Utilização da Escala de Coma de Glasgow e Escala de Coma de Jouvet para avaliação do nível de consciência

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Muniz, Elaine Cristina S.
Data de Publicação: 1997
Outros Autores: Thomaz, Márcia Cristina Aparecida, Kubota, Márcia Yassumi, Cianci, Luciana, Sousa, Regina Marcia Cardoso de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Revista da Escola de Enfermagem da USP (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/34974
Resumo: A Escala de Coma de Glasgow (ECGl) e a Escala de Coma de Jouvet (ECJ), são duas escalas usadas na avaliação da consciência em nosso meio. A análise e o uso dessas duas escalas têm indicado que elas se complementam, sendo a ECGl mais sensível à mudanças nos rebaixamentos mais intensos da consciência e a ECJ nos estados mais próximos do normal. O presente estudo teve como objetivo comparar os resultados obtidos na avaliação do nível de consciência no uso dessas duas escalas. A comparação foi realizada num estudo prospectivo com 48 pacientes maiores de 18 anos internados em três unidades gerais de terapia intensiva de diferentes hospitais privados do Município de São Paulo. As avaliações foram realizadas pelos pesquisadores diariamente, sendo as duas escalas aplicadas seqüencialmente uma à outra no tempo de aproximadamente 5 minutos. Cada uma das escalas foi aplicada em 106 avaliações realizadas e os resultados mostraram uma diferença estatisticamente significativa entre a ECGl e a ECJ na indicação de alteração de nível de consciência. Em 37,74% das avaliações realizadas com a ECJ houve indicação de alteração do nível de consciência, enquanto que na ECGl a alteração era apontada em apenas 23,58% das avaliações. Outra observação importante no uso de ambas escalas, foi que em indivíduos com escores na ECGl entre 9 e 11, a indicação de alteração de nível de consciência foi mais acentuada pela ECGl e naquelas com escores na ECGl entre 12 e 15 a ECJ indicou mais acentuada alteração de nível de consciência. No uso da ECGl houve aplicação do não testável (NT) em 20% das avaliações realizadas, não ocorrendo inviabilidade de aplicação de indicadores na ECJ. Entretanto, acredita-se que condições específicas do grupo estudado favoreceram esse resultado, assim como, características específicas de grupos de pacientes podem favorecer o uso de diferentes escalas para avaliação de nível de consciência. A escolha final entre escalas desse tipo deve considerar as características peculiares e condições da clientela a ser avaliada e não preferências individuais ou de departamentos de serviços de saúde.
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A comparação foi realizada num estudo prospectivo com 48 pacientes maiores de 18 anos internados em três unidades gerais de terapia intensiva de diferentes hospitais privados do Município de São Paulo. As avaliações foram realizadas pelos pesquisadores diariamente, sendo as duas escalas aplicadas seqüencialmente uma à outra no tempo de aproximadamente 5 minutos. Cada uma das escalas foi aplicada em 106 avaliações realizadas e os resultados mostraram uma diferença estatisticamente significativa entre a ECGl e a ECJ na indicação de alteração de nível de consciência. Em 37,74% das avaliações realizadas com a ECJ houve indicação de alteração do nível de consciência, enquanto que na ECGl a alteração era apontada em apenas 23,58% das avaliações. Outra observação importante no uso de ambas escalas, foi que em indivíduos com escores na ECGl entre 9 e 11, a indicação de alteração de nível de consciência foi mais acentuada pela ECGl e naquelas com escores na ECGl entre 12 e 15 a ECJ indicou mais acentuada alteração de nível de consciência. No uso da ECGl houve aplicação do não testável (NT) em 20% das avaliações realizadas, não ocorrendo inviabilidade de aplicação de indicadores na ECJ. Entretanto, acredita-se que condições específicas do grupo estudado favoreceram esse resultado, assim como, características específicas de grupos de pacientes podem favorecer o uso de diferentes escalas para avaliação de nível de consciência. A escolha final entre escalas desse tipo deve considerar as características peculiares e condições da clientela a ser avaliada e não preferências individuais ou de departamentos de serviços de saúde. The Glasgow Coma Scale (GCS) and the Jouvet Coma Scale (JCS) have been evolved for assessing the depth and duration of impaired consciousness and coma. The analysis and the utilization of these scales have showed that they are complementary. The GCS is more sensitive when there is a more intense loss of consciousness, whereas the JCS shows its sensitivity better in the states close to normal. This study was aimed to compare the results obtained from the evaluation of the consciousness level by the utilization of the two scales. The comparison was done within a prospective study with 48 patients, all of them over 18 years old, interned in three intensive care units of different hospitals in the city of São Paulo . The evaluations were done daily by the researchers and the scales applied in sequence totaling 5 minutes. Each scale was applied in 106 evaluations, and the results showed a statistically meaningful difference between the GCS and the JCS as to the indication of alteration in the consciousness levels. In 37.74% of the evaluations done with the JCS there was an indication of alteration in the consciousness level, whereas with the GCS the alteration was present in only 23.58% of the evaluations. Another important observation about the utilization of both scales was that people whose scores were between 9 and 10 in the GCS had had an stronger indication of alteration of consciousness level by the same scale, while those with scores between 12 and 15 had a stronger indication of alteration in the consciousness level by JCS. When using GCS there has been the application of the non-testable (NT) in 20% of the evaluations. This did not occur when using the JCS. However it is believed that specific conditions of that particular group might have led to that result as well as specific characteristics of groups of patients might favor the utilization of different scales to evaluate the consciousness level. Therefore the final choice between such scales should consider the conditions and the peculiar characteristics of the clientele to be evaluated and not individual or health department services preferences. Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem1997-08-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/3497410.1590/S0080-62341997000200010Revista da Escola de Enfermagem da USP; v. 31 n. 2 (1997); 287-303 Revista da Escola de Enfermagem da USP; Vol. 31 No. 2 (1997); 287-303 Revista da Escola de Enfermagem da USP; Vol. 31 Núm. 2 (1997); 287-303 1980-220X0080-6234reponame:Revista da Escola de Enfermagem da USP (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/reeusp/article/view/34974/37712http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMuniz, Elaine Cristina S.Thomaz, Márcia Cristina AparecidaKubota, Márcia YassumiCianci, LucianaSousa, Regina Marcia Cardoso de2012-07-24T20:09:22Zoai:revistas.usp.br:article/34974Revistahttps://www.revistas.usp.br/reeuspPUBhttps://www.revistas.usp.br/reeusp/oai||nursingscholar@usp.br1980-220X0080-6234opendoar:2012-07-24T20:09:22Revista da Escola de Enfermagem da USP (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
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