O pêndulo da modernidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1994 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
DOI: | 10.1590/ts.v6i1/2.85044 |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/85044 |
Resumo: | O bicentenário da Revolução Francesa, em 1989, e as revoluções anti-totalitárias da Europa Oriental entre 1989 e 1991 levam os autores a interpretar a modernidade através da metáfora do pêndulo, utilizada para denotar a dinâmida do atual ordenamento social, pluralista e autônomo e que oscila, sem nunca parar, entre radicalismo e moderação. Para fazer uma diagnose do auto-conhecimento dos indivíduos modernos, o texto analisa questões referentes à modernidade e seus problemas: o totalitarismo lhe é inerente? Há como evitá-lo? As promessas de 1789 podem ser mantidas? E recorre à história para avaliar ceticamente a modernidade a partir de suas duas condições de existência: a dinâmica moderna (dialética), que opera através da auto-reflexividade da justiça dinâmica, e o ordenamento social moderno, estrutura constante de (re)-distribuição simétrica ou assimétrica de liberdade e chances de vida. O artigo introduz as lógicas dinâmicas da modernidade (a divisão funcional do trabalho, a arte de governar e a tecnologia), mostrando que elas, operando conjuntamente ou em conflito, movimentam o pêndulo da modernidade geralmente entre os pólos do "individualismo" e do "comunitarianismo", entre a defesa do Estado do Bem-estar e a prática do mercado auto-regulador, de forma que não oscile entre oposições binárias ("capitalismo" e "socialismo", "direita" e "esquerda", "progresso" e "reação"). Por fim, são enfatizados os efeitos advindos da percepção da existência do pêndulo da modernidade sobre a política, que se transforma em pós-moderna: acaba a vontade pela transcendência da modernidade: novas alianças, a "contextualidade" e algumas premissas universais na área política tornam-se importantes: o "modo de vida" prevalece sobre a "classe". No entanto, o texto atenta para os problemas destes ideais anti-holisticas, que podem levar à intolerância e à impossibilidade de um meio coletivo de entendimento. |
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O pêndulo da modernidadeModernity´s pendulumModernityCapitalismSocialismDualismSocial orderTotalitarismIndividualismModernidadeCapitalismoSocialismoDualismoOrdem socialTotalitarismoIndividualismoO bicentenário da Revolução Francesa, em 1989, e as revoluções anti-totalitárias da Europa Oriental entre 1989 e 1991 levam os autores a interpretar a modernidade através da metáfora do pêndulo, utilizada para denotar a dinâmida do atual ordenamento social, pluralista e autônomo e que oscila, sem nunca parar, entre radicalismo e moderação. Para fazer uma diagnose do auto-conhecimento dos indivíduos modernos, o texto analisa questões referentes à modernidade e seus problemas: o totalitarismo lhe é inerente? Há como evitá-lo? As promessas de 1789 podem ser mantidas? E recorre à história para avaliar ceticamente a modernidade a partir de suas duas condições de existência: a dinâmica moderna (dialética), que opera através da auto-reflexividade da justiça dinâmica, e o ordenamento social moderno, estrutura constante de (re)-distribuição simétrica ou assimétrica de liberdade e chances de vida. O artigo introduz as lógicas dinâmicas da modernidade (a divisão funcional do trabalho, a arte de governar e a tecnologia), mostrando que elas, operando conjuntamente ou em conflito, movimentam o pêndulo da modernidade geralmente entre os pólos do "individualismo" e do "comunitarianismo", entre a defesa do Estado do Bem-estar e a prática do mercado auto-regulador, de forma que não oscile entre oposições binárias ("capitalismo" e "socialismo", "direita" e "esquerda", "progresso" e "reação"). Por fim, são enfatizados os efeitos advindos da percepção da existência do pêndulo da modernidade sobre a política, que se transforma em pós-moderna: acaba a vontade pela transcendência da modernidade: novas alianças, a "contextualidade" e algumas premissas universais na área política tornam-se importantes: o "modo de vida" prevalece sobre a "classe". No entanto, o texto atenta para os problemas destes ideais anti-holisticas, que podem levar à intolerância e à impossibilidade de um meio coletivo de entendimento.The bicentennial year of the French Revolution, in 1989, and the antitotalitarian revolutions in Eastern Europe during 1989 and 1991 lead the authors to interpreting modernity through the pendulum´s metaphor, used in order to show the dynamics of the present social arrangement, pluralistic and autonomous, and which swings without stopping between radicalism and moderation. In order to make a diagnosis of the modern´s self-knowledge, the text analyses questions refering to modernity and its problems: Totalitarianism is the offspring of modernity? How the avoid it? Van the 1789 promises be kept? And it appeals to history for evaluating skeptically modernity starting from its two survival conditions: modernity´s dynamic (dialectics), which works through the auto-reflective dynamic justice, and the modem social arrangement, a constant framework of symmetric and asymmetric (re)-distribution of freedom and life-chances. This article introduces the dynamic logic of modernity (the functional division of labour, statecraft and technology) showing that they, operating together or in conflict with one another; usually move the modernity´s pendulum between the poles of "individualism" and "communitarianism", between "welfarism" and the practise of a self-regulating market, so that it doesn´t swing between binary oppositions ("capitalism" and "socialism", "right" and "left", "progress" and "reaction"). At the end, the outcoming political effects derived from the perception of the pendulum´s existence in modernity are emphasized. Politics becomes a post-modern one: the will to the transcendence of modernity ends: new alliances, "contextually" and some universalist premises in the political field become important: the "way of life" prevails over the "class". However, the text points out the problems of these anti-holistic ideals which can bring about intolerance and the impossibility of a collective medium of understanding.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas1994-07-06info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/8504410.1590/ts.v6i1/2.85044Tempo Social; Vol. 6 No. 1/2 (1994); 47-82Tempo Social; v. 6 n. 1/2 (1994); 47-82Tempo Social; Vol. 6 Núm. 1/2 (1994); 47-821809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/85044/87859Copyright (c) 1994 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessFehér, Ágnes Heller e Ferenc2023-07-06T15:14:02Zoai:revistas.usp.br:article/85044Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-07-06T15:14:02Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O bicentenário da Revolução Francesa, em 1989, e as revoluções anti-totalitárias da Europa Oriental entre 1989 e 1991 levam os autores a interpretar a modernidade através da metáfora do pêndulo, utilizada para denotar a dinâmida do atual ordenamento social, pluralista e autônomo e que oscila, sem nunca parar, entre radicalismo e moderação. Para fazer uma diagnose do auto-conhecimento dos indivíduos modernos, o texto analisa questões referentes à modernidade e seus problemas: o totalitarismo lhe é inerente? Há como evitá-lo? As promessas de 1789 podem ser mantidas? E recorre à história para avaliar ceticamente a modernidade a partir de suas duas condições de existência: a dinâmica moderna (dialética), que opera através da auto-reflexividade da justiça dinâmica, e o ordenamento social moderno, estrutura constante de (re)-distribuição simétrica ou assimétrica de liberdade e chances de vida. O artigo introduz as lógicas dinâmicas da modernidade (a divisão funcional do trabalho, a arte de governar e a tecnologia), mostrando que elas, operando conjuntamente ou em conflito, movimentam o pêndulo da modernidade geralmente entre os pólos do "individualismo" e do "comunitarianismo", entre a defesa do Estado do Bem-estar e a prática do mercado auto-regulador, de forma que não oscile entre oposições binárias ("capitalismo" e "socialismo", "direita" e "esquerda", "progresso" e "reação"). Por fim, são enfatizados os efeitos advindos da percepção da existência do pêndulo da modernidade sobre a política, que se transforma em pós-moderna: acaba a vontade pela transcendência da modernidade: novas alianças, a "contextualidade" e algumas premissas universais na área política tornam-se importantes: o "modo de vida" prevalece sobre a "classe". No entanto, o texto atenta para os problemas destes ideais anti-holisticas, que podem levar à intolerância e à impossibilidade de um meio coletivo de entendimento. |
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