Tabagismo, mortalidade, acesso ao diagnóstico e tratamento de câncer de pulmão no Brasil

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Campos, Mônica Rodrigues
Data de Publicação: 2024
Outros Autores: Rodrigues, Jessica Muzy, Marques, Aline Pinto, Faria, Lara Vinhal, Valerio, Tayná Sequeira, Silva, Mario Jorge Sobreira da, Pires, Debora Castanheira, Chaves, Luisa Arueira, Cardoso, Carlos Henrique Dantas, Campos, Silvio Rodrigues, Emmerick, Isabel Cristina Martins
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/225614
Resumo: INTRODUÇÃO: O câncer de pulmão (CP) é um relevante problema de saúde pública no Brasil e no mundo, dada sua alta incidência e mortalidade. Assim, objetiva-se analisar a distribuição do tabagismo e da carga tabágica segundo características sociodemográficas e disparidades no acesso, no tratamento e na mortalidade por CP no Brasil, em 2013 e 2019. MÉTODO: Estudo retrospectivo de triangulação de fontes de dados de abrangência nacional: a) análise da distribuição do tabagismo, baseada na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS); b) investigação dos registros de CP, via Registros Hospitalares de Câncer (RHC); e c) distribuição da mortalidade por CP, no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). RESULTADOS: Verificou-se redução do percentual de pessoas que nunca fumaram de 2013 (68,5%) para 2019 (60,2%), assim como da carga tabágica (anos-maço). Esta foi observada maior em homens em pessoas de faixas etárias mais avançadas e de menor escolaridade. Em relação aos pacientes registrados no RHC, a entrada no serviço de saúde se dá a partir de 50 anos, e apenas 19% nunca fumaram. Ao passo que os fumantes na população são majoritariamente pardos, os pacientes no RHC são em maioria brancos. Quanto ao estadiamento inicial (I e II), é mais frequente em pessoas brancas e que nunca fumaram. A taxa de mortalidade apresentou variação de 1,00, para pessoas com ensino superior, a 3,36, entre pessoas sem instrução, assim como pessoas brancas têm uma taxa de mortalidade três vezes maior que a de pessoas negras e pardas. CONCLUSÃO: Este artigo apontou relevantes disparidades sociodemográficas no acesso ao diagnóstico, tratamento e mortalidade do CP. Assim, recomenda-se: fortalecer o Registro de Câncer de Base Populacional; desenvolver e implementar estratégia de screening de CP no Brasil, uma vez que a realização de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce combinadas funcionam melhor no controle da mortalidade pela doença; e investimento contínuo nas políticas de prevenção e controle do tabagismo.
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MÉTODO: Estudo retrospectivo de triangulação de fontes de dados de abrangência nacional: a) análise da distribuição do tabagismo, baseada na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS); b) investigação dos registros de CP, via Registros Hospitalares de Câncer (RHC); e c) distribuição da mortalidade por CP, no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). RESULTADOS: Verificou-se redução do percentual de pessoas que nunca fumaram de 2013 (68,5%) para 2019 (60,2%), assim como da carga tabágica (anos-maço). Esta foi observada maior em homens em pessoas de faixas etárias mais avançadas e de menor escolaridade. Em relação aos pacientes registrados no RHC, a entrada no serviço de saúde se dá a partir de 50 anos, e apenas 19% nunca fumaram. Ao passo que os fumantes na população são majoritariamente pardos, os pacientes no RHC são em maioria brancos. Quanto ao estadiamento inicial (I e II), é mais frequente em pessoas brancas e que nunca fumaram. A taxa de mortalidade apresentou variação de 1,00, para pessoas com ensino superior, a 3,36, entre pessoas sem instrução, assim como pessoas brancas têm uma taxa de mortalidade três vezes maior que a de pessoas negras e pardas. CONCLUSÃO: Este artigo apontou relevantes disparidades sociodemográficas no acesso ao diagnóstico, tratamento e mortalidade do CP. Assim, recomenda-se: fortalecer o Registro de Câncer de Base Populacional; desenvolver e implementar estratégia de screening de CP no Brasil, uma vez que a realização de estratégias de prevenção e diagnóstico precoce combinadas funcionam melhor no controle da mortalidade pela doença; e investimento contínuo nas políticas de prevenção e controle do tabagismo.INTRODUCTION: Lung cancer (LC) is a relevant public health problem in Brazil and worldwide, given its high incidence and mortality. Thus, the objective of this study is to analyze the distribution of smoking and smoking status according to sociodemographic characteristics and disparities in access, treatment, and mortality due to LC in Brazil in 2013 and 2019. METHOD: Retrospective study of triangulation of national data sources: a) analysis of the distribution of smoking, based on the National Survey of Health (PNS); b) investigation of LC records via Hospital-based Cancer Registry (HCR); and c) distribution of mortality due to LC in the Mortality Information System (SIM). RESULTS: There was a decrease in the percentage of people who had never smoked from 2013 (68.5%) to 2019 (60.2%) and in smoking history (pack-years). This was observed to be greater in men, people of older age groups, and those with less education. Concerning patients registered in the HCR, entry into the healthcare service occurs at the age of 50, and only 19% have never smoked. While smokers in the population are mainly Mixed-race, patients in the HCR are primarily White. As for the initial stage (I and II), it is more common in White people and people who have never smoked. The mortality rate varied from 1.00 for people with higher education to 3.36 for people without education. Furthermore, White people have a mortality rate three times higher than that of Black and mixed-race people. CONCLUSION: This article highlighted relevant sociodemographic disparities in access to LC diagnosis, treatment, and mortality. Therefore, the recommendation is to strengthen the Population-Based Cancer Registry and develop and implement a nationwide LC screening strategy in Brazil since combined prevention and early diagnosis strategies work better in controlling mortality from the disease and continued investment in tobacco prevention and control policies.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2024-04-25info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/xmlapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/22561410.11606/s1518-8787.2024058005704Revista de Saúde Pública; v. 58 n. 1 (2024); 18Revista de Saúde Pública; Vol. 58 Núm. 1 (2024); 18Revista de Saúde Pública; Vol. 58 No. 1 (2024); 181518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/225614/204954https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/225614/204955https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/225614/204956Copyright (c) 2024 Mônica Rodrigues Campos, Jessica Muzy Rodrigues, Aline Pinto Marques, Lara Vinhal Faria, Tayná Sequeira Valerio, Mario Jorge Sobreira da Silva, Debora Castanheira Pires, Luisa Arueira Chaves, Carlos Henrique Dantas Cardoso, Silvio Rodrigues Campos, Isabel Cristina Martins Emmerickhttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessCampos, Mônica RodriguesRodrigues, Jessica MuzyMarques, Aline PintoFaria, Lara VinhalValerio, Tayná SequeiraSilva, Mario Jorge Sobreira daPires, Debora CastanheiraChaves, Luisa ArueiraCardoso, Carlos Henrique DantasCampos, Silvio RodriguesEmmerick, Isabel Cristina Martins2024-05-24T19:04:22Zoai:revistas.usp.br:article/225614Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2024-05-24T19:04:22Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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