Mobilidades periféricas: uma mirada em direção a regimes de transporte adormecidos, deslegitimados e esquecidos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Tempo Social (Online) |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/142229 |
Resumo: | No debate sobre transportes, os criadores de políticas parecem enfeitiçados por um determinismo tecnológico em que inovação e novidade são os conceitos centrais. Obcecados eles por regimes e sistemas ocidentalizados, o debate atual perde a relevância de mobilidades esquecidas, periféricas e silenciosas. Nesse sentido, olhar para essas mobilidades periféricas não é apenas importante para reconstruir nossa memória, mas também pode nos oferecer ferramentas para construir regimes de transporte sustentáveis, do ponto de vista social e ambiental. Sugiro utilizar o Angelus Novus, de Walter Benjamin, para abordar o passado e o futuro de sistemas infraestruturais e o papel dos regimes “velhos”. Este artigo se apoia no trabalho de David Edgerton, mas eu levo o argumento além, defendendo que um debate de hoje voltado para a inovação cria os fracassos (sociais e ambientais) de amanhã. Carros elétricos e “sem motoristas” podem ser ferramentas úteis, mas devemos levar em conta que as mobilidades periféricas podem abordar a questão de transportes social e ambientalmente sustentáveis de forma mais eficiente. Uma visão de longo prazo pode ligar o passado e o futuro das políticas de transportes e oferecer sugestões para as Ciências Sociais, a humanidade e a governança. |
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Mobilidades periféricas: uma mirada em direção a regimes de transporte adormecidos, deslegitimados e esquecidosPeripheral mobilities: looking at dormant, delegitimized and forgotten transport regimesPeripheralLong-term viewTechnological determinismTransportInfrastructurePeriféricoLonga duraçãoDeterminismo tecnológicoTransporteInfraestruturaNo debate sobre transportes, os criadores de políticas parecem enfeitiçados por um determinismo tecnológico em que inovação e novidade são os conceitos centrais. Obcecados eles por regimes e sistemas ocidentalizados, o debate atual perde a relevância de mobilidades esquecidas, periféricas e silenciosas. Nesse sentido, olhar para essas mobilidades periféricas não é apenas importante para reconstruir nossa memória, mas também pode nos oferecer ferramentas para construir regimes de transporte sustentáveis, do ponto de vista social e ambiental. Sugiro utilizar o Angelus Novus, de Walter Benjamin, para abordar o passado e o futuro de sistemas infraestruturais e o papel dos regimes “velhos”. Este artigo se apoia no trabalho de David Edgerton, mas eu levo o argumento além, defendendo que um debate de hoje voltado para a inovação cria os fracassos (sociais e ambientais) de amanhã. Carros elétricos e “sem motoristas” podem ser ferramentas úteis, mas devemos levar em conta que as mobilidades periféricas podem abordar a questão de transportes social e ambientalmente sustentáveis de forma mais eficiente. Uma visão de longo prazo pode ligar o passado e o futuro das políticas de transportes e oferecer sugestões para as Ciências Sociais, a humanidade e a governança.In the transport debate, policy makers seem to be under the spell of a technological determinism, in which innovation Tand novelty are the key concepts. Obsessed with westernised regimes and systems, the current debate misses the relevance of forgotten, peripheral and silent mobilities. In this regard, looking to those peripheral mobilities is not only important for reconstructing our memory, but can also offer tools to build socially and environmentally sustainable transport regimes. I suggest using Walter Benjamin’s Angelus Novus to address the past and future of infrastructural systems and the role of “old” regimes. This paper relies on David Edgerton’s work, but I push the argument further, claiming that an innovation-prone debate today creates the (social and environmental) failures of tomorrow. While electric cars and driver-less vehicles can be useful tools, we should consider that peripheral mobilities could better address the issue of socially and environmentally sustainable transports systems. Long-term vision can bridge the past and future of transport policies and offer hints to social science, humanity and governance.Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas2018-07-28info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/14222910.11606/0103-2070.ts.2018.142229Tempo Social; Vol. 30 No. 2 (2018); 73-85Tempo Social; v. 30 n. 2 (2018); 73-85Tempo Social; Vol. 30 Núm. 2 (2018); 73-851809-45540103-2070reponame:Tempo Social (Online)instname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/ts/article/view/142229/142052Copyright (c) 2018 Tempo Socialinfo:eu-repo/semantics/openAccessMoraglio, Massimo2018-07-28T19:10:23Zoai:revistas.usp.br:article/142229Revistahttps://www.revistas.usp.br/ts/indexPUBhttps://old.scielo.br/oai/scielo-oai.phptemposoc@edu.usp.br1809-45540103-2070opendoar:2018-07-28T19:10:23Tempo Social (Online) - Universidade de São Paulo (USP)false |
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