O luto dos familiares de desaparecidos na Ditadura Militar e os movimentos de testemunho

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Fustinoni,Chiara Ferreira
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Caniato,Angela
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Psicologia USP (Online)
Texto Completo: http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642019000100228
Resumo: Resumo Este artigo pretende compreender a forma como o processo de luto ocorreu entre os familiares de desaparecidos-mortos políticos durante a Ditadura Militar de 1964, que, valendo-se da Doutrina de Segurança Nacional, fez desaparecer militantes, ocasionando um hiato traumático no cerne das famílias, que precisaram lidar com o vazio próprio do desaparecido/desaparecimento. Sabendo que, para a elaboração do luto, se requer uma objetivação da morte - a identificação do corpo morto e os ritos de passagem da vida para a morte -, supomos haver dificuldade nessa possibilidade de elaboração do luto. Identificados com o trabalho freudiano Luto e melancolia, percorremos os dois caminhos por ele apresentados, sem intenção de abranger toda a complexidade humana no que tange às formas de sofrimento no luto, a saber: o luto e sua possibilidade de reinvestimento de libido; e os caminhos da melancolia, que paralisa o sujeito e impede que este faça novos investimentos pulsionais. Caminhando nos passos do pai da psicanálise, verificamos nos familiares de desaparecidos políticos que a melancolia paralisa o sujeito em um estado mortificante, enquanto no luto é possível algum movimento.
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