Restrições benéficas: benéficas para quem?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Morales, Alexandre
Data de Publicação: 2004
Outros Autores: Wright, Erik Olin
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Tempo Social (Online)
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436
Resumo: Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica.
id USP-41_9edba38f045afa5b88ca298b493ac50a
oai_identifier_str oai:revistas.usp.br:article/12436
network_acronym_str USP-41
network_name_str Tempo Social (Online)
repository_id_str
spelling Restrições benéficas: benéficas para quem? Beneficial constraints: beneficial for whom? ClassEconomic performanceNormsClassePerformance econômicaNormasWolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica. Wolfgang Streeck convincingly argues, in an influential paperpublished in 1997, that economic performance in market societiesis enhanced when the rational, voluntaristic choices of actorsare constrained by a variety of normative and institutionalconstraints. This paper offers three modifications of this centralDurkheimian thesis: (1) the meaning of "good performance" ofan economic system differs among class actors in a market economy;(2) the level of institutional constraint that is optimal for"good economic performance" in the interests of capitalistsis generally lower than the level of constraints that is optimalfor workers; and (3) institutional constraints on voluntaryrational choice - even those optimal for capitalists - alsomay have dynamic effects on the balance of power among socialforces which could lead capitalists to prefer suboptimal constraintsfrom the point of view of "economic performance". Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2004-11-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/1243610.1590/S0103-20702004000200003Tempo Social; Vol. 16 No. 2 (2004); 65-72Tempo Social; v. 16 n. 2 (2004); 65-72Tempo Social; Vol. 16 Núm. 2 (2004); 65-721809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436/14213Copyright (c) 2015 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMorales, AlexandreWright, Erik Olin2023-06-15T12:36:08Zoai:revistas.usp.br:article/12436Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-06-15T12:36:08Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Restrições benéficas: benéficas para quem?
Beneficial constraints: beneficial for whom?
title Restrições benéficas: benéficas para quem?
spellingShingle Restrições benéficas: benéficas para quem?
Morales, Alexandre
Class
Economic performance
Norms
Classe
Performance econômica
Normas
title_short Restrições benéficas: benéficas para quem?
title_full Restrições benéficas: benéficas para quem?
title_fullStr Restrições benéficas: benéficas para quem?
title_full_unstemmed Restrições benéficas: benéficas para quem?
title_sort Restrições benéficas: benéficas para quem?
author Morales, Alexandre
author_facet Morales, Alexandre
Wright, Erik Olin
author_role author
author2 Wright, Erik Olin
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Morales, Alexandre
Wright, Erik Olin
dc.subject.por.fl_str_mv Class
Economic performance
Norms
Classe
Performance econômica
Normas
topic Class
Economic performance
Norms
Classe
Performance econômica
Normas
description Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica.
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-11-01
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
info:eu-repo/semantics/publishedVersion
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436
10.1590/S0103-20702004000200003
url https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436
identifier_str_mv 10.1590/S0103-20702004000200003
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436/14213
dc.rights.driver.fl_str_mv Copyright (c) 2015 Tempo Social
http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Copyright (c) 2015 Tempo Social
http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
publisher.none.fl_str_mv Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
dc.source.none.fl_str_mv Tempo Social; Vol. 16 No. 2 (2004); 65-72
Tempo Social; v. 16 n. 2 (2004); 65-72
Tempo Social; Vol. 16 Núm. 2 (2004); 65-72
1809-4554
0103-2070
reponame:Tempo Social (Online)
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Tempo Social (Online)
collection Tempo Social (Online)
repository.name.fl_str_mv Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv temposoc@edu.usp.br
_version_ 1800221913437437952