Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: D'Elboux, Roseli Maria Martins
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Anais do Museu Paulista (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5450
Resumo: O presente trabalho propõe-se a discutir a transformação da paisagem urbana das cidades vale-paraibanas, a partir do estabelecimento de uma elite ligada à cultura do café nessa região e do surgimento de uma configuração paisagística específica, apoiada na utilização da palmeira-imperial (Roystonea oleracea). Seu recorte cronológico abrange o período entre 1808 e 1911, enquanto espacialmente seu foco direciona-se para o eixo Rio de Janeiro-São Paulo, com estudo mais aproximado do caso da cidade de Lorena, São Paulo, de modo a cobrir as transformações aí ocorridas desde a chegada do café até o esgotamento dessa cultura. Acompanhando as transformações urbanas do período, surgiram e consolidaram-se exemplos paisagísticos próprios da sociedade do café: ruas arborizadas com renques de palmeiras, a demonstrar a proximidade com a Corte, a sinalizar os novos "modos afrancesados". Utilizaram-se tais configurações com o propósito de qualificar os logradouros públicos, a fim de equipará-los aos novos edifícios que substituíam aqueles da tradição colonial. O texto desenvolve-se em três momentos principais: a introdução da palmeira-imperial no Rio de Janeiro, sua vinculação à idéia de nobreza e classe, e conseqüente aproximação com a arquitetura neoclássica trazida pela Missão Francesa de 1816; a difusão de sua utilização como recurso paisagístico qualificador dos espaços públicos desde a Corte até a capital paulista, principalmente pelo baronato do Segundo Império; e, finalmente, a possibilidade de sua introdução nos espaços públicos paulistanos ter sido viabilizada por um lorenense, vinculado à elite cafeeira, embora já sob a República.
id USP-37_34b48560f82751c07d2b2319d3f6063c
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/5450
network_acronym_str USP-37
network_name_str Anais do Museu Paulista (Online)
repository_id_str
spelling Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo Século XIXVale do ParaíbaLorenaPalmeira-imperialPatrimônio paisagísticoPaisagem urbana19th centuryParaíba River ValleyLorenaImperial palmLandscape heritageUrban landscape O presente trabalho propõe-se a discutir a transformação da paisagem urbana das cidades vale-paraibanas, a partir do estabelecimento de uma elite ligada à cultura do café nessa região e do surgimento de uma configuração paisagística específica, apoiada na utilização da palmeira-imperial (Roystonea oleracea). Seu recorte cronológico abrange o período entre 1808 e 1911, enquanto espacialmente seu foco direciona-se para o eixo Rio de Janeiro-São Paulo, com estudo mais aproximado do caso da cidade de Lorena, São Paulo, de modo a cobrir as transformações aí ocorridas desde a chegada do café até o esgotamento dessa cultura. Acompanhando as transformações urbanas do período, surgiram e consolidaram-se exemplos paisagísticos próprios da sociedade do café: ruas arborizadas com renques de palmeiras, a demonstrar a proximidade com a Corte, a sinalizar os novos "modos afrancesados". Utilizaram-se tais configurações com o propósito de qualificar os logradouros públicos, a fim de equipará-los aos novos edifícios que substituíam aqueles da tradição colonial. O texto desenvolve-se em três momentos principais: a introdução da palmeira-imperial no Rio de Janeiro, sua vinculação à idéia de nobreza e classe, e conseqüente aproximação com a arquitetura neoclássica trazida pela Missão Francesa de 1816; a difusão de sua utilização como recurso paisagístico qualificador dos espaços públicos desde a Corte até a capital paulista, principalmente pelo baronato do Segundo Império; e, finalmente, a possibilidade de sua introdução nos espaços públicos paulistanos ter sido viabilizada por um lorenense, vinculado à elite cafeeira, embora já sob a República. This paper proposes to discuss the transformation of urban landscapes in the Paraíba River Valley as members of the coffee elite emerged in this area and a specific landscape configuration was projected there based on the use of imperial palms (Roystonea oleracea). Chronologically speaking, the paper covers a period from 1808 to 1911; with regard to space, it focuses on the stretch between Rio de Janeiro and São Paulo, with a closer look at the case of the city of Lorena (SP), so as to encompass all the changes that took place in this region from the introduction to the decline of coffee growing as an economic activity. The urban changes during this period were accompanied by the advent and consolidation of landscapes typical of the society of coffee growers: streets lined with palm trees, a token of their close connections with the royal court, a display of their adherence to "Frenchified customs". Such configurations were used to characterize public areas and raise them to the same status as the new buildings that gradually replaced those built in colonial style. The paper is structured around three key moments, namely: the introduction of imperial palms in Rio de Janeiro and their association with the idea of nobility and rank, and consequently with neoclassical architecture, which was brought to the colony by the 1816 French Mission; the dissemination of the use of imperial palms as a landscaping resource typical of public spaces from the royal court to the capital of São Paulo, particularly by the coffee barons during the second period of monarchic rule; and, finally, the hypothesis that the use of imperial palms to embellish public areas in São Paulo may have been introduced by a Lorena citizen associated with the coffee elite, albeit later, when Brazil was already a republic. Universidade de São Paulo. Museu Paulista2006-12-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/545010.1590/S0101-47142006000200007Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material; v. 14 n. 2 (2006); 193-250 1982-02670101-4714reponame:Anais do Museu Paulista (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5450/6980Copyright (c) 2018 Anais do Museu Paulista: História e Cultura Materialinfo:eu-repo/semantics/openAccessD'Elboux, Roseli Maria Martins2020-06-25T15:57:59Zoai:revistas.usp.br:article/5450Revistahttp://anais.mp.usp.br/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||anaismp@usp.br1982-02670101-4714opendoar:2020-06-25T15:57:59Anais do Museu Paulista (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
title Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
spellingShingle Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
D'Elboux, Roseli Maria Martins
Século XIX
Vale do Paraíba
Lorena
Palmeira-imperial
Patrimônio paisagístico
Paisagem urbana
19th century
Paraíba River Valley
Lorena
Imperial palm
Landscape heritage
Urban landscape
title_short Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
title_full Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
title_fullStr Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
title_full_unstemmed Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
title_sort Uma promenade nos trópicos: os barões do café sob as palmeiras-imperiais, entre o Rio de Janeiro e São Paulo
author D'Elboux, Roseli Maria Martins
author_facet D'Elboux, Roseli Maria Martins
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv D'Elboux, Roseli Maria Martins
dc.subject.por.fl_str_mv Século XIX
Vale do Paraíba
Lorena
Palmeira-imperial
Patrimônio paisagístico
Paisagem urbana
19th century
Paraíba River Valley
Lorena
Imperial palm
Landscape heritage
Urban landscape
topic Século XIX
Vale do Paraíba
Lorena
Palmeira-imperial
Patrimônio paisagístico
Paisagem urbana
19th century
Paraíba River Valley
Lorena
Imperial palm
Landscape heritage
Urban landscape
description O presente trabalho propõe-se a discutir a transformação da paisagem urbana das cidades vale-paraibanas, a partir do estabelecimento de uma elite ligada à cultura do café nessa região e do surgimento de uma configuração paisagística específica, apoiada na utilização da palmeira-imperial (Roystonea oleracea). Seu recorte cronológico abrange o período entre 1808 e 1911, enquanto espacialmente seu foco direciona-se para o eixo Rio de Janeiro-São Paulo, com estudo mais aproximado do caso da cidade de Lorena, São Paulo, de modo a cobrir as transformações aí ocorridas desde a chegada do café até o esgotamento dessa cultura. Acompanhando as transformações urbanas do período, surgiram e consolidaram-se exemplos paisagísticos próprios da sociedade do café: ruas arborizadas com renques de palmeiras, a demonstrar a proximidade com a Corte, a sinalizar os novos "modos afrancesados". Utilizaram-se tais configurações com o propósito de qualificar os logradouros públicos, a fim de equipará-los aos novos edifícios que substituíam aqueles da tradição colonial. O texto desenvolve-se em três momentos principais: a introdução da palmeira-imperial no Rio de Janeiro, sua vinculação à idéia de nobreza e classe, e conseqüente aproximação com a arquitetura neoclássica trazida pela Missão Francesa de 1816; a difusão de sua utilização como recurso paisagístico qualificador dos espaços públicos desde a Corte até a capital paulista, principalmente pelo baronato do Segundo Império; e, finalmente, a possibilidade de sua introdução nos espaços públicos paulistanos ter sido viabilizada por um lorenense, vinculado à elite cafeeira, embora já sob a República.
publishDate 2006
dc.date.none.fl_str_mv 2006-12-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5450
10.1590/S0101-47142006000200007
url https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5450
identifier_str_mv 10.1590/S0101-47142006000200007
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/5450/6980
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2018 Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2018 Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Museu Paulista
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Museu Paulista
dc.source.none.fl_str_mv Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material; v. 14 n. 2 (2006); 193-250
1982-0267
0101-4714
reponame:Anais do Museu Paulista (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Anais do Museu Paulista (Online)
collection Anais do Museu Paulista (Online)
repository.name.fl_str_mv Anais do Museu Paulista (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv ||anaismp@usp.br
_version_ 1800222815193923584