Representação e ação dos operadores do sistema penal no Rio de Janeiro
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1997 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
DOI: | 10.1590/ts.v9i1.86444 |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/86444 |
Resumo: | Não se compreende como os meios de comunicação (e mesmo acadêmicos) consigam falar e escrever sobre a violência do Rio de Janeiro e suas favelas sem aludir à desproporcional visibilidade dos negros como agentes ou vítimas. O artigo sustenta que o racismo desempenha importante papel no processo e que, talvez devido à representação corrente de que o Brasil é uma democracia racial, os agentes públicos podem discriminar pessoas negras sem sequer suspeitarem de que o fazem. A análise é baseada nas diferentes visões do problema como percebido por pessoas da “classe média”, de um lado, e por pessoas “pobres” de outro, e também em casos concretos de racismo levados ao sistema penal. No que tange às estratégias de intervenção policial, parece claro que em razão da hierarquização social característica de nossa sociedade, qualquer ação há que ir além do círculo vicioso das medidas organizativas como se costuma acreditar seja a solução, e corresponder a necessidades de natureza diversa. Como ponto de partida a concepção militarista do papel da polícia que perpassa a área de segurança pública no Brasil, em prejuízo da maioria da população, máxima dos mercados pela cor da pele (o foco é o Rio de Janeiro). Inadiável a incorporação à prática do setor, como questões centrais de temas como “polícia democrática”, “polícia comunitária”, “discriminação”, etc. |
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Representação e ação dos operadores do sistema penal no Rio de JaneiroRepresentation and action of the operators of the penal system in Rio de JaneiroPolíciaRacismoViolênciaSegurança públicaDireitos humanosPoliceRacismViolenceLaw enforcementHuman rightsNão se compreende como os meios de comunicação (e mesmo acadêmicos) consigam falar e escrever sobre a violência do Rio de Janeiro e suas favelas sem aludir à desproporcional visibilidade dos negros como agentes ou vítimas. O artigo sustenta que o racismo desempenha importante papel no processo e que, talvez devido à representação corrente de que o Brasil é uma democracia racial, os agentes públicos podem discriminar pessoas negras sem sequer suspeitarem de que o fazem. A análise é baseada nas diferentes visões do problema como percebido por pessoas da “classe média”, de um lado, e por pessoas “pobres” de outro, e também em casos concretos de racismo levados ao sistema penal. No que tange às estratégias de intervenção policial, parece claro que em razão da hierarquização social característica de nossa sociedade, qualquer ação há que ir além do círculo vicioso das medidas organizativas como se costuma acreditar seja a solução, e corresponder a necessidades de natureza diversa. Como ponto de partida a concepção militarista do papel da polícia que perpassa a área de segurança pública no Brasil, em prejuízo da maioria da população, máxima dos mercados pela cor da pele (o foco é o Rio de Janeiro). Inadiável a incorporação à prática do setor, como questões centrais de temas como “polícia democrática”, “polícia comunitária”, “discriminação”, etc.Ideal and reality of the criminal justice system: Rio de Janeiro, a city without racism. It is to be understood why the media (and even scholars) can manage to speak and write about the peculiar violence of Rio de Janeiro and its “favelas” (slums), making no point of the desproportionate visibility of black people as perpetrators or victims. The article claims that racism plays an important role in the process, and that, probably due to the taken-forgranted assumption that Brazil is a racial democracy, public officers may discriminate black people withou even suspecting that they are doing so. The analysis is based on the different views of the problem, as perceived by “middle class” people on the one hand and by “poor” people on the other; and also on actual cases of racism taken to the criminal justice system. Concerning the “strategies of police intervention”, it seems clear, accounting for our distinctive hierarchical society, that any action should go far beyond the vicious circle of “organizational”measures, as is normally assumed to be the solution, and should respond to needs of a different nature. The starting point might be the militarist misconception of the police role that pervades law enforcement in Brazil, to the detriment of most of the Population, specially those marked by the colour of their skin (the focus being Rio de Janeiro). Themes like “police in a democracy”, “community policing”, “anti-discrimination” and the like might be of much help to law enforcement if put at issue with prominence.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas1997-06-29info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/8644410.1590/ts.v9i1.86444Tempo Social; Vol. 9 No. 1 (1997); 95-114Tempo Social; v. 9 n. 1 (1997); 95-114Tempo Social; Vol. 9 Núm. 1 (1997); 95-1141809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/86444/89101Copyright (c) 1997 Tempo Socialhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessSilva, Jorge da2023-06-29T15:27:49Zoai:revistas.usp.br:article/86444Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2023-06-29T15:27:49Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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