Entre consumos suntuários e comuns: a posse de objetos exóticos entre alguns habitantes do Porto (séculos XVI - XVII)
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Anais do Museu Paulista (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/139673 |
Resumo: | O estudo da documentação referente aos doadores da Misericórdia do Porto entre os séculos XVI e XVII, através dos objetos exóticos patentes nos respectivos testamentos e inventários - estes últimos provenientes de uma área que se estende de Macau ao Brasil -, permite discernir uma panóplia de objetos que mudaram a cultura material dos portuenses em contato com os territórios da expansão portuguesa. Um levantamento sistemático permitiu já rastrear, até o ano de 1699, 257 doadores, dos quais se apresentarão aqui apenas alguns, referentes a benfeitores que, não obstante possuírem bens móveis nesse âmbito, não são dados como tendo estado nos territórios de expansão transoceânica. Argumentar-se-á que essa circulação de objetos não foi exclusiva das elites nobiliárquicas, nem dos grandes centros urbanos, pelo que a sua difusão atingiu maiores proporções do que aquelas que a historiografia tem admitido até agora. A cidade em observação neste estudo - o Porto dos séculos XVI e XVII - estava longe de ser das maiores da Europa nesse período, quer em dimensão territorial, quer em efetivos populacionais, embora se situasse numa região de demografia pujante, que canalizou os seus excedentes desde cedo para a emigração interna e externa - o Entre Douro e Minho. Como teremos ocasião de verificar, fidalgos e nobres possuíam bens exóticos, mas estes encontravam-se também entre mercadores e até artesãos mais desafogados. Por outro lado, nem todos os objetos provenientes dos espaços da expansão transoceânica devem ser conotados com bens de luxo. |
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Entre consumos suntuários e comuns: a posse de objetos exóticos entre alguns habitantes do Porto (séculos XVI - XVII)Material cultureConsumption of exoticaConfraternities of MisericórdiaDonorsCultura materialConsumo de bens exóticosConfrarias de MisericórdiaDoadores O estudo da documentação referente aos doadores da Misericórdia do Porto entre os séculos XVI e XVII, através dos objetos exóticos patentes nos respectivos testamentos e inventários - estes últimos provenientes de uma área que se estende de Macau ao Brasil -, permite discernir uma panóplia de objetos que mudaram a cultura material dos portuenses em contato com os territórios da expansão portuguesa. Um levantamento sistemático permitiu já rastrear, até o ano de 1699, 257 doadores, dos quais se apresentarão aqui apenas alguns, referentes a benfeitores que, não obstante possuírem bens móveis nesse âmbito, não são dados como tendo estado nos territórios de expansão transoceânica. Argumentar-se-á que essa circulação de objetos não foi exclusiva das elites nobiliárquicas, nem dos grandes centros urbanos, pelo que a sua difusão atingiu maiores proporções do que aquelas que a historiografia tem admitido até agora. A cidade em observação neste estudo - o Porto dos séculos XVI e XVII - estava longe de ser das maiores da Europa nesse período, quer em dimensão territorial, quer em efetivos populacionais, embora se situasse numa região de demografia pujante, que canalizou os seus excedentes desde cedo para a emigração interna e externa - o Entre Douro e Minho. Como teremos ocasião de verificar, fidalgos e nobres possuíam bens exóticos, mas estes encontravam-se também entre mercadores e até artesãos mais desafogados. Por outro lado, nem todos os objetos provenientes dos espaços da expansão transoceânica devem ser conotados com bens de luxo. The study of the sources referring to the donors of the Misericórdia of the city of Porto during the sixteenth and seventeenth centuries has revealed the presence of numerous exotic objects in their last wills and inventories. A survey has traced 257 donors until 1699, some of them having died in an area that extends from Macao to Brazil. Only a small number of cases shall be presented here, pertaining to benefactors who, in spite of owning objects of transoceanic origin, seem to have remained in mainland Portugal. It shall be argued that the circulation of objects has not been exclusive either to the elites of the nobility or to the large urban centres, their diffusion having been on a larger scale than what has been admitted until now. The city under scrutiny in this study - Porto during the sixteenth and seventeenth centuries - was not one of the bigger cities in this period, either in what respects to size or population, although it was located in an area of flourishing demography, that channelled its surplus population early on to internal and external emigration. Fidalgos and noblemen owned exotic goods, but these were to be found among merchants and even well-to-do artisans. On the other hand, not all objects originating from the areas of transoceanic expansion should be considered as luxury goods.Universidade de São Paulo. Museu Paulista2017-04-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/13967310.1590/1982-02672017v25n0102Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material; v. 25 n. 1 (2017); 35-571982-02670101-4714reponame:Anais do Museu Paulista (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/anaismp/article/view/139673/134953Copyright (c) 2018 Anais do Museu Paulista: História e Cultura Materialinfo:eu-repo/semantics/openAccessSá, Isabel dos Guimarães2017-10-16T15:02:39Zoai:revistas.usp.br:article/139673Revistahttp://anais.mp.usp.br/PUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.php||anaismp@usp.br1982-02670101-4714opendoar:2017-10-16T15:02:39Anais do Museu Paulista (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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