Ponto convergente de utopias e culturas: o Parque de São Bartolomeu
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1996 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/86431 |
Resumo: | Ponto de convergência de povos distintos como os índios Tupinambás e os escravos africanos da Nigéria, Benin, Angola e Congo, o Parque de São Bartolomeu resiste ao longo dos séculos ao crescimento desordenado da cidade do Salvador. A beleza especial do lugar parece ter exercido um fascínio e um poder de persuasão irresistível nos índios Tupinambás, que aqui fincaram raízes e fundaram uma grande aldeia, renunciando assim aos seus hábitos nômades. Também abrigou escravos fugitivos que aqui encontraram proteção e refúgio, organizando-se por volta do ano de 1826 no chamado Quilombo do Urubu. No presente trabalho discute-se a importância histórica e sagrada do Parque para os praticantes do candomblé e o sincretismo religioso resultante do encontro das tradições indígenas e africanas. Em muitos dos terreiros de candomblé, localizados nas cercanias do Parque, as divindades indígenas (caboclos) são cultuadas lado a lado com as africanas (orixás). Entrevistas realizadas com os praticantes do candomblé, demonstram que os descendentes dos Tupinambás e dos escravos africanos se afirmaram como principais usuários do Parque de São Bartolomeu. |
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Ponto convergente de utopias e culturas: o Parque de São BartolomeuConverging point of utopias and cultures: the São Bartolomeu ParkCandombléSincretismoReligiões afro-brasileirassimbolismoPercepção ambientalEcologiaCandombléSyncretismAfro-brazilian religionsSymbolismEnvironmental perceptionEcology.Ponto de convergência de povos distintos como os índios Tupinambás e os escravos africanos da Nigéria, Benin, Angola e Congo, o Parque de São Bartolomeu resiste ao longo dos séculos ao crescimento desordenado da cidade do Salvador. A beleza especial do lugar parece ter exercido um fascínio e um poder de persuasão irresistível nos índios Tupinambás, que aqui fincaram raízes e fundaram uma grande aldeia, renunciando assim aos seus hábitos nômades. Também abrigou escravos fugitivos que aqui encontraram proteção e refúgio, organizando-se por volta do ano de 1826 no chamado Quilombo do Urubu. No presente trabalho discute-se a importância histórica e sagrada do Parque para os praticantes do candomblé e o sincretismo religioso resultante do encontro das tradições indígenas e africanas. Em muitos dos terreiros de candomblé, localizados nas cercanias do Parque, as divindades indígenas (caboclos) são cultuadas lado a lado com as africanas (orixás). Entrevistas realizadas com os praticantes do candomblé, demonstram que os descendentes dos Tupinambás e dos escravos africanos se afirmaram como principais usuários do Parque de São Bartolomeu.Converging point of distinct people such as the Tupinambás Indians and African slaves from Nigeria, Benin, Angola and Congo, the São Bartolomeu Park resists to the disordered growth of the city of Salvador. The special beauty of the place seems to have exerted a fascination over the Tupinambás Indians, who founded a town there, abandoning their nomad habits. This place was also a schelter for the fugitive slaves that found there protection and help, organizing in 1826 the so-called “Quilombo do Urubu”. The present paper discusses the historical and sacred importance of the São Bartolomeu Park for the participants of the candomblé sect and the religious syncretism deriving from the indian and African traditions. In many “terreiros de candomblé” (place where the ritual is practiced) located near the São Bartolomeu Park, the Indians divinities (caboclos) are side by side with the Africans (orixás). Interviews carried out with those who follow the candomblé sect show that Tupinambás and African slaves descendants are the major users of the São Bartolomeu Park.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas1996-06-30info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/8643110.1590/ts.v8i2.86431Tempo Social; Vol. 8 No. 2 (1996); 177-190Tempo Social; v. 8 n. 2 (1996); 177-190Tempo Social; Vol. 8 Núm. 2 (1996); 177-1901809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/86431/89088Copyright (c) 1996 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSerpa, Angelo2023-07-03T14:23:41Zoai:revistas.usp.br:article/86431Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-07-03T14:23:41Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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