O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Régio, Luciane
Data de Publicação: 2023
Outros Autores: Barros, Sônia, Ballan, Caroline, Aguiar, Carla, Candido, Bruna de Paula, Oliveira, Márcia Aparecida Ferreira de
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
eng
spa
Título da fonte: Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426
Resumo: Objetivo: caracterizar o perfil sociofamiliar de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental e descrever interseccionalmente quem se responsabiliza por seus cuidados. Método: estudo descritivo exploratório de abordagem quantitativa, desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil da região norte do município de São Paulo. Os dados foram coletados com 47 familiares de crianças e adolescentes negros, utilizando um roteiro com variáveis pré-definidas, submetidas à análise estatística. Resultados: foram realizadas 49 entrevistas, sendo 95,5% com mulheres, média de idade de 39 anos, 88,6% mães, 85,7% negras. A renda familiar é proveniente de salário, para 100% dos cuidadores homens e para 59% das mulheres. Dentre as cuidadoras pretas, 25% possuem casa própria, sendo que, dentre as pardas, 46,2%. Do total de cuidadores, 10% vivem em condições de ocupação, 20% habitam moradias cedidas, 35% casas próprias e 35% alugadas. A rede social de suporte é maior entre os brancos (16,7%), seguido pelos pardos (3,8%) e ausente entre os pretos (0%). Conclusão: as responsáveis pelo cuidado de crianças e adolescentes negros acompanhados pelo CAPSij, são na quase totalidade mulheres, “mães ou avós” negras (pretas ou pardas), com acesso desigual à educação, trabalho e moradia, direitos sociais constitucionais no Brasil.
id USP-38_36d1fda91e9ab2ab04efea4121e47328
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/213426
network_acronym_str USP-38
network_name_str Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online)
repository_id_str
spelling O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raçaEl cuidado de niños y adolescentes negros con problemas de salud mental en la interseccionalidad entre género y razaThe care provided to black-skinned children and adolescents with mental health problems in the intersection between gender and raceMental Health; Gender; Race; Children; Adolescents; Community Mental Health CentersSalud Mental; Género; Raciales; Niños; Adolescentes; Centros Comunitarios de Salud MentalSaúde Mental; Gênero; Raça; Crianças; Adolescentes; Centros Comunitários de Saúde MentalObjetivo: caracterizar o perfil sociofamiliar de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental e descrever interseccionalmente quem se responsabiliza por seus cuidados. Método: estudo descritivo exploratório de abordagem quantitativa, desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil da região norte do município de São Paulo. Os dados foram coletados com 47 familiares de crianças e adolescentes negros, utilizando um roteiro com variáveis pré-definidas, submetidas à análise estatística. Resultados: foram realizadas 49 entrevistas, sendo 95,5% com mulheres, média de idade de 39 anos, 88,6% mães, 85,7% negras. A renda familiar é proveniente de salário, para 100% dos cuidadores homens e para 59% das mulheres. Dentre as cuidadoras pretas, 25% possuem casa própria, sendo que, dentre as pardas, 46,2%. Do total de cuidadores, 10% vivem em condições de ocupação, 20% habitam moradias cedidas, 35% casas próprias e 35% alugadas. A rede social de suporte é maior entre os brancos (16,7%), seguido pelos pardos (3,8%) e ausente entre os pretos (0%). Conclusão: as responsáveis pelo cuidado de crianças e adolescentes negros acompanhados pelo CAPSij, são na quase totalidade mulheres, “mães ou avós” negras (pretas ou pardas), com acesso desigual à educação, trabalho e moradia, direitos sociais constitucionais no Brasil.Objetivo: caracterizar el perfil sociofamiliar de niños y adolescentes negros con problemas de salud mental y describir desde un enfoque interseccional quién es responsable de su cuidado. Método: estudio exploratorio descriptivo de enfoque cualitativo, llevado a cabo en un Centro de Atención Psicosocial Infantil y Juvenil de la región norte del municipio de São Paulo. La recolección de datos se realizó con 47 familiares de niños y adolescentes negros, con el soporte de un guion con variables predefinidas, sometidas a análisis estadístico. Resultados: se realizaron 49 entrevistas, 95,5% con mujeres, con edad promedio de 39 años, 88,6% madres, 85,7% negras. La renta familiar procede del salario para el 100% de los cuidadores hombres y el 59% de las mujeres. Entre las cuidadoras negras, 25% tienen casa propia y, entre las pardas, 46,2%. Del total de cuidadores, el 10% vive en casas ocupadas, el 20% vive en viviendas cedidas, el 35% tiene casa propia y el 35% alquila. La red de contención social es mayor entre los blancos (16,7%), seguidos por los pardos (3,8%) y está ausente entre los negros (0%). Conclusión: las responsables por el cuidado de niños y e adolescentes negros atendidos en el CAPSij, son, casi en su totalidad mujeres, “madres o abuelas” negras (o mulatas), con acceso desigual a educación, trabajo y vivienda, derechos sociales constitucionales en Brasil.Objective: to characterize the sociofamily profile of black-skinned children and adolescents with mental health problems and to intersectionally describe who assumes responsibility for their care. Method: a descriptive and exploratory study with a quantitative approach, developed in the Psychosocial Care Center for Children and Adolescents from the North region of the municipality of São Paulo. The data were collected from 47 family members of black-skinned children and adolescents, using a script with predefined variables submitted to statistical analysis. Results: a total of 49 interviews were conducted: 95.5% women with a mean age of 39 years old, 88.6% mothers and 85.7% black-skinned. Family income comes from wages for all the male caregivers and for 59% of the women. Among the black-skinned female caregivers, 25% live in their own house, whereas this percentage is 46.2% among the brown-skinned ones. Of all the caregivers, 10% have a job, 20% live in transferred properties, 35% in houses of their own and 35% in rented places. The social support network is larger among white-skinned people (16.7%), followed by brown-skinned (3.8%), and absent among black-skinned individuals (0%). Conclusion: those responsible for the care of black-skinned children and adolescents monitored by the CAPS-IJ are almost entirely women, black-skinned (black or brown) “mothers or grandmothers”, with unequal access to education, work and housing, constitutional social rights in Brazil.Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto2023-06-19info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/21342610.1590/1518-8345.6058.3943Revista Latino-Americana de Enfermagem; v. 31 (2023); e3943Revista Latino-Americana de Enfermagem; Vol. 31 (2023); e3943Revista Latino-Americana de Enfermagem; Vol. 31 (2023); e39431518-83450104-1169reponame:Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporengspahttps://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426/195412https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426/195413https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426/195414https://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessRégio, LucianeBarros, SôniaBallan, CarolineAguiar, CarlaCandido, Bruna de PaulaOliveira, Márcia Aparecida Ferreira de2023-06-21T13:49:37Zoai:revistas.usp.br:article/213426Revistahttp://www.scielo.br/rlaePUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phprlae@eerp.usp.br||shbcassi@eerp.usp.br1518-83450104-1169opendoar:2023-06-21T13:49:37Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
El cuidado de niños y adolescentes negros con problemas de salud mental en la interseccionalidad entre género y raza
The care provided to black-skinned children and adolescents with mental health problems in the intersection between gender and race
title O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
spellingShingle O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
Régio, Luciane
Mental Health; Gender; Race; Children; Adolescents; Community Mental Health Centers
Salud Mental; Género; Raciales; Niños; Adolescentes; Centros Comunitarios de Salud Mental
Saúde Mental; Gênero; Raça; Crianças; Adolescentes; Centros Comunitários de Saúde Mental
title_short O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
title_full O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
title_fullStr O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
title_full_unstemmed O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
title_sort O cuidado de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental na interseccionalidade entre gênero e raça
author Régio, Luciane
author_facet Régio, Luciane
Barros, Sônia
Ballan, Caroline
Aguiar, Carla
Candido, Bruna de Paula
Oliveira, Márcia Aparecida Ferreira de
author_role author
author2 Barros, Sônia
Ballan, Caroline
Aguiar, Carla
Candido, Bruna de Paula
Oliveira, Márcia Aparecida Ferreira de
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Régio, Luciane
Barros, Sônia
Ballan, Caroline
Aguiar, Carla
Candido, Bruna de Paula
Oliveira, Márcia Aparecida Ferreira de
dc.subject.por.fl_str_mv Mental Health; Gender; Race; Children; Adolescents; Community Mental Health Centers
Salud Mental; Género; Raciales; Niños; Adolescentes; Centros Comunitarios de Salud Mental
Saúde Mental; Gênero; Raça; Crianças; Adolescentes; Centros Comunitários de Saúde Mental
topic Mental Health; Gender; Race; Children; Adolescents; Community Mental Health Centers
Salud Mental; Género; Raciales; Niños; Adolescentes; Centros Comunitarios de Salud Mental
Saúde Mental; Gênero; Raça; Crianças; Adolescentes; Centros Comunitários de Saúde Mental
description Objetivo: caracterizar o perfil sociofamiliar de crianças e adolescentes negros com problemas de saúde mental e descrever interseccionalmente quem se responsabiliza por seus cuidados. Método: estudo descritivo exploratório de abordagem quantitativa, desenvolvido em um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil da região norte do município de São Paulo. Os dados foram coletados com 47 familiares de crianças e adolescentes negros, utilizando um roteiro com variáveis pré-definidas, submetidas à análise estatística. Resultados: foram realizadas 49 entrevistas, sendo 95,5% com mulheres, média de idade de 39 anos, 88,6% mães, 85,7% negras. A renda familiar é proveniente de salário, para 100% dos cuidadores homens e para 59% das mulheres. Dentre as cuidadoras pretas, 25% possuem casa própria, sendo que, dentre as pardas, 46,2%. Do total de cuidadores, 10% vivem em condições de ocupação, 20% habitam moradias cedidas, 35% casas próprias e 35% alugadas. A rede social de suporte é maior entre os brancos (16,7%), seguido pelos pardos (3,8%) e ausente entre os pretos (0%). Conclusão: as responsáveis pelo cuidado de crianças e adolescentes negros acompanhados pelo CAPSij, são na quase totalidade mulheres, “mães ou avós” negras (pretas ou pardas), com acesso desigual à educação, trabalho e moradia, direitos sociais constitucionais no Brasil.
publishDate 2023
dc.date.none.fl_str_mv 2023-06-19
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426
10.1590/1518-8345.6058.3943
url https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426
identifier_str_mv 10.1590/1518-8345.6058.3943
dc.language.iso.fl_str_mv por
eng
spa
language por
eng
spa
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426/195412
https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426/195413
https://www.revistas.usp.br/rlae/article/view/213426/195414
dc.rights.driver.fl_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv https://creativecommons.org/licenses/by/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
application/pdf
application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto
dc.source.none.fl_str_mv Revista Latino-Americana de Enfermagem; v. 31 (2023); e3943
Revista Latino-Americana de Enfermagem; Vol. 31 (2023); e3943
Revista Latino-Americana de Enfermagem; Vol. 31 (2023); e3943
1518-8345
0104-1169
reponame:Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online)
collection Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online)
repository.name.fl_str_mv Revista Latino-Americana de Enfermagem (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv rlae@eerp.usp.br||shbcassi@eerp.usp.br
_version_ 1800222857561636864