Business management of sensitive memories: powers, meanings and practices around Cais do Valongo in Rio de Janeiro
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/204420 |
Resumo: | Neste artigo, analisamos os feixes de poder que possibilitaram a inscrição do sítio arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Mundial. Através de documentos, trabalho de campo e literatura especializada, destacamos três cenários: a incorporação de ativistas dos movimentos negros à administração pública no final dos anos 1970, a legitimação internacional das agendas afro-brasileiras pelo projeto A Rota do Escravo da Unesco e o incremento à indústria turística durante a operação urbana Porto Maravilha no início do século XXI. Argumentamos que a territorialização das memórias da escravidão foi impulsionada por uma gestão empresarial das identidades culturais, em que métodos e procedimentos técnicos impuseram-se como modelo de ação política. Desse modo, concluímos que o discurso da identidade afro-brasileira se integrou às novas dinâmicas de acumulação do capital e de mercantilização cultural, com os sentidos e práticas em torno do cais agregando as lógicas do dever de memória e da regulação concorrencial. |
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Business management of sensitive memories: powers, meanings and practices around Cais do Valongo in Rio de JaneiroA gestão empresarial das memórias sensíveis: poderes, sentidos e práticas em torno do Cais do Valongo no Rio de JaneiroCultural heritageSlaveryUnescoPort WonderArchaeological site Cais do ValongoPatrimônio culturalEscravidãoUnescoPorto MaravilhaSítio arqueológico Cais do ValongoNeste artigo, analisamos os feixes de poder que possibilitaram a inscrição do sítio arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Mundial. Através de documentos, trabalho de campo e literatura especializada, destacamos três cenários: a incorporação de ativistas dos movimentos negros à administração pública no final dos anos 1970, a legitimação internacional das agendas afro-brasileiras pelo projeto A Rota do Escravo da Unesco e o incremento à indústria turística durante a operação urbana Porto Maravilha no início do século XXI. Argumentamos que a territorialização das memórias da escravidão foi impulsionada por uma gestão empresarial das identidades culturais, em que métodos e procedimentos técnicos impuseram-se como modelo de ação política. Desse modo, concluímos que o discurso da identidade afro-brasileira se integrou às novas dinâmicas de acumulação do capital e de mercantilização cultural, com os sentidos e práticas em torno do cais agregando as lógicas do dever de memória e da regulação concorrencial.In this article, we analyze the nets of power that allowed the inscription of the archaeological site Cais do Valongo as a World Heritage Site. Through documents, fieldwork, and specialized literature, we highlight three scenarios: the incorporation of black activists into public administration in the late 1970s, the international legitimacy of Afro-Brazilian agendas by UNESCO’s Slave Route project and the increase to the tourism industry during the urban operation Porto Maravilha at the beginning of the 21st century. We argue that the territorialization of the memories of slavery was driven by a business management of cultural identities, in which technical methods and procedures were imposed as a model of political action. In this way, we conclude that the Afro-Brazilian identity discourse was integrated into the new dynamics of capital accumulation and cultural commodification, with the meanings and practices around the wharf aggregating the logic of the duty of memory and competition regulation. Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2023-08-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/20442010.11606/0103-2070.ts.2023.204420Tempo Social; Vol. 35 No. 2 (2023); 63-82Tempo Social; v. 35 n. 2 (2023); 63-82Tempo Social; Vol. 35 Núm. 2 (2023); 63-821809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/204420/197046Copyright (c) 2023 Roberta Sampaio Guimarãeshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessGuimarães, Roberta SampaioCastro, João Paulo Macedo2023-08-17T13:22:11Zoai:revistas.usp.br:article/204420Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-08-17T13:22:11Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Neste artigo, analisamos os feixes de poder que possibilitaram a inscrição do sítio arqueológico Cais do Valongo como Patrimônio Mundial. Através de documentos, trabalho de campo e literatura especializada, destacamos três cenários: a incorporação de ativistas dos movimentos negros à administração pública no final dos anos 1970, a legitimação internacional das agendas afro-brasileiras pelo projeto A Rota do Escravo da Unesco e o incremento à indústria turística durante a operação urbana Porto Maravilha no início do século XXI. Argumentamos que a territorialização das memórias da escravidão foi impulsionada por uma gestão empresarial das identidades culturais, em que métodos e procedimentos técnicos impuseram-se como modelo de ação política. Desse modo, concluímos que o discurso da identidade afro-brasileira se integrou às novas dinâmicas de acumulação do capital e de mercantilização cultural, com os sentidos e práticas em torno do cais agregando as lógicas do dever de memória e da regulação concorrencial. |
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