Infant mortality by color or race from Rondônia, Brazilian Amazon

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gava, Caroline
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Cardoso, Andrey Moreira, Basta, Paulo Cesar
Tipo de documento: Artigo
Idioma: eng
por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/132855
Resumo: OBJETIVO Analisar a qualidade dos registros de nascidos vivos e de óbitos infantis e estimar a taxa de mortalidade infantil segundo cor ou raça, a fim de explorar iniquidades étnico-raciais em saúde. MÉTODOS Estudo descritivo que analisou a qualidade dos registros do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e do Sistema de Informações sobre Mortalidade em Rondônia, Amazônia brasileira, entre 2006-2009. As taxas de mortalidade infantil foram estimadas nas categorias de cor ou raça, pelo método direto, e corrigidas por: (1) distribuição proporcional dos óbitos com cor ou raça ignorada; e (2) aplicação de fatores de correção. Efetuou-se também o cálculo da mortalidade proporcional por causas e grupos etários. RESULTADOS Entre 2008-2009, a captação de nascimentos e óbitos melhorou em relação aos anos de 2006-2007, requerendo fatores de correção menores para estimar a taxa de mortalidade infantil. O risco de morte de crianças indígenas (31,3/1.000 nascidos vivos) foi maior que o registrado nos demais grupos de cor ou raça, excedendo em 60% a mortalidade infantil média no estado (19,9/1.000 nascidos vivos). As crianças pretas apresentaram as maiores taxas de mortalidade infantil neonatal, enquanto as indígenas apresentaram as maiores taxas de mortalidade infantil pós-neonatal. Observou-se que 15,2% dos óbitos indígenas foram por causas mal definidas, enquanto nos demais grupos não ultrapassaram 5,4%. A mortalidade infantil proporcional por doenças infecciosas e parasitárias foi maior entre indígenas, ao passo que entre crianças pretas, sobressaíram as causas externas (8,7%). CONCLUSÕES Observaram-se expressivas iniquidades na mortalidade infantil entre as categorias de cor ou raça, com situação mais desfavorável às crianças indígenas. Os fatores de correção propostos na literatura não consideram diferenças na subenumeração de óbitos entre as categorias de cor ou raça. A correção específica entre as categorias de cor ou raça provavelmente resultaria em exacerbação das iniquidades observadas.
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As taxas de mortalidade infantil foram estimadas nas categorias de cor ou raça, pelo método direto, e corrigidas por: (1) distribuição proporcional dos óbitos com cor ou raça ignorada; e (2) aplicação de fatores de correção. Efetuou-se também o cálculo da mortalidade proporcional por causas e grupos etários. RESULTADOS Entre 2008-2009, a captação de nascimentos e óbitos melhorou em relação aos anos de 2006-2007, requerendo fatores de correção menores para estimar a taxa de mortalidade infantil. O risco de morte de crianças indígenas (31,3/1.000 nascidos vivos) foi maior que o registrado nos demais grupos de cor ou raça, excedendo em 60% a mortalidade infantil média no estado (19,9/1.000 nascidos vivos). As crianças pretas apresentaram as maiores taxas de mortalidade infantil neonatal, enquanto as indígenas apresentaram as maiores taxas de mortalidade infantil pós-neonatal. Observou-se que 15,2% dos óbitos indígenas foram por causas mal definidas, enquanto nos demais grupos não ultrapassaram 5,4%. A mortalidade infantil proporcional por doenças infecciosas e parasitárias foi maior entre indígenas, ao passo que entre crianças pretas, sobressaíram as causas externas (8,7%). CONCLUSÕES Observaram-se expressivas iniquidades na mortalidade infantil entre as categorias de cor ou raça, com situação mais desfavorável às crianças indígenas. Os fatores de correção propostos na literatura não consideram diferenças na subenumeração de óbitos entre as categorias de cor ou raça. A correção específica entre as categorias de cor ou raça provavelmente resultaria em exacerbação das iniquidades observadas. OBJECTIVE To analyze the quality of records for live births and infant deaths and to estimate the infant mortality rate for skin color or race, in order to explore possible racial inequalities in health. METHODS Descriptive study that analyzed the quality of records of the Live Births Information System and Mortality Information System in Rondônia, Brazilian Amazonian, between 2006-2009. The infant mortality rates were estimated for skin color or race with the direct method and corrected by: (1) proportional distribution of deaths with missing data related to skin color or race; and (2) application of correction factors. We also calculated proportional mortality by causes and age groups. RESULTS The capture of live births and deaths improved in relation to 2006-2007, which required lower correction factors to estimate infant mortality rate. The risk of death of indigenous infant (31.3/1,000 live births) was higher than that noted for the other skin color or race groups, exceeding by 60% the infant mortality rate in Rondônia (19.9/1,000 live births). Black children had the highest neonatal infant mortality rate, while the indigenous had the highest post-neonatal infant mortality rate. Among the indigenous deaths, 15.2% were due to ill-defined causes, while the other groups did not exceed 5.4%. The proportional infant mortality due to infectious and parasitic diseases was higher among indigenous children (12.1%), while among black children it occurred due to external causes (8.7%). CONCLUSIONS Expressive inequalities in infant mortality were noted between skin color or race categories, more unfavorable for indigenous infants. Correction factors proposed in the literature lack to consider differences in underreporting of deaths for skin color or race. The specific correction among the color or race categories would likely result in exacerbation of the observed inequalities.Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública2017-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/13285510.1590/s1518-8787.2017051006411Revista de Saúde Pública; Vol. 51 (2017); 35Revista de Saúde Pública; Vol. 51 (2017); 35Revista de Saúde Pública; v. 51 (2017); 351518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPengporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/132855/128901https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/132855/128902Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessGava, CarolineCardoso, Andrey MoreiraBasta, Paulo Cesar2017-12-14T10:16:01Zoai:revistas.usp.br:article/132855Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2017-12-14T10:16:01Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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