Macrozoobentos da praia do Codó (Ubatuba, SP) e a presença de Halodule wrightii Ascherson

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corbisier, Thais Navajas
Data de Publicação: 1994
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Boletim do Instituto Oceanográfico
Texto Completo: https://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/6771
Resumo: Neste trabalho, foi estudada a macrofauna bentônica da franja do infralitoral da Praia do Codó, Ubatuba, em uma área com a presença da angiosperma marinha Halodule wrightii Ascherson e em área próxima desprovida de vegetação, trimestralmente, no período de dezembro de 1984 a dezembro de 1985. Analisou-se a composição de espécies, a estrutura e a dinâmica da associações da macrofauna e avaliou-se sua relação com os fatores tipo de sedimento e presença da vegetação. Foram utilizados tubos de PVC de 78,5 cm de área de secção, enterrados a 10 cm no sedimento, e peneira de 0,5 mm de abertura de malha no estudo da macrofauna. A granulometria, a matéria orgânica no sedimento e o peso seco da vegetação foram analisados. O trabalho mostrou que os habitats diferiram quanto à composição em espécies da macrofauna bentônica. Espécies de poliquetos infaunais comedores de depósito de superfície foram as dominantes na área com Halodule e poliquetos infaunais carnívoros/omnívoros ou filtradores, na área desprovida de vegetação. Estas diferenças puderam ser explicadas principalmente pelas diferenças observadas nas características do sedimento e na estabilidade do fundo e, secundariamente, pela presença ou ausência da vegetação. Não se observou qualquer efeito da presença da vegetação sobre a densidade do macrobentos, provavelmente, em função do pequeno tamanho das plantas que não oferecem substrato para uma epifauna abundante; ainda assim, o número de espécies e a diversidade de espécies, bem como o número de espécies da epifauna, foram maiores na área de Halodule do que na área sem vegetação. Não foi observado um padrão de variação temporal significativo da abundância e diversidade da macrofauna, mas, em geral, a diversidade foi maior na primavera, nos dois habitats. A variação temporal da abundância diferiu entre os dois locais. Na área sem vegetação, a maior instabilidade do fundo deve ser a causa das variações observadas. Na área com Halodule, as flutuações não foram muito pronunciadas e não acompanharam as da biomassa das plantas, que foi mais alta no verão. Sugere-se que o efeito da predação seja um dos fatores controladores da densidade da macrofauna na área com Halodule.
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