool Brasil) versão adulto e um questionário estruturado para coleta de dados socioeconômicos, histórico de intoxicação e internação por agrotóxicos e uso de equipamentos de proteção individual. Foram coletadas amostras sanguíneas para dosagem de biomarcadores de exposição a praguicidas e de sinais de sequelas renais e hepáticas. RESULTADOS: A baixa escolaridade foi prevalente, bem como o contato intenso dos trabalhadores com praguicidas. O uso frequente de equipamentos de proteção individual foi maior entre os homens, assim como o histórico de intoxicação e de internações por agrotóxicos. Detectaram-se índices de 20% de intoxicação, 15% de hepatopatia e 2% de nefropatia. Os sinais de hepatotoxicidade foram mais frequentes em homens. As diferenças entre sexos foram todas estatisticamente significantes. Com relação à APS, apenas o atributo “grau de afiliação” apresentou escore elevado. Nenhum dos casos de intoxicação detectados no estudo tinha diagnóstico prévio. CONCLUSÕES: A despeito de uma alta cobertura da Estratégia Saúde da Família, o risco ocupacional e suas consequências não têm sido detectados pelos serviços de saúde, que se apresentam como não orientados à atenção primária, carecendo mesmo de seus atributos essenciais. Percebe-se a necessidade de adequação imediata e efetiva das políticas públicas no que concerne à saúde do trabalhador rural, com adequada capacitação das equipes e revisão da carteira de serviços da APS ofertados.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2020-01-21info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfapplication/xmlhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/16586910.11606/s1518-8787.2020054001455Revista de Saúde Pública; Vol. 54 (2020); 9Revista de Saúde Pública; Vol. 54 (2020); 9Revista de Saúde Pública; v. 54 (2020); 91518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/165869/158749https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/165869/158750https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/165869/158751Copyright (c) 2020 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessSilvério, Alessandra Cristina PupinMartins, IsaritaNogueira, Denismar AlvesMello, Marco Antônio SantosLoyola, Edilaine Assunção Caetano deGraciano, Miriam Monteiro de Castro2020-02-03T02:11:44Zoai:revistas.usp.br:article/165869Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2020-02-03T02:11:44Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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