Restrições benéficas: benéficas para quem?
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2004 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436 |
Resumo: | Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica. |
id |
USP-41_9edba38f045afa5b88ca298b493ac50a |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:revistas.usp.br:article/12436 |
network_acronym_str |
USP-41 |
network_name_str |
Tempo Social (Online) |
repository_id_str |
|
spelling |
Restrições benéficas: benéficas para quem? Beneficial constraints: beneficial for whom? ClassEconomic performanceNormsClassePerformance econômicaNormasWolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica. Wolfgang Streeck convincingly argues, in an influential paperpublished in 1997, that economic performance in market societiesis enhanced when the rational, voluntaristic choices of actorsare constrained by a variety of normative and institutionalconstraints. This paper offers three modifications of this centralDurkheimian thesis: (1) the meaning of "good performance" ofan economic system differs among class actors in a market economy;(2) the level of institutional constraint that is optimal for"good economic performance" in the interests of capitalistsis generally lower than the level of constraints that is optimalfor workers; and (3) institutional constraints on voluntaryrational choice - even those optimal for capitalists - alsomay have dynamic effects on the balance of power among socialforces which could lead capitalists to prefer suboptimal constraintsfrom the point of view of "economic performance". Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2004-11-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/1243610.1590/S0103-20702004000200003Tempo Social; Vol. 16 No. 2 (2004); 65-72Tempo Social; v. 16 n. 2 (2004); 65-72Tempo Social; Vol. 16 Núm. 2 (2004); 65-721809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436/14213Copyright (c) 2015 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessMorales, AlexandreWright, Erik Olin2023-06-15T12:36:08Zoai:revistas.usp.br:article/12436Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-06-15T12:36:08Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
dc.title.none.fl_str_mv |
Restrições benéficas: benéficas para quem? Beneficial constraints: beneficial for whom? |
title |
Restrições benéficas: benéficas para quem? |
spellingShingle |
Restrições benéficas: benéficas para quem? Morales, Alexandre Class Economic performance Norms Classe Performance econômica Normas |
title_short |
Restrições benéficas: benéficas para quem? |
title_full |
Restrições benéficas: benéficas para quem? |
title_fullStr |
Restrições benéficas: benéficas para quem? |
title_full_unstemmed |
Restrições benéficas: benéficas para quem? |
title_sort |
Restrições benéficas: benéficas para quem? |
author |
Morales, Alexandre |
author_facet |
Morales, Alexandre Wright, Erik Olin |
author_role |
author |
author2 |
Wright, Erik Olin |
author2_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Morales, Alexandre Wright, Erik Olin |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Class Economic performance Norms Classe Performance econômica Normas |
topic |
Class Economic performance Norms Classe Performance econômica Normas |
description |
Wolfgang Streeck, num influente trabalho publicado em 1997, sustentou de um modo convincente que a performance econômica em sociedades de mercado se incrementa quando as escolhas racionais e voluntarísticas dos atores sofrem restrições advindas de constrangimentos normativos e institucionais. Neste artigo, proponho três modificações a essa tese central, de inspiração durkheimiana: primeira, o que pode ser considerado uma "boa performance" em se tratando de um sistema econômico varia segundo os agentes de classe atuantes numa economia de mercado; segunda, o nível de constrangimento institucional que pode ser considerado ótimo para uma "boa performance econômica" do ponto de vista do interesse dos capitalistas é em geral mais baixo do que o nível de constrangimento considerado ótimo do ponto de vista dos trabalhadores; e, terceira, constrangimentos institucionais às escolhas voluntariamente racionais - mesmo aqueles tidos como ótimos pelos capitalistas - podem ter também efeitos dinâmicos no equilíbrio de poder entre as forças sociais, os quais podem induzir os capitalistas a preferir constrangimentos que seriam subótimos do ponto de vista da performance econômica. |
publishDate |
2004 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2004-11-01 |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436 10.1590/S0103-20702004000200003 |
url |
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436 |
identifier_str_mv |
10.1590/S0103-20702004000200003 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12436/14213 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
Copyright (c) 2015 Tempo Social http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 info:eu-repo/semantics/openAccess |
rights_invalid_str_mv |
Copyright (c) 2015 Tempo Social http://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas |
dc.source.none.fl_str_mv |
Tempo Social; Vol. 16 No. 2 (2004); 65-72 Tempo Social; v. 16 n. 2 (2004); 65-72 Tempo Social; Vol. 16 Núm. 2 (2004); 65-72 1809-4554 0103-2070 reponame:Tempo Social (Online) instname:Universidade de São Paulo (USP) instacron:USP |
instname_str |
Universidade de São Paulo (USP) |
instacron_str |
USP |
institution |
USP |
reponame_str |
Tempo Social (Online) |
collection |
Tempo Social (Online) |
repository.name.fl_str_mv |
Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP) |
repository.mail.fl_str_mv |
temposoc@edu.usp.br |
_version_ |
1800221913437437952 |