Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por eng |
Título da fonte: | Revista de Saúde Pública |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862 |
Resumo: | OBJETIVOS: Estimar a prevalência e fatores associados à hesitação ao uso da vacina contra o vírus SARS-CoV-2 no Maranhão, Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional realizado de 19 a 30 de outubro de 2020. As estimativas consideraram agrupamento, estratificação e não resposta. A seleção da amostra foi realizada em três estágios (estrato, setores censitários e domicílio). Após análise sistemática, em cada estrato foram selecionados trinta setores, totalizando 150 setores, sendo o número de domicílios em cada setor fixado em 34, totalizando 5.100 domicílios e um indivíduo por domicílio (residente pelo menos há seis meses e com um ano de idade ou mais) selecionado por amostra aleatória simples. A intenção de ser vacinado foi questionada aos participantes. Foi realizada análise descritiva (frequências ponderadas) e teste do qui-quadrado de Pearson para verificar associação univariada entre as variáveis independentes e o desfecho (p < 0,05). Realizou-se análise multivariada robusta utilizando-se modelagem hierarquizada em três níveis. RESULTADOS: Foram entrevistados 4.630 indivíduos. A prevalência de hesitação vacinal foi de 17,5% (IC95% 16,1–19,1%). Após ajuste final do modelo, a hesitação vacinal foi estatisticamente maior entre moradores das cidades de Imperatriz (24,0%; RP = 1,48; IC95% 1,09–2,02) e de munícipios da Grande Ilha de São Luís (20,7%; RP = 1,34; IC95% 1,02–1,76), pessoas do sexo feminino (19,8%; RP = 1,44; IC95% 1,20–1,75), idosos (22,8%; RP = 1,79; IC95% 1,30–2,46), pertencentes às religiões de denominação evangélica (24,1%; RP = 1,49; IC95% 1,24–1,79) e entre aqueles sem relato de sintomas (18,6%; RP = 1,24; IC95% 1,02–1,51). Outras características socioeconômicas e demográficas, assim como variáveis relacionadas ao mercado de trabalho, comportamentos e condições de saúde dos entrevistados, não tiveram diferença estatística. CONCLUSÃO: A prevalência de hesitação vacinal no Maranhão e sua associação com fatores individuais, contextuais e clínicos revelam os grupos e contextos mais resistentes e que devem merecer atenção especial das estratégias públicas para garantir a ampla vacinação. |
id |
USP-23_60ac34831862b330b68dabc6559d6065 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/184862 |
network_acronym_str |
USP-23 |
network_name_str |
Revista de Saúde Pública |
repository_id_str |
|
spelling |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, BrasilPrevalence and factors associated with covid-19 vaccine hesitancy in Maranhão, BrazilCoronavirus infections, prevention & controlVaccination refusal, psychologyHealth knowledge, attitudes, practiceHealth surveysInfecções por coronavirus, prevenção & controleRecusa de vacinação psicologiaConhecimentos, atitudes e prática em saúdeInquéritos epidemiológicosOBJETIVOS: Estimar a prevalência e fatores associados à hesitação ao uso da vacina contra o vírus SARS-CoV-2 no Maranhão, Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional realizado de 19 a 30 de outubro de 2020. As estimativas consideraram agrupamento, estratificação e não resposta. A seleção da amostra foi realizada em três estágios (estrato, setores censitários e domicílio). Após análise sistemática, em cada estrato foram selecionados trinta setores, totalizando 150 setores, sendo o número de domicílios em cada setor fixado em 34, totalizando 5.100 domicílios e um indivíduo por domicílio (residente pelo menos há seis meses e com um ano de idade ou mais) selecionado por amostra aleatória simples. A intenção de ser vacinado foi questionada aos participantes. Foi realizada análise descritiva (frequências ponderadas) e teste do qui-quadrado de Pearson para verificar associação univariada entre as variáveis independentes e o desfecho (p < 0,05). Realizou-se análise multivariada robusta utilizando-se modelagem hierarquizada em três níveis. RESULTADOS: Foram entrevistados 4.630 indivíduos. A prevalência de hesitação vacinal foi de 17,5% (IC95% 16,1–19,1%). Após ajuste final do modelo, a hesitação vacinal foi estatisticamente maior entre moradores das cidades de Imperatriz (24,0%; RP = 1,48; IC95% 1,09–2,02) e de munícipios da Grande Ilha de São Luís (20,7%; RP = 1,34; IC95% 1,02–1,76), pessoas do sexo feminino (19,8%; RP = 1,44; IC95% 1,20–1,75), idosos (22,8%; RP = 1,79; IC95% 1,30–2,46), pertencentes às religiões de denominação evangélica (24,1%; RP = 1,49; IC95% 1,24–1,79) e entre aqueles sem relato de sintomas (18,6%; RP = 1,24; IC95% 1,02–1,51). Outras características socioeconômicas e demográficas, assim como variáveis relacionadas ao mercado de trabalho, comportamentos e condições de saúde dos entrevistados, não tiveram diferença estatística. CONCLUSÃO: A prevalência de hesitação vacinal no Maranhão e sua associação com fatores individuais, contextuais e clínicos revelam os grupos e contextos mais resistentes e que devem merecer atenção especial das estratégias públicas para garantir a ampla vacinação.OBJECTIVES: To estimate the prevalence and factors associated with hesitancy in getting the vaccine against SARS-CoV-2 in Maranhão, Brazil. METHODS: This is a cross-sectional population-based study conducted from October 19 to 30, 2020. The estimates were calculated based on clustering, stratification, and non-response. A three-stage sampling was adopted, considering stratum, census tracts, and domicile. After systematic analysis, thirty sectors were selected in each stratum, totaling 150 sectors. Each sector contained a fixed number of 34 households, thus totaling 5,100 households. One individual within each household (resident for at least six months and aged one year or more) was selected by a simple random sampling. We questioned participants about their vaccination intention. Univariate association between independent variables and the outcome were verified using descriptive analysis (weighted frequencies) and Pearson's chi-square test (p < 0.05). Robust multivariate analysis was performed using a three-level hierarchical model. RESULTS: We found 17.5% (95%CI 16.1–19.1%) of the 4,630 individuals interviewed to report hesitancy to be vaccinated against covid-19. After final model adjustment, vaccination hesitancy was statistically higher among residents of the cities of Imperatriz (24.0%; RP = 1.48; IC95% 1.09–2.02) and municipalities of the Grande Ilha de São Luís (20.7%; RP = 1.34; 95%CI 1.02–1.76), female individuals (19.8%; RP = 1.44; 95%CI 1.20–1.75), older adults (22.8%; RP = 1.79; IC95% 1.30–2.46), evangelicals (24.1%; RP = 1.49; 95%CI 1.24–1.79), and those without reported symptoms (18.6%; RP = 1.24; 95%CI 1.02–1.51). We found no statistical differences for other socioeconomic and demographic characteristics, as well as variables related to the labor market, behaviors, and health conditions of the interviewees. CONCLUSION: The prevalence of vaccine hesitancy in Maranhão and its association with individual, contextual, and clinical factors enable us to identify the groups and contexts of greatest resistance, requiring special attention from public strategies to ensure wide vaccination.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2021-04-23info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/xmlapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/18486210.11606/s1518-8787.2021055003417Revista de Saúde Pública; Vol. 55 (2021); 12Revista de Saúde Pública; Vol. 55 (2021); 12Revista de Saúde Pública; v. 55 (2021); 121518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporenghttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862/170983https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862/170981https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862/170982Copyright (c) 2021 Bruno Luciano Carneiro Alves de Oliveira, Marcos Adriano Garcia Campos, Rejane Christine de Sousa Queiroz, Maria Teresa Seabra Soares de Britto e Alves, Bruno Feres de Souza, Alcione Miranda dos Santos, Antônio Augusto Moura da Silvahttp://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessOliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves deCampos, Marcos Adriano GarciaQueiroz, Rejane Christine de SousaBritto e Alves, Maria Teresa Seabra Soares deSouza, Bruno Feres deSantos, Alcione Miranda dosSilva, Antônio Augusto Moura da2021-04-26T20:30:52Zoai:revistas.usp.br:article/184862Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2021-04-26T20:30:52Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil Prevalence and factors associated with covid-19 vaccine hesitancy in Maranhão, Brazil |
title |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil |
spellingShingle |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil Oliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves de Coronavirus infections, prevention & control Vaccination refusal, psychology Health knowledge, attitudes, practice Health surveys Infecções por coronavirus, prevenção & controle Recusa de vacinação psicologia Conhecimentos, atitudes e prática em saúde Inquéritos epidemiológicos |
title_short |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil |
title_full |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil |
title_fullStr |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil |
title_full_unstemmed |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil |
title_sort |
Prevalência e fatores associados à hesitação vacinal contra a covid-19 no Maranhão, Brasil |
author |
Oliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves de |
author_facet |
Oliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves de Campos, Marcos Adriano Garcia Queiroz, Rejane Christine de Sousa Britto e Alves, Maria Teresa Seabra Soares de Souza, Bruno Feres de Santos, Alcione Miranda dos Silva, Antônio Augusto Moura da |
author_role |
author |
author2 |
Campos, Marcos Adriano Garcia Queiroz, Rejane Christine de Sousa Britto e Alves, Maria Teresa Seabra Soares de Souza, Bruno Feres de Santos, Alcione Miranda dos Silva, Antônio Augusto Moura da |
author2_role |
author author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira, Bruno Luciano Carneiro Alves de Campos, Marcos Adriano Garcia Queiroz, Rejane Christine de Sousa Britto e Alves, Maria Teresa Seabra Soares de Souza, Bruno Feres de Santos, Alcione Miranda dos Silva, Antônio Augusto Moura da |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Coronavirus infections, prevention & control Vaccination refusal, psychology Health knowledge, attitudes, practice Health surveys Infecções por coronavirus, prevenção & controle Recusa de vacinação psicologia Conhecimentos, atitudes e prática em saúde Inquéritos epidemiológicos |
topic |
Coronavirus infections, prevention & control Vaccination refusal, psychology Health knowledge, attitudes, practice Health surveys Infecções por coronavirus, prevenção & controle Recusa de vacinação psicologia Conhecimentos, atitudes e prática em saúde Inquéritos epidemiológicos |
description |
OBJETIVOS: Estimar a prevalência e fatores associados à hesitação ao uso da vacina contra o vírus SARS-CoV-2 no Maranhão, Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal de base populacional realizado de 19 a 30 de outubro de 2020. As estimativas consideraram agrupamento, estratificação e não resposta. A seleção da amostra foi realizada em três estágios (estrato, setores censitários e domicílio). Após análise sistemática, em cada estrato foram selecionados trinta setores, totalizando 150 setores, sendo o número de domicílios em cada setor fixado em 34, totalizando 5.100 domicílios e um indivíduo por domicílio (residente pelo menos há seis meses e com um ano de idade ou mais) selecionado por amostra aleatória simples. A intenção de ser vacinado foi questionada aos participantes. Foi realizada análise descritiva (frequências ponderadas) e teste do qui-quadrado de Pearson para verificar associação univariada entre as variáveis independentes e o desfecho (p < 0,05). Realizou-se análise multivariada robusta utilizando-se modelagem hierarquizada em três níveis. RESULTADOS: Foram entrevistados 4.630 indivíduos. A prevalência de hesitação vacinal foi de 17,5% (IC95% 16,1–19,1%). Após ajuste final do modelo, a hesitação vacinal foi estatisticamente maior entre moradores das cidades de Imperatriz (24,0%; RP = 1,48; IC95% 1,09–2,02) e de munícipios da Grande Ilha de São Luís (20,7%; RP = 1,34; IC95% 1,02–1,76), pessoas do sexo feminino (19,8%; RP = 1,44; IC95% 1,20–1,75), idosos (22,8%; RP = 1,79; IC95% 1,30–2,46), pertencentes às religiões de denominação evangélica (24,1%; RP = 1,49; IC95% 1,24–1,79) e entre aqueles sem relato de sintomas (18,6%; RP = 1,24; IC95% 1,02–1,51). Outras características socioeconômicas e demográficas, assim como variáveis relacionadas ao mercado de trabalho, comportamentos e condições de saúde dos entrevistados, não tiveram diferença estatística. CONCLUSÃO: A prevalência de hesitação vacinal no Maranhão e sua associação com fatores individuais, contextuais e clínicos revelam os grupos e contextos mais resistentes e que devem merecer atenção especial das estratégias públicas para garantir a ampla vacinação. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-04-23 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862 10.11606/s1518-8787.2021055003417 |
url |
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862 |
identifier_str_mv |
10.11606/s1518-8787.2021055003417 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por eng |
language |
por eng |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862/170983 https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862/170981 https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/184862/170982 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
http://creativecommons.org/licenses/by/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf text/xml application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista de Saúde Pública; Vol. 55 (2021); 12 Revista de Saúde Pública; Vol. 55 (2021); 12 Revista de Saúde Pública; v. 55 (2021); 12 1518-8787 0034-8910 reponame:Revista de Saúde Pública instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Revista de Saúde Pública |
collection |
Revista de Saúde Pública |
repository.name.fl_str_mv |
Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
revsp@org.usp.br||revsp1@usp.br |
_version_ |
1800221801960177664 |