Motivação e desempenho sexual em ratos com e sem experiência sexual tratados com ivermectina: um estudo da vocalização ultrassônica
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Outros Autores: | , , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science |
Texto Completo: | https://www.revistas.usp.br/bjvras/article/view/198441 |
Resumo: | Em mamíferos, a ivermectina (IVM) atua como agonista do receptor GABAA e estimula a liberação de GABA. Estudos anteriores mostraram que a IVM reduz o desempenho sexual, prejudicando a latência para a primeira monta e intromissão. Esses parâmetros são geralmente considerados parâmetros motivacionais do comportamento sexual. Por outro lado, a IVM aumenta a atividade GABAérgica levando à incoordenação motora. Assim, é possível que a IVM afete o desempenho sexual devido a um impedimento motor. O presente estudo analisou a vocalização ultrassônica em ratos para verificar se a IVM prejudica o comportamento sexual via mecanismos motivacionais ou comprometimento motor. Uma vez que a experiência sexual atenua o comprometimento do desempenho motor, também foram estudados ratos com experiência sexual. Ratos sexualmente inexperientes e experientes foram administrados com uma dose terapêutica de IVM ou solução salina IVM. Os ratos foram expostos a fêmeas receptivas e foi avaliada a latência para a primeira monta, seguida do teste de vocalização ultrassônica (USV) de 50 kHz. O tratamento com IVM em ratos inexperientes aumentou a latência para a primeira monta em relação a ratos inexperientes tratados com solução salina, enquanto não foram observadas diferenças entre ratos experientes tratados com IVM e solução salina. Em ratos inexperientes tratados com IVM ocorreu redução da frequência e total de USVs, bem como aumento do tempo médio de USVs em relação aos ratos sem experiência. Ratos experientes tratados com IVM não mostraram diferenças na frequência, média e máxima das USVs em relação aos ratos experientes tratados com solução salina; no entanto, observou-se aumento no total de USVs e na frequência dominante de USVS em ratos experientes tratados com IVM comparados aos experientes tratados com solução salina. Observou-se correlação negativa e positiva entre a latência para a primeira monta e USVs nos grupos sem e com experiência tratados com IVM, respectivamente. Assim, propomos que a IVM aumentou a motivação sexual de ratos expostos a uma fêmea em estro com base em USVs, apesar de apresentar aumento na latência para a primeira monta. O aumento da latência para a primeira monta foi atribuída à incoordenação motora, conforme observado anteriormente e proposto por nosso grupo. |
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Motivação e desempenho sexual em ratos com e sem experiência sexual tratados com ivermectina: um estudo da vocalização ultrassônicaSexual motivation and performance in sexual naïve and experienced rats treated with ivermectin: an ultrasonic vocalization studySexual behaviorUltrasonic vocalizationsLatency to the first mountMotivationComportamento sexualVocalização ultrassônicaLatência para primeira montaMotivaçãoEm mamíferos, a ivermectina (IVM) atua como agonista do receptor GABAA e estimula a liberação de GABA. Estudos anteriores mostraram que a IVM reduz o desempenho sexual, prejudicando a latência para a primeira monta e intromissão. Esses parâmetros são geralmente considerados parâmetros motivacionais do comportamento sexual. Por outro lado, a IVM aumenta a atividade GABAérgica levando à incoordenação motora. Assim, é possível que a IVM afete o desempenho sexual devido a um impedimento motor. O presente estudo analisou a vocalização ultrassônica em ratos para verificar se a IVM prejudica o comportamento sexual via mecanismos motivacionais ou comprometimento motor. Uma vez que a experiência sexual atenua o comprometimento do desempenho motor, também foram estudados ratos com experiência sexual. Ratos sexualmente inexperientes e experientes foram administrados com uma dose terapêutica de IVM ou solução salina IVM. Os ratos foram expostos a fêmeas receptivas e foi avaliada a latência para a primeira monta, seguida do teste de vocalização ultrassônica (USV) de 50 kHz. O tratamento com IVM em ratos inexperientes aumentou a latência para a primeira monta em relação a ratos inexperientes tratados com solução salina, enquanto não foram observadas diferenças entre ratos experientes tratados com IVM e solução salina. Em ratos inexperientes tratados com IVM ocorreu redução da frequência e total de USVs, bem como aumento do tempo médio de USVs em relação aos ratos sem experiência. Ratos experientes tratados com IVM não mostraram diferenças na frequência, média e máxima das USVs em relação aos ratos experientes tratados com solução salina; no entanto, observou-se aumento no total de USVs e na frequência dominante de USVS em ratos experientes tratados com IVM comparados aos experientes tratados com solução salina. Observou-se correlação negativa e positiva entre a latência para a primeira monta e USVs nos grupos sem e com experiência tratados com IVM, respectivamente. Assim, propomos que a IVM aumentou a motivação sexual de ratos expostos a uma fêmea em estro com base em USVs, apesar de apresentar aumento na latência para a primeira monta. O aumento da latência para a primeira monta foi atribuída à incoordenação motora, conforme observado anteriormente e proposto por nosso grupo.In mammals, ivermectin acts as a GABAA receptor agonist and stimulates GABA release. Previous studies showed that ivermectin (IVM) reduces sexual performance, impairing the latency to the first mount and intromission. These parameters are usually considered motivational parameters of sexual behavior. However, IVM increases GABAergic activity leading to motor incoordination. Thus, it is reasonable to propose that IVM affects sexual performance via motor incoordination pathways. The present study analyzed ultrasonic vocalization in rats to verify whether IVM impairs sexual behavior via motivational mechanisms or motor impairment. Because sexual experience attenuates the impairment of motor performance, rats with sexual experience were also studied. Sexually naive and experienced rats were administered a therapeutic IVM dose and saline. The rats were exposed to receptive females, and the latency to the first mount was evaluated, followed by the 50-kHz USV test. IVM treatment in naïve rats increased the latency to first to mount relative to Saline naïve rats, while no differences were observed between saline and experienced rats. In naïve-IVM rats, a reduced frequency and total calls and increased mean time of calls occur relative to SAL-naïve rats. Experienced IVM rats did not show differences in the frequency, mean, and maximal calls close to Saline experienced rats. However, an increase in the total calls and the dominant frequency of calls were observed in IVM-experienced rats compared to Saline experienced rats. A negative and positive correlation occurred between the latency to the first mount and USVs in groups with and without ivermectin exposure. Hence, we propose that ivermectin increased the sexual motivation of rats exposed to a female in estrous based in USVs despite an increased latency to the first mount that occurred. The increased latency to the first mount resulted from motor incoordination, as previously observed and proposed by our group.Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia2023-03-20info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdfhttps://www.revistas.usp.br/bjvras/article/view/19844110.11606/issn.1678-4456.bjvras.2023.198441Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science; v. 60 (2023); e198441Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science; Vol. 60 (2023); e198441Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science; V. 60 (2023); e198441Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science; Vol. 60 (2023); e1984411678-44561413-9596reponame:Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Scienceinstname:Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)instacron:USPenghttps://www.revistas.usp.br/bjvras/article/view/198441/192311Copyright (c) 2023 Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Sciencehttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessRodrigues, Paula da SilvaSampaio, Ana Claudia SilvaSilva, Éricka Patrícia daSuffredini, Ivana BarbosaBondan, Eduardo FernandesBernardi, Maria MarthaKirsten, Thiago BertiRodrigues, Paula da SilvaSampaio, Ana Claudia SilvaSilva, Éricka Patrícia daSuffredini, Ivana BarbosaBondan, Eduardo FernandesBernardi, Maria MarthaKirsten, Thiago Berti2023-03-20T18:13:44Zoai:revistas.usp.br:article/198441Revistahttps://www.revistas.usp.br/bjvrasPUBhttps://www.revistas.usp.br/bjvras/oaibjvras@usp.br1413-95961413-9596opendoar:https://www.revistas.usp.br/bjvras/index2023-03-20T18:13:44Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science - Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ-USP)false |
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