Estudo do metabolismo de rotina e excreção de amônia do anfípoda antártico Waldeckia obesa em duas temperaturas distintas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1995 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Boletim do Instituto Oceanográfico |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/6788 |
Resumo: | Realizaram-se estimativas, a 0ºC e a 3ºC, do consumo médio e específico de oxigênio e da excreção média e específica de amónia de anfípodas antárticos da espécie Waldeckia obesa, coletados na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. Os experimentos foram realizados na Estação Antártica Brasileira "Comandante Ferraz" e no Laboratório de Ecologia Polar do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Foram empregados animais entre 120 mg a 620 mg e entre 40 mg e 690 mg de peso úmido, nos experimentos a 0ºC e a 3ºC, respectivamente. Dentro dessas faixas de peso, o consumo médio de oxigênio, a 0ºC, variou de 2,22µl/h a 10,81µl/h e o específico de 0,011µl/mg/h a 0,018µl/mg/h. A 3ºC, o consumo médio de oxigênio variou de 1,83µl/h a 14,19µl/h e o específico de 0,033µl/mg/h a 0,022µl/mg/h. O Q10, calculado a partir das médias das classes, foi de 6,95. Por sua vez, a excreção média de amónia, a 0ºC, variou de 13,84 ng.at/h a 55,34 ng.at/h e a específica entre 0,090 ng.at/mg/h a 0,042 ng.at/mg/h. A 3ºC, a excreção média de amónia variou de 5,11 ng.at/h a 38,33 ng.at/h e a específica de 0,088 ng.at/mg/h a 0,059 ng.at/mg/h. A relação 0:N indica que uma mistura de proteínas e lipídios é utilizada como substrato para o catabolismo. A 3ºC, entretanto, há uma tendência a aumentar a contribuição dos lipídios nesse substrato. O consumo de oxigênio de Waldeckia obesa é bastante baixo estando de acordo com os valores encontrados, a 0ºC, por outros autores. Esses dados, juntamente com resultados recentes encontrados na literatura, indicam a fragilidade da hipótese de "adaptação metabólica ao frio", que supõe terem os animais marinhos ectotérmicos antárticos taxas metabólicas elevadas, como resposta adaptativa às baixas temperaturas. Os dados de consumo de oxigênio e excreção de amónia fornecem material básico para extrapolação a parâmetros populacionais, fornecendo subsídios para a avaliação do papel ecológico desses animais no ecossistema em que vivem. |
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Estudo do metabolismo de rotina e excreção de amônia do anfípoda antártico Waldeckia obesa em duas temperaturas distintas Routine metabolism and ammonia excretion of the Antarctic amphipod Waldeckia obesa in two different temperatures AnfípodasMetabolismoAntárticaWaldeckia obesaConsumo de oxigênioExcreçãoAmphipodsMetabolismAntarcticaWaldeckia obesaOxygen consumptionExcretion Realizaram-se estimativas, a 0ºC e a 3ºC, do consumo médio e específico de oxigênio e da excreção média e específica de amónia de anfípodas antárticos da espécie Waldeckia obesa, coletados na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. Os experimentos foram realizados na Estação Antártica Brasileira "Comandante Ferraz" e no Laboratório de Ecologia Polar do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Foram empregados animais entre 120 mg a 620 mg e entre 40 mg e 690 mg de peso úmido, nos experimentos a 0ºC e a 3ºC, respectivamente. Dentro dessas faixas de peso, o consumo médio de oxigênio, a 0ºC, variou de 2,22µl/h a 10,81µl/h e o específico de 0,011µl/mg/h a 0,018µl/mg/h. A 3ºC, o consumo médio de oxigênio variou de 1,83µl/h a 14,19µl/h e o específico de 0,033µl/mg/h a 0,022µl/mg/h. O Q10, calculado a partir das médias das classes, foi de 6,95. Por sua vez, a excreção média de amónia, a 0ºC, variou de 13,84 ng.at/h a 55,34 ng.at/h e a específica entre 0,090 ng.at/mg/h a 0,042 ng.at/mg/h. A 3ºC, a excreção média de amónia variou de 5,11 ng.at/h a 38,33 ng.at/h e a específica de 0,088 ng.at/mg/h a 0,059 ng.at/mg/h. A relação 0:N indica que uma mistura de proteínas e lipídios é utilizada como substrato para o catabolismo. A 3ºC, entretanto, há uma tendência a aumentar a contribuição dos lipídios nesse substrato. O consumo de oxigênio de Waldeckia obesa é bastante baixo estando de acordo com os valores encontrados, a 0ºC, por outros autores. Esses dados, juntamente com resultados recentes encontrados na literatura, indicam a fragilidade da hipótese de "adaptação metabólica ao frio", que supõe terem os animais marinhos ectotérmicos antárticos taxas metabólicas elevadas, como resposta adaptativa às baixas temperaturas. Os dados de consumo de oxigênio e excreção de amónia fornecem material básico para extrapolação a parâmetros populacionais, fornecendo subsídios para a avaliação do papel ecológico desses animais no ecossistema em que vivem. Mean and specific oxygen consumption and ammonia excretion were measured at 0ºC and 3ºC, in the Antarctic amphipod Waldeckia obesa collected in Admiralty Bay, King George Island, Antarctica. Experiments were carried out at the Brazilian Antarctic Station "Comandante Ferraz" and at the Laboratory of Polar Ecology of the Oceanographic Institute of São Paulo University. Individuals ranging from 120 mg to 620 mg and from 40 mg to 690 mg were employed in experiments at 0ºC and 3ºC, respectively. Within this range of weight, mean oxygen consumption varied from 2.22µ1/h to 10.81µ1/h and specific consumption from 0.011µ 1/mg/h to 0.018µ 1/mg/h, at 0ºC. At 3ºC, mean oxygen consumption varied from 1.83 µ1/h to 14.9µi/h and specific consumption from 0.033µ1/mg/h to 0.022µ1/mg/h. Q10 value calculated from average oxygen consumption was 6.95. Mean ammonia excretion, at 0ºC, varied from 13.84 ng.at/h to 55.34 ng.at/h and specific excretion from 0.090 ng.at/mg/h to 0.042 ng.at/mg/h. At 3ºC, mean ammonia excretion varied from 5.11 ng.at/h to 38.33 ng.at/h and specific excretion from 0.088 ng.at/mg/h to 0.059 ng.at/mg/h. 0:N ratio indicates that a mixture of protein and lipids is utilized for catabolism. At 3ºC, however, there is a tendency to increase the lipid contribution for the substrate. Oxygen consumption of Waldeckia obesa at 0ºC is very low and is in accordance with the values reported by some other authors. These data and others recent results found in the literature indicate the fragility of the "metabolic cold adaptation" hypothesis, that assumes that marine Antarctic ectotherms have high metabolic rates, as an evolutive adaptation to low temperatures. Oxygen consumption and ammonia excretion data could be extrapolated to populational parameters giving support for the studies on the ecological role of these animals in their ecosystem. Universidade de São Paulo. Instituto Oceanográfico1995-01-01info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/678810.1590/S1679-87591995000200005Boletim do Instituto Oceanográfico; v. 43 n. 2 (1995); 129-139 Boletim do Instituto Oceanografico; Vol. 43 No. 2 (1995); 129-139 Boletim do Instituto Oceanográfico; Vol. 43 Núm. 2 (1995); 129-139 2316-89510373-5524reponame:Boletim do Instituto Oceanográficoinstname:Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP)instacron:USPporhttps://www.revistas.usp.br/biocean/article/view/6788/8257Gomes, VicentePhan, Van Ngan Passos, Maria José de Arruda Campos Rochainfo:eu-repo/semantics/openAccess2012-05-02T19:12:03Zoai:revistas.usp.br:article/6788Revistahttps://www.revistas.usp.br/bioceanPUBhttps://www.revistas.usp.br/biocean/oaiamspires@usp.br0373-55240373-5524opendoar:2012-05-02T19:12:03Boletim do Instituto Oceanográfico - Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IOUSP)false |
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Realizaram-se estimativas, a 0ºC e a 3ºC, do consumo médio e específico de oxigênio e da excreção média e específica de amónia de anfípodas antárticos da espécie Waldeckia obesa, coletados na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica. Os experimentos foram realizados na Estação Antártica Brasileira "Comandante Ferraz" e no Laboratório de Ecologia Polar do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. Foram empregados animais entre 120 mg a 620 mg e entre 40 mg e 690 mg de peso úmido, nos experimentos a 0ºC e a 3ºC, respectivamente. Dentro dessas faixas de peso, o consumo médio de oxigênio, a 0ºC, variou de 2,22µl/h a 10,81µl/h e o específico de 0,011µl/mg/h a 0,018µl/mg/h. A 3ºC, o consumo médio de oxigênio variou de 1,83µl/h a 14,19µl/h e o específico de 0,033µl/mg/h a 0,022µl/mg/h. O Q10, calculado a partir das médias das classes, foi de 6,95. Por sua vez, a excreção média de amónia, a 0ºC, variou de 13,84 ng.at/h a 55,34 ng.at/h e a específica entre 0,090 ng.at/mg/h a 0,042 ng.at/mg/h. A 3ºC, a excreção média de amónia variou de 5,11 ng.at/h a 38,33 ng.at/h e a específica de 0,088 ng.at/mg/h a 0,059 ng.at/mg/h. A relação 0:N indica que uma mistura de proteínas e lipídios é utilizada como substrato para o catabolismo. A 3ºC, entretanto, há uma tendência a aumentar a contribuição dos lipídios nesse substrato. O consumo de oxigênio de Waldeckia obesa é bastante baixo estando de acordo com os valores encontrados, a 0ºC, por outros autores. Esses dados, juntamente com resultados recentes encontrados na literatura, indicam a fragilidade da hipótese de "adaptação metabólica ao frio", que supõe terem os animais marinhos ectotérmicos antárticos taxas metabólicas elevadas, como resposta adaptativa às baixas temperaturas. Os dados de consumo de oxigênio e excreção de amónia fornecem material básico para extrapolação a parâmetros populacionais, fornecendo subsídios para a avaliação do papel ecológico desses animais no ecossistema em que vivem. |
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