Arthur Bispo do Rosario além dos muros da Colônia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Psicologia USP (Online) |
Texto Completo: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642016000300395 |
Resumo: | Resumo Este trabalho propõe um olhar sobre a obra de Arthur Bispo do Rosario, que secundariza a patologia e prioriza o vivido. É frequente o cotejamento com Marcel Duchamp por conta da similaridade formal sustentada por algumas de suas obras. Mas a heterogeneidade dos percursos desafia a recepção a uma reflexão mais detida sobre suas respectivas experiências. Em Arthur Bispo do Rosario, a condição de recluso notadamente incorre em fortes restrições materiais e contextualiza a obra. Em seu inventivo e inusitado projeto, funda tanto menos uma estética da feiura e tanto mais - por sua força de verdade - o belo artístico, não como lei formal e plástica, mas como resultado ou êxito de uma experiência estética que se torna experiência artística. Espera-se adotar um ponto de vista que, prescindindo dos caminhos usuais - como a reincidente aproximação entre esses dois artistas -, busque ver além dos limites discerníveis do volume das obras, evidenciando uma verdade interposta como “quase-sujeitos”, nos termos de Georges Didi-Huberman. Examinar a obra têxtil de Arthur Bispo do Rosario pelos vãos da percepção é assumir sua indeterminação e considerá-la na categoria de instável a que pertencem os objetos de arte mediadores de realidades vividas. Evidenciar sua magnitude é também evidenciar sua importância como um possível instrumento de descontaminação e despreconceitualização do olhar que categoriza e penaliza artistas e obras, diagnosticando-as. |
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Arthur Bispo do Rosario além dos muros da ColôniaArthur Bispo do Rosariooutsider artistfenomenologiarecepção estéticaMarcel DuchampResumo Este trabalho propõe um olhar sobre a obra de Arthur Bispo do Rosario, que secundariza a patologia e prioriza o vivido. É frequente o cotejamento com Marcel Duchamp por conta da similaridade formal sustentada por algumas de suas obras. Mas a heterogeneidade dos percursos desafia a recepção a uma reflexão mais detida sobre suas respectivas experiências. Em Arthur Bispo do Rosario, a condição de recluso notadamente incorre em fortes restrições materiais e contextualiza a obra. Em seu inventivo e inusitado projeto, funda tanto menos uma estética da feiura e tanto mais - por sua força de verdade - o belo artístico, não como lei formal e plástica, mas como resultado ou êxito de uma experiência estética que se torna experiência artística. Espera-se adotar um ponto de vista que, prescindindo dos caminhos usuais - como a reincidente aproximação entre esses dois artistas -, busque ver além dos limites discerníveis do volume das obras, evidenciando uma verdade interposta como “quase-sujeitos”, nos termos de Georges Didi-Huberman. Examinar a obra têxtil de Arthur Bispo do Rosario pelos vãos da percepção é assumir sua indeterminação e considerá-la na categoria de instável a que pertencem os objetos de arte mediadores de realidades vividas. Evidenciar sua magnitude é também evidenciar sua importância como um possível instrumento de descontaminação e despreconceitualização do olhar que categoriza e penaliza artistas e obras, diagnosticando-as.Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo2016-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersiontext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642016000300395Psicologia USP v.27 n.3 2016reponame:Psicologia USP (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP10.1590/0103-656420130017info:eu-repo/semantics/openAccessOliveira,Solange depor2017-03-10T00:00:00Zoai:scielo:S0103-65642016000300395Revistahttps://www.scielo.br/j/pusp/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprevpsico@usp.br1678-51770103-6564opendoar:2017-03-10T00:00Psicologia USP (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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