No pain, no gain? Sentidos e significados atribuídos às dores e aos riscos entre malhar e treinar em academias de ginástica
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Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/184416 |
Resumo: | O objetivo dessa pesquisa etnográfica foi analisar e discutir os sentidos e os significados atribuídos às dores corporais e aos riscos no que diz respeito aos esforços físicos pelos alunos e pelos profissionais de Educação Física em duas academias de ginástica no Rio de Janeiro: uma de pequeno porte em um bairro popular (P) e outra de grande porte em um bairro nobre (G) da cidade. Na linha teórico-metodológica do interacionismo simbólico, foi realizada uma etnografia comparativa no espaço da musculação das duas academias. Observou-se que os “limites” das dores corporais durante os exercícios físicos e as noções de risco à saúde foram representados de formas plurais a depender dos contextos e dos grupos sociais. Os profissionais de ambos os estabelecimentos tendiam a exigir o máximo de esforços físicos dos seus alunos. Na academia P, o culto às dores e aos riscos era uma forma de cuidar de si. Os alunos concebiam o corpo como um “bem” a ser constantemente malhado. Na academia G, privilegiava-se a sociabilidade em função da exaustão dos exercícios físicos. Para os alunos, sentir dor ou estar em risco simbolizava danos ao corpo compreendido como um “patrimônio” a ser treinado. Mais do que um dado físico-biológico representado pelo sacrifício e sofrimento corporal, a forma de sentir dor e o que se entende por risco à saúde podem revelar os múltiplos lugares sociais dos pesquisados. Estes aspectos tornam-se importantes para a produção de conhecimento e a intervenção profissional no campo da Saúde e na área de Educação Física, pois ajudam entender e particularizar as ações e reflexões acadêmico-profissionais na relação com o outro para além do referencial técnico-científico da racionalidade biomédica. |
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No pain, no gain? Sentidos e significados atribuídos às dores e aos riscos entre malhar e treinar em academias de ginástica No pain, no gain? Pains and risks between work out and train in physical efforts in fi tness centersPhysical Education and Trainin AnthropologyHealth riskPhysical activityBodybuildingEthnographyEducação Física e TreinamentoAntropologiaRisco sanitárioAtividade físicaMusculaçãoEtnografiaO objetivo dessa pesquisa etnográfica foi analisar e discutir os sentidos e os significados atribuídos às dores corporais e aos riscos no que diz respeito aos esforços físicos pelos alunos e pelos profissionais de Educação Física em duas academias de ginástica no Rio de Janeiro: uma de pequeno porte em um bairro popular (P) e outra de grande porte em um bairro nobre (G) da cidade. Na linha teórico-metodológica do interacionismo simbólico, foi realizada uma etnografia comparativa no espaço da musculação das duas academias. Observou-se que os “limites” das dores corporais durante os exercícios físicos e as noções de risco à saúde foram representados de formas plurais a depender dos contextos e dos grupos sociais. Os profissionais de ambos os estabelecimentos tendiam a exigir o máximo de esforços físicos dos seus alunos. Na academia P, o culto às dores e aos riscos era uma forma de cuidar de si. Os alunos concebiam o corpo como um “bem” a ser constantemente malhado. Na academia G, privilegiava-se a sociabilidade em função da exaustão dos exercícios físicos. Para os alunos, sentir dor ou estar em risco simbolizava danos ao corpo compreendido como um “patrimônio” a ser treinado. Mais do que um dado físico-biológico representado pelo sacrifício e sofrimento corporal, a forma de sentir dor e o que se entende por risco à saúde podem revelar os múltiplos lugares sociais dos pesquisados. Estes aspectos tornam-se importantes para a produção de conhecimento e a intervenção profissional no campo da Saúde e na área de Educação Física, pois ajudam entender e particularizar as ações e reflexões acadêmico-profissionais na relação com o outro para além do referencial técnico-científico da racionalidade biomédica.The objective of this ethnographic research was to analyze and discuss the meanings attributed to bodily pains and risks regarding to physical efforts by users and Physical Education professionals in two fi tness centers in Rio de Janeiro: a small one in a popular neighborhood (P) and a large one in a noble neighborhood (G) of the city. With the theory and methodology of the Symbolic Interactionism, a comparative ethnography occurred in the bodybuilding space of those two fi tness centers. The analyses indicated that the edge of pains during exercise and the notions of health risks were represented in plural and dynamic ways according to the con-texts and social groups. The professionals at both establishments tended to demand the maximum physical effort from their audiences. In the fi tness center P, the cult of pain and risk was a way of caring of oneself. Users conceived the body as a “property” to be constantly worked-out. In the fi tness center G, sociability was favored as a result of the exhaustion of physical exercises. For the users, feeling pain or being at risk symbolized damage to the body understood as a “patrimony” to be trained. More than a physical-biological data represented by sacrifi ce and bodily suffering, the manner of feel pain and the comprehension of health risks may reveal the variety of social places of those surveyed. These aspects become important for the pro-duction of knowledge and professional intervention in the field of Health and in the Physical Education area, since they help to understand and particularize the actions and academic-professional refl ections relating to one another, beyond the technical-scientifi c referential of biomedical rationality.Universidade de São Paulo. Escola de Educação Física e Esporte2021-04-16info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/18441610.11606/issn.1981-4690.v35i1p1-13Revista Brasileira de Educação Física e Esporte; v. 35 n. 1 (2021); 1-13Revista Brasileira de Educação Física e Esporte; Vol. 35 Núm. 1 (2021); 1-13Brazilian journal of physical education and sport; Vol. 35 No. 1 (2021); 1-131981-46901807-5509reponame:Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/184416/170692Copyright (c) 2021 Revista Brasileira de Educação Física e Esportehttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Alan Camargo Ferreira, Jaqueline 2021-06-16T19:35:58Zoai:revistas.usp.br:article/184416Revistahttp://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=1807-5509&lng=pt&nrm=isoPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||reveefe@usp.br1981-46901807-5509opendoar:2021-06-16T19:35:58Revista Brasileira de Educação Física e Esporte (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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