Fatores associados ao acesso à reabilitação física para vítimas de acidentes de trânsito

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Kelienny de Meneses
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Oliveira, Wagner Ivan Fonsêca de, Alves, Emanuel Augusto, Gama, Zenewton André da Silva
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/138310
Resumo: OBJETIVO Avaliar o nível de acesso à reabilitação física para sobreviventes de acidentes de trânsito e seus fatores associados. MÉTODOS Estudo transversal realizado em Natal, Nordeste do Brasil, com inquérito telefônico a 155 vítimas de acidentes de trânsito atendidos no hospital de emergência, entre janeiro e agosto de 2013, com diagnóstico de fratura, traumatismo cranioencefálico ou amputação. Os participantes foram identificados no banco de dados do hospital referência para atendimentos de acidentes de trânsito. Calculou-se a estimativa pontual e o intervalo de confiança (IC95%) da porcentagem de acesso e tempo para acesso, além de análise multivariada (regressão logística) entre o acesso (variável dependente) e as variáveis sociodemográficas, clínicas e assistenciais. RESULTADOS Entre os 155 entrevistados, predominaram jovens e adultos de 15–29 anos (47,7%), sexo masculino (82,6%), escolaridade até o ensino médio (92,3%), renda de até dois salários mínimos (78,0%) e motociclistas (75,5%). Embora 85,8% dos sobreviventes de acidentes de trânsito tivessem relatado a necessidade de reabilitação física, houve baixo acesso geral (51,6%; IC95% 43,7–59,4) e demora para início da reabilitação física (média = 67 dias). Os fatores associados ao acesso à reabilitação física classificaram-se em: (i) individuais não modificáveis em curto prazo – renda familiar maior que dois salários mínimos (OR = 3,7), ser trabalhador informal (OR = 0,11) ou desempregado (OR = 0,15) e ter plano privado de saúde (OR = 0,07); e (ii) assistenciais modificáveis pela gestão do serviço – encaminhamento escrito para reabilitação física (OR = 27,5) e necessidade percebida de reabilitação física (OR = 10). CONCLUSÕES Este estudo encontrou um baixo e demorado acesso à reabilitação física para indivíduos potencialmente necessitados. Os fatores associados foram os processos organizativos dos cuidados em saúde (encaminhamento e informação em saúde) e os determinantes sociais (renda, ocupação e plano privado de saúde).
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Calculou-se a estimativa pontual e o intervalo de confiança (IC95%) da porcentagem de acesso e tempo para acesso, além de análise multivariada (regressão logística) entre o acesso (variável dependente) e as variáveis sociodemográficas, clínicas e assistenciais. RESULTADOS Entre os 155 entrevistados, predominaram jovens e adultos de 15–29 anos (47,7%), sexo masculino (82,6%), escolaridade até o ensino médio (92,3%), renda de até dois salários mínimos (78,0%) e motociclistas (75,5%). Embora 85,8% dos sobreviventes de acidentes de trânsito tivessem relatado a necessidade de reabilitação física, houve baixo acesso geral (51,6%; IC95% 43,7–59,4) e demora para início da reabilitação física (média = 67 dias). Os fatores associados ao acesso à reabilitação física classificaram-se em: (i) individuais não modificáveis em curto prazo – renda familiar maior que dois salários mínimos (OR = 3,7), ser trabalhador informal (OR = 0,11) ou desempregado (OR = 0,15) e ter plano privado de saúde (OR = 0,07); e (ii) assistenciais modificáveis pela gestão do serviço – encaminhamento escrito para reabilitação física (OR = 27,5) e necessidade percebida de reabilitação física (OR = 10). CONCLUSÕES Este estudo encontrou um baixo e demorado acesso à reabilitação física para indivíduos potencialmente necessitados. Os fatores associados foram os processos organizativos dos cuidados em saúde (encaminhamento e informação em saúde) e os determinantes sociais (renda, ocupação e plano privado de saúde). OBJECTIVE Evaluate the level of access to physical rehabilitation for survivors of traffic accidents and the associated factors. METHODS A cross-sectional study performed in Natal, Northeastern Brazil, through a telephone survey of 155 victims of traffic accidents admitted to an emergency hospital between January and August of 2013, with a diagnosis of fracture, traumatic brain injury or amputation. Participants were identified in the database of the reference hospital for care of traffic accident victims. We calculated point estimates and confidence interval (95%CI) for the frequency of subjects who had access, in addition to multivariate analysis (logistic regression) between access (dependent variable) and sociodemographic, clinical, and assistance variables. RESULTS Among the 155 respondents, the majority were adolescents and adults between 15–29 years of age (47.7%), men (82.6%), education up to high school (92.3%), income of up to two minimum wages (78.0%) and bikers (75.5%). Although 85.8% of traffic accident survivors reported the need for physical rehabilitation, there was little access (51.6%; 95%CI 43.7–59.4) and a delay to start the physical rehabilitation (average = 67 days). We classified factors associated with access to physical rehabilitation as: (i) unmodifiable individuals in the short term – family income greater than two minimum wages (OR = 3.7), informal worker (OR = 0.11) or unemployed (OR = 0.15) and possession of a private health care plan (OR = 0.07); and (ii) assistance modifiable by service management – written referral for physical rehabilitation (OR = 27.5) and perceived need of physical rehabilitation (OR = 10). CONCLUSIONS This study found a low and slow access to physical rehabilitation for individuals potentially in need. The associated factors were the organizational processes of health care (health information and referral) and social determinants (income, occupation and private health care plan).Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2017-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/13831010.1590/s1518-8787.2017051006429Revista de Saúde Pública; Vol. 51 (2017); 54Revista de Saúde Pública; Vol. 51 (2017); 54Revista de Saúde Pública; v. 51 (2017); 541518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/138310/133771https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/138310/133772Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessSousa, Kelienny de MenesesOliveira, Wagner Ivan Fonsêca deAlves, Emanuel AugustoGama, Zenewton André da Silva2017-12-14T10:16:02Zoai:revistas.usp.br:article/138310Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2017-12-14T10:16:02Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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