I - Analysis of mortality data

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Jorge, Maria Helena Prado de Mello
Data de Publicação: 1997
Outros Autores: Gawryszewski, Vilma Pinheiro, Latorre, Maria do Rosário D. de O.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista de Saúde Pública
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/24289
Resumo: As mortes por causas externas correspondem a grande parcela de óbitos em, praticamente, todos os países do mundo, ocupando, sempre, a segunda ou terceira colocação. Porém a sua distribuição quanto ao tipo de causa é diversa. Com o objetivo de estudar a mortalidade por causas externas, segundo o tipo de causa, sexo e idade, foi descrita a situação dessas mortes no Brasil e capitais, no período 1977 a 1994. Foram calculados os coeficientes de mortalidade por causas externas e a mortalidade proporcional, utilizando os dados de mortalidade fornecidos pelo Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde, e a população foi estimada baseada nos dados censitários de 1970, 1980 e 1991. Os resultados mostraram que, em números absolutos, os óbitos por causas externas quase dobraram no período de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no País. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos óbitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos são, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrência na faixa etária dos 15 a 19 anos (65% dos óbitos por causas externas). Além do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etárias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o período analisado houve aumento tanto nos óbitos por acidentes de trânsito, quanto por homicídios, tendo os suicídios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, às quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a média brasileira, com exceção de algumas áreas do Nordeste. As capitais da região Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o País. Já na região Nordeste apenas Recife, Maceió e Salvador apresentaram níveis muito elevados em relação ao País. Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do País e Belo Horizonte apresentou declínio no período de estudo. Na região Sul houve aumento nas taxas, bem como na região Centro-Oeste, que teve aumento homogêneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicídios não representaram problema de Saúde Pública em nenhuma delas. Os acidentes de trânsito em Vitória, Goiânia, Macapá, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicídios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, São Luís, Vitória, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Distrito Federal. No período estudado houve o crescimento da importância das causas externas para a população brasileira, chamando atenção, principalmente, o aumento dos homicídios. A qualidade das estatísticas de mortalidade por causas externas depende da colaboração do médico legista, e essa qualidade não é a mesma para todas as capitais estudadas.
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Os resultados mostraram que, em números absolutos, os óbitos por causas externas quase dobraram no período de 1977 a 1994, passando a ser a segunda causa de morte no País. O coeficiente de mortalidade, em 1994, foi de 69,8/100.000 habitantes e o maior crescimento se deu nos óbitos do sexo masculino. Os coeficientes de mortalidade masculinos são, aproximadamente, 4,5 vezes o valor dos femininos. As causas externas representaram a primeira causa de morte dos 5 aos 39 anos, sendo a maior ocorrência na faixa etária dos 15 a 19 anos (65% dos óbitos por causas externas). Além do aumento, parece estar ocorrendo um deslocamento das mortes para faixas etárias mais jovens. A mortalidade por causas externas, segundo tipo, mostra que durante o período analisado houve aumento tanto nos óbitos por acidentes de trânsito, quanto por homicídios, tendo os suicídios permanecido, praticamente, constantes. No grupo de acidentes classificados como "demais acidentes" houve leve aumento, devido, principalmente, às quedas e afogamentos. Nas capitais dos Estados a mortalidade por causas externas apresentam valores mais altos que a média brasileira, com exceção de algumas áreas do Nordeste. As capitais da região Norte apresentaram algumas das maiores taxas para o País. Já na região Nordeste apenas Recife, Maceió e Salvador apresentaram níveis muito elevados em relação ao País. Vitória, Rio de Janeiro e São Paulo, na região Sudeste, apresentaram os maiores coeficientes do País e Belo Horizonte apresentou declínio no período de estudo. Na região Sul houve aumento nas taxas, bem como na região Centro-Oeste, que teve aumento homogêneo em suas capitais. Esse aumento observado nas diferentes capitais apresentou diferenciais quanto ao tipo de causa externa. Os suicídios não representaram problema de Saúde Pública em nenhuma delas. Os acidentes de trânsito em Vitória, Goiânia, Macapá, Distrito Federal e Curitiba tiveram sua situação agravada. Os homicídios tiveram aumento expressivo em Porto Velho, Rio Branco, Recife, São Luís, Vitória, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá e Distrito Federal. No período estudado houve o crescimento da importância das causas externas para a população brasileira, chamando atenção, principalmente, o aumento dos homicídios. A qualidade das estatísticas de mortalidade por causas externas depende da colaboração do médico legista, e essa qualidade não é a mesma para todas as capitais estudadas. External causes are an important cause of death in almost all countries. They are always the second or third in the mortality ranking, but their distribution according to type varies from country to country. Mortality due to external causes by type, gender and age, for Brazil as a whole and for state capitals specifically, is analysed. Mortality rates and the proportional mortality from 1977 to 1994 were calculated. The results showed that the number of deaths due to external causes has almost doubled from 1977 to 1994 and nowadays this is the second cause of death in Brazil. The mortality rate, in 1991, was 69.8 per 100,000 inhabitants and the highest increase was in the male rates. The male rates are almost 4.5 times greater than the female ones. The first cause of death among people from 5 to 39 years old is external causes, and the majority occur between 15 and 19 years of age (65% of the deaths by external causes). Besides the growth in itself it also seems that a shift of deaths to hower ages is occurring. Both mortality by traffic accidents and that by homicide have increased over the period from 1977 to 1994. Suicides have been stable and "other external causes" have increased slowly, especially due to falls and drowning. The mortality rates for external causes in state capitals are higher than the average for Brazil as a whole, except for some northeastern capitals. The rates for the capitals in the northern region are the highest in Brazil. In the northeastern region, only Recife, Maceió and Salvador have high rates. In the southeast, Vitória, Rio de Janeiro and S. Paulo have the highest rates in the country but Belo Horizonte's rates are declining. In the southern region all the capitals showed a growth in the rates as also in the capitals of the West-central region. The growth of mortality due to external causes type of external cause is different in these capitals. Suicide is not a public health problem in Brazil nor the state capitals. Traffic accidents are a major problem in Vitória, Goiânia, Macapá, the Distrito Federal and Curitiba. Homicides have increased greatly in Porto Velho, Rio Branco, Recife, S. Luís, Vitória, S. Paulo, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá and the Distrito Federal. The mortality due to external causes in Brazil has become a major public health problem, especially because of homicides. It is important to emphasize that the quality of the mortality data on external causes is not the same for all capitals, because it is a question very closely related to the quality of legal information. Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública1997-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/2428910.1590/S0034-89101997000500002Revista de Saúde Pública; Vol. 31 No. 4 supl. (1997); 05-25 Revista de Saúde Pública; Vol. 31 Núm. 4 supl. (1997); 05-25 Revista de Saúde Pública; v. 31 n. 4 supl. (1997); 05-25 1518-87870034-8910reponame:Revista de Saúde Públicainstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/rsp/article/view/24289/26213Copyright (c) 2017 Revista de Saúde Públicainfo:eu-repo/semantics/openAccessJorge, Maria Helena Prado de MelloGawryszewski, Vilma PinheiroLatorre, Maria do Rosário D. de O.2012-05-29T16:49:09Zoai:revistas.usp.br:article/24289Revistahttps://www.revistas.usp.br/rsp/indexONGhttps://www.revistas.usp.br/rsp/oairevsp@org.usp.br||revsp1@usp.br1518-87870034-8910opendoar:2012-05-29T16:49:09Revista de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (USP)false
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